Artigos
2021
Santa Francisca Romana
Santa Francisca Romana – Piedade precoce
Nascida em 1384, Santa Francisca Romana pertencia a uma rica família romana. Desde a mais tenra idade, acompanhava a mãe nas práticas de piedade. Aos onze anos manifestou o desejo de consagrar-se a Deus fazendo-se religiosa, mas seu pai não concordou pois ela estava já prometida em casamento a um nobre, o jovem Lourenço Ponziani.
Receba em casa a Medalha Milagrosa! Clique aqui e peça a sua.
Esposa exemplar
Por desejo do marido, apresentava-se em público com a categoria de dama romana, usando belas joias e suntuosos trajes. Mas debaixo deles vestia uma tosca túnica de tecido ordinário. Não apenas dedicava à oração suas horas livres, como também nunca negligenciava as práticas de vida interior.
Transformou em oratório um salão do palácio e aí passava longas horas de vigília noturna. Era ridicularizada pelas pessoas mundanas, mas sua família a considerava um “anjo da paz”.
Modelo de mãe e de dona de casa
Em 1400 nasceu seu primeiro filho, João Batista, seguido de João Evangelista e Inês, que nasceram alguns anos depois.
Cumpria de fato, com perfeição, seu ofício de dona de casa, compreendendo que as tarefas cotidianas fazem parte da purificação necessária nesta vida e têm prioridade sobre as mortificações particulares.
Prodígios realizados em vida
Por volta de 1413, a fome se abateu sobre Roma. Preocupado, o sogro de Francisca proibiu a nora de continuar distribuindo as provisões aos pobres.
Certo dia a santa dirigiu-se a um celeiro vazio do palácio para procurar o que pudesse ter restado de trigo no meio da palha. Com muito trabalho conseguiu recolher alguns poucos quilos do desejado grão.
Assim que saiu, Lourenço, seu esposo, entrou no celeiro e lá encontrou 40 sacos contendo, cada um, 100 quilos de trigo dourado e maduro. O mesmo ocorreu em outra ocasião: querendo levar aos pobres um pouco de vinho, Francisca recolheu o que sobrava no fundo de um tonel e no mesmo instante este encheu-se milagrosamente de um excelente vinho.
Grandes provações
Naquela época, Ladislau Durazzo, rei de Nápoles, invadiu Roma três vezes. Em 1410, as tropas saquearam o palácio da família, seus bens foram confiscados, Lourenço e seu filho Batista foram exilados.
Em 1413 morreu Evangelista, seu filho mais novo, e no ano seguinte a pequena Inês. Por fim, ela também contraiu a doença, mas foi milagrosamente curada por Deus. Naquele mesmo ano viu seu filho falecido, tendo a seu lado um jovem muito belo.
O filho disse que estava no Céu e que Deus enviava aquele Arcanjo para auxiliá-la. “Dia e noite o verás ao teu lado e ele te assistirá em tudo.”
O Anjo irradiava uma tal luz que Francisca podia ler ou trabalhar à noite, sem dificuldade alguma, como se fosse dia, iluminava o caminho quando precisava sair à noite. Na luz desse Arcanjo, ela podia ver os pensamentos mais íntimos dos corações. Recebeu, ademais, o dom do discernimento dos espíritos e o de conselho, os quais usava para converter os pecadores e reconduzir os desviados ao bom caminho.
As visões do inferno
Deus a favoreceu com numerosas outras visões. As mais impressionantes foram as do inferno. Viu em pormenores os suplícios pelos quais são punidos os condenados, de acordo com os pecados cometidos.
Observou a organização hierárquica dos demônios e as funções de cada um na obra de perdição das almas. Lúcifer é o rei do orgulho e o chefe de todos. Viu outrossim como os atos de virtude praticados pelos bons atormentam essas miseráveis criaturas e prejudicam sua ação na terra.
“O inferno é dividido em três partes: o inferno superior, o inferno médio e o inferno inferior. Lúcifer está no fundo do inferno inferior. Sob Lúcifer, chefe universal, acham-se subordinados três chefes a ele e prepostos aos demais: Asmodeu, que preside os pecados da carne, era um querubim, “Mamon, que preside aos pecados de avareza, era um trono e Belzebu preside aos pecados da idolatria.
Receba em casa a Medalha Milagrosa! Clique aqui e peça a sua.
“Uma parte dos demônios fica no inferno; outra reside no ar e outra reside entre os homens, buscando a quem devorar. Os que ficam no inferno dão as ordens e enviam seus deputados; os que residem no ar agem fisicamente sobre as perturbações atmosféricas e telúricas, lançam por toda parte influências más, empestam o ar física e moralmente.
“O seu trabalho é principalmente debilitar a alma. Quando os demônios encarregados na terra veem uma alma debilitada pela influência dos demônios do ar, atacam-na no seu esmorecimento para vencê-la mais facilmente. Atacam-na no momento em que ela desconfia da Providência”.
Vida religiosa
Tendo falecido o rei Ladislau, restabeleceu-se então a paz na Cidade Eterna. Seu esposo e seu filho regressaram do exílio, e por fim, a família Ponziani recuperou os bens injustamente confiscados.
A santa fundou uma sociedade denominada Oblatas da Santíssima Virgem Eram Francisca e outras nove damas que viviam cada qual em sua casa, seguindo os conselhos evangélicos. O Desta sociedade surgiu, por decreto do Papa Eugenio IV a Congregação das Oblatas da Santíssima Virgem, depois chamada de Congregação das Oblatas de Santa Francisca Romana. Era uma instituição nova e original para seu tempo: religiosas sem votos, sem clausura, mas de vida austera e dedicadas a um genuíno apostolado social.
Receba em casa a Medalha Milagrosa! Clique aqui e peça a sua.
Em 1436, Francisca ficou viúva e só então pode abraçar a vida religiosa integralmente. Viveu no convento apenas três anos. Em 1440, viu-se forçada a retornar ao palácio Ponziani para cuidar de seu filho, gravemente enfermo.
Atingida por uma forte pleurisia, ali assim permaneceu, por não ter mais forças. No dia 9 de março, com os olhos muito brilhantes, dizia assim estar vendo o Céu aberto e haverem chegado os Anjos para buscá-la.
Foi canonizada em 1608, o Papa Paulo V qualificou-a de “a mais romana de todas as Santas”. E o Cardeal São Roberto Belarmino, disse: “A proclamação da santidade de Francisca será de admirável proveito para classes muito diferentes de pessoas: as virgens, as mulheres casadas, as viúvas e as religiosas”.
Fontes:
1 SUÁREZ, OSB, Pe. Luis M. Pérez. Santa Francisca Romana. In: ECHEVERRÍA, L.; LLORCA, B. e BETES, J. (Org.). Año Cristiano. Madrid: BAC, 2003. p. 173.
2 Idem, ibidem.
3 Tor de’Specchi, Monastero delle Oblate di S. Francesca Romana – Venerazione e culto. Disponível em: . Acesso em: 14/01/2009.
4 SUÁREZ, OSB, Op. cit., p. 185.
5 SODANO, Card. Angelo. Homilia por ocasião da festa de Santa Francisca Romana, 05/03/2005. Disponível em: . Acesso em: 14/01/2009.
Ajude-nos a continuar nosso trabalho de evangelização e catequização das crianças em todas as paróquias do Brasil.
Ajude-nos a ajudar.
2021
Santa Josefina Bakhita
Santa Josefina Bakhita, Virgem
Santa Josefina Bakhita nasceu no Sudão, região de Darfur na África, no ano de 1869, e através de suas poucas informações sabemos que sua aldeia natal é Olgossa, cuja pronúncia é “algoz”, que em árabe significa “Dunas de Areia”. De família abastada, seu pai possuía terras, plantações e gado; ele era irmão do chefe da aldeia. Sua família era composta pelos pais e sete filhos, sendo muito unidos e afeiçoados.
Vejamos então o contexto histórico da época: em 1821 Mohamed Ali envia dois exércitos para conquistarem o Sudão. O objetivo político era de instaurar uma dinastia própria na região. Ademais, os objetivos práticos eram de saquear riquezas e capturar escravos a serem vendidos no mercado.
No ano de 1874, a irmã mais velha da Bakhita foi raptada. A dor dilacerou o coração daquela família tão unida e feliz. “Bakhita,” contudo, não foi o nome que recebera dos pais quando nasceu: no ano de 1876. Com mais ou menos 7 anos de idade, foi raptada e arrancada do seio de sua família. A pequena menina tomada de pavor, foi levada brutalmente por dois árabes e foram eles que impuseram o nome de “Bakhita”, que significa: “afortunada”.
Receba em sua casa a Medalha de São Bento! Clique aqui e peça a sua.
Mercadoria
A pequena escrava, depois de um mês de prisão, foi vendida a um mercador de escravos. Na ânsia de voltar para casa, Bakhita se arma de coragem e tenta fugir. Entretanto, foi capturada por um pastor e revendida a outro árabe, homem feroz e cruel, que, por sua vez, revendeu-a a outro mercador de escravos.
Novamente ela é vendida a um general turco, cuja esposa era uma mulher terrivelmente má. Desejou marcar suas escravas e Bakhita estava entre elas. Chamou então um tatuador que, com uma navalha, ia marcando os corpos das meninas que se contorciam de dores, mergulhadas numa poça de sangue. Bakhita recebeu no peito, no ventre e nos braços 114 cortes de navalha que eram esfregados com sal para que as marcas ficassem bem abertas. As jovens escravas foram jogadas sem tratamento e nenhum cuidado, durante um mês.
No ano de 1882, o general turco vendeu Bakhita ao agente consular Calisto Legnani que seria, para ela, seu anjo bom. Na casa do cônsul, Bakhita conheceu a serenidade, o afeto e os momentos de alegria, lembranças dos momentos felizes na casa dos pais. Mas, em 1885 o Sr. Calisto é obrigado a retornar à Itália; Bakhita pede para acompanhá-lo e obtêm consentimento. E assim partiram em companhia de um amigo, o Sr. Augusto Michieli, a quem o cônsul presentearia em Gênova com a jovem africana.
Receba em sua casa a Medalha de São Bento! Clique aqui e peça a sua.
Chegando na Itália com seu 7º “patrão”, o rico comerciante Michieli, foi para vila Zianino de Mirano Veneto onde Bakhita se tornou babá de Mimina, a filhinha do casal. Apesar de serem pessoas boas e honestas, não eram praticantes da religião. Como sempre, Deus tem suas vias e acabou colocando no caminho de Bakhita, o administrador dos Michieli, Iluminato Chechini.
Iluminato era um homem muito religioso e logo se preocupou com a formação religiosa de Bakhita; e ao dar um crucifixo a ela, disse em seu coração: “Jesus, eu a confio a Ti”. Quando os Michieli tiveram de voltar para Suakin, na África, por motivos de negócios, Bakhita e a pequena Mimina ficaram pois aos cuidados das Irmãs Canossianas, em Veneza, e isto graças ao Sr. Iluminato.
Nos desígnios da Providência
Bakhita iniciou o catecumenato (catequese para receber os sacramentos iniciais), no Instituto das Irmãs. Ao final de nove meses, a Sra. Maria Turina voltou à Itália para buscar sua filhinha Mimina e aquela que considerava sua escrava, pois retornariam à África.
Naquele instante, Bakhita já toda apaixonada por Jesus, prestes a receber os sacramentos, recusa-se a voltar para a África, apesar do afeto que nutria pela família Michieli e principalmente pela pequena. Sentia em seu coração um desejo inexplicável de abraçar a fé e vivê-la para sempre.
Apesar dos apelos e até ameaças da Sra. Michieli, nossa jovem africana não cedeu em sua resolução. Bakhita estava livre, na Itália não havia escravidão. Sua patroa retornou então à África com sua filha e Bakhita prosseguiu com sua catequese, feliz mesmo sabendo que seria a última chance de rever seus familiares na África.
Receba em sua casa a Medalha de São Bento! Clique aqui e peça a sua.
No dia 09 de janeiro de 1890, Bakhita é batizada, crismada e recebe a Primeira Comunhão das mãos do Patriarca de Veneza. No batismo recebe o nome de Josefina Margarida Bakhita. Ela descreverá este dia como mais feliz de sua vida: sentir-se filha de Deus era-lhe uma emoção inigualável, assim como receber Jesus na Eucaristia.
Bakhita nutria em seu coração o sublime desejo de se tornar religiosa: “uma Irmã Canossiana”. Foi então aceita na congregação das Filhas da Caridade Canossianas, servas dos pobres e, depois de três anos de noviciado, no dia 08 de dezembro de 1896 pronunciou os votos de: Castidade Pobreza e Obediência. Depois da profissão religiosa, nossa Irmã Bakhita foi transferida para a cidade de Schio, em outra obra da Congregação, e lá permaneceu por 45 anos, onde passou a ser conhecida como a “Madre Morena”.
Irmã Bakhita era atenciosa com todos, sem distinção, desde as crianças do colégio, seus pais, sacerdotes, com suas irmãs religiosas, sempre levando a todos palavras de conforto, consolo e amor incondicional a Deus Pai. Dessa forma, em todas as funções que exerceu, sempre colocou assim seu coração doce e sincero: na Igreja, na Sacristia, na portaria ou na cozinha, era tudo para todos, com seu sorriso de anjo.
A entrega a Deus
Com efeito, no dia de sua profissão religiosa, Santa Josefina Bakhita rezou: “Ó Senhor, se eu pudesse voar lá longe, entre a minha gente e proclamar a todos, em voz alta, a tua bondade. Oh! Quantas almas eu poderia conquistar para Ti! Entre os primeiros, a minha mãe e o meu pai, os meus irmãos, a minha irmã ainda escrava… e todos, todos os pobres negros da África. Faça, ó Jesus, que também eles te conheçam e te amem!”.
No ano de 1947 Bakhita adoeceu, já quase sem forças, em cadeira de rodas, passava horas em oração, em adoração e contemplação. Era o dia 08 de fevereiro de 1947, nossa Irmã Morena balbuciava: “Como estou contente! Nossa Senhora! Nossa Senhora!”. Depois de algum tempo, em seus últimos momentos, disse: “Vou devagarinho para a eternidade… Vou com duas malas: uma contém os meus pecados; a outra, bem mais pesada, contém os méritos infinitos de Jesus Cristo. Quando eu comparecer diante do Tribunal de Deus, cobrirei a minha mala feia com os méritos de Nossa Senhora. Depois abrirei a outra e apresentarei os méritos de Jesus Cristo. Direi ao Pai: ‘Agora julgai o que vedes’. Estou segura de que não serei rejeitada! Então me voltarei para São Pedro e lhe direi: ‘Pode fechar a porta porque eu fico!”
Receba em sua casa a Medalha de São Bento! Clique aqui e peça a sua.
Às 20 horas, irmã Bakhita entrega sua alma a Deus. O povo em grande multidão quer dar o último adeus à Madre Morena, sua fama de santidade se espalhou rapidamente e todos recorriam ao seu túmulo pedindo sua intercessão. Em 17 de maio de 1992 foi beatificada e, no dia 1 de outubro de 2000, foi elevada à honra dos altares, declarada “Santa” pelo Santo Padre, o Papa João Paulo II, sendo que o milagre que a levou a ser reconhecida como Santa, aconteceu em Santos, no Brasil. Santa Josefina Bakhita deve sempre inspirar sentimentos de confiança na Providência, doçura para com todos e alegria em servir.
Ajude-nos a continuar nosso trabalho de evangelização em todas as Paróquias de todo o Brasil!
Bem como a catequese infantil e para adultos!
Ajude-nos a ajudar!
2021
A conversão de São Paulo
A conversão de São Paulo
No dia 25 de janeiro a Igreja celebra a Conversão de São Paulo. Saulo, fervoroso judeu e perseguidor dos cristãos torna-se Paulo, o Apóstolo.
Mas o que é conversão? Quem nos responde esta pergunta é Bento XVI em uma de suas catequeses.
A catequese de hoje será dedicada à experiência que São Paulo teve no caminho de Damasco e, portanto, ao que comumente se chama a sua conversão. Precisamente no caminho de Damasco, nos primeiros anos 30 do século I, e depois de um período no qual tinha perseguido a Igreja, verificou-se o momento decisivo da vida de Paulo.
Receba em casa o terço Anel da Misericórdia. Clique aqui e veja como.
Sobre ele muito foi escrito e naturalmente sob diversos pontos de vista. O que é certo é que ali aconteceu uma mudança, (…) ele, inesperadamente, começou a considerar “perda” e “esterco” tudo o que antes constituía para ele o máximo ideal, quase a razão de ser da sua existência (cf. Fl 3, 7-8). O que tinha acontecido?
O Evangelho de São Lucas
Em relação a isto temos dois tipos de fontes. O primeiro tipo, o mais conhecido, são as narrações de Lucas, que por três vezes narra o acontecimento nos Atos dos Apóstolos (cf. 9, 1-19; 22, 3-21; 26, 4-23). O leitor é tentado a deter-se demasiado em alguns pormenores, como a luz do céu, a queda por terra, a voz que chama, a nova condição de cegueira, a cura e a perda da vista e o jejum.
Entretanto, todos estes pormenores se referem ao centro do acontecimento: Cristo ressuscitado mostra-se como uma luz maravilhosa e fala a Saulo, transforma o seu pensamento e a sua própria vida.
O esplendor do Ressuscitado o cega: assim vê-se também exteriormente o que era a sua realidade interior, a sua cegueira em relação à verdade, à luz que é Cristo. E depois o seu “sim” definitivo a Cristo no batismo volta a abrir os seus olhos, faz com que ele realmente veja.
Portanto, São Paulo foi transformado não por um pensamento mas por um acontecimento, pela presença irresistível do Ressuscitado, da qual nunca poderá duvidar, dado que foi muito forte a evidência do acontecimento.
As Cartas de São Paulo
O segundo tipo de fontes sobre a conversão é constituído pelas próprias Cartas de São Paulo. Ele nunca falou pormenorizadamente deste acontecimento, talvez porque podia supor que todos conhecessem o essencial desta sua história, todos sabiam que de perseguidor tinha sido transformado em apóstolo fervoroso de Cristo.
E isto tinha acontecido não após uma própria reflexão, mas depois de um acontecimento importante, um encontro com o Ressuscitado. Mesmo sem falar dos pormenores, ele menciona diversas vezes este fato importantíssimo, isto é, que também ele é testemunha da ressurreição de Jesus, do qual recebeu imediatamente a revelação, juntamente com a missão de apóstolo.
O texto mais claro sobre este ponto encontra-se na sua narração sobre o que constitui o centro da história da salvação: a morte e a ressurreição de Jesus e as aparições às testemunhas (cf. 1 Cor 15). Com palavras da tradição antiga, que também ele recebeu da Igreja de Jerusalém, diz que Jesus morto e crucificado, sepultado e ressuscitado apareceu, depois da ressurreição, primeiro a Cefas, isto é, a Pedro, depois aos Doze, depois a quinhentos irmãos que em grande parte naquele tempo ainda viviam, depois a Tiago, e depois a todos os Apóstolos.
Receba em casa o terço Anel da Misericórdia. Clique aqui e veja como.
E a esta narração recebida da tradição acrescenta: “E, em último lugar, apareceu-me também a mim” (1 Cor 15, 8). Assim dá a entender que é este o fundamento do seu apostolado e da sua nova vida.
Assim podemos ver que as duas fontes, os Atos dos Apóstolos e as Cartas de São Paulo, convergem e convêm sob o ponto fundamental: o Ressuscitado falou a Paulo, chamou-o ao apostolado, fez dele um verdadeiro apóstolo, testemunha da ressurreição, com o encargo específico de anunciar o Evangelho aos pagãos, ao mundo greco-romano.
E ao mesmo tempo Paulo aprendeu que, apesar da sua relação imediata com o Ressuscitado, ele deve entrar na comunhão da Igreja, deve fazer-se batizar, deve viver em sintonia com os outros apóstolos. Só nesta comunhão com todos ele poderá ser um verdadeiro apóstolo, como escreve explicitamente na primeira Carta aos Coríntios: “Assim é que pregamos e é assim que vós acreditastes” (15, 11). Há só um anúncio do Ressuscitado, porque Cristo é um só.
A Conversão de São Paulo foi seu encontro com Cristo
Como se vê, Paulo nunca interpreta este momento como um facto de conversão. Porquê? Existem muitas hipóteses, mas para mim o motivo é muito evidente. Esta mudança da sua vida, esta transformação de todo o seu ser não foi fruto de um processo psicológico, de uma maturação ou evolução intelectual e moral, mas vem de fora: não foi o fruto do seu pensamento, mas do encontro com Cristo Jesus.
Neste sentido não foi simplesmente uma conversão, uma maturação do seu “eu”, mas foi morte e ressurreição para ele mesmo: morreu uma existência e outra nova nasceu com Cristo Ressuscitado. De nenhum outro modo se pode explicar esta renovação de Paulo. Todas as análises psicológicas não podem esclarecer e resolver o problema. Só o acontecimento, o encontro forte com Cristo, é a chave para compreender o que tinha acontecido: morte e ressurreição, renovação por parte d’Aquele que se tinha mostrado e tinha falado com ele. Neste sentido mais profundo podemos e devemos falar de conversão.
E nós?
Voltando a nós, perguntamo-nos o que significa isto para nós? Significa que também para nós o cristianismo não é uma nova filosofia ou uma nova moral. Somos cristãos unicamente se encontramos Cristo. Certamente Ele não se mostra a nós deste modo irresistível, luminoso, como fez com Paulo.
Mas também nós podemos encontrar Cristo, na leitura da Sagrada Escritura, na oração, na vida litúrgica da Igreja. Podemos tocar o coração de Cristo e sentir que Ele toca o nosso. Só nesta relação pessoal com Cristo, só neste encontro com o Ressuscitado nos tornamos realmente cristãos. E assim abre-se a nossa razão, abre-se toda a sabedoria de Cristo e toda a riqueza da verdade.
Portanto rezemos ao Senhor para que nos ilumine, para que nos doe no nosso mundo o encontro com a sua presença: e assim nos conceda uma fé viva, um coração aberto, uma grande caridade para todos, capaz de renovar o mundo.
Fonte: Bento XVI, Audiência geral, de 3 de setembro de 2008
Ajuda-nos a continuar nosso trabalho de evangelização e ajuda aos irmãos necessitados.
2021
O Rei dos reis
O Rei dos reis
O Rei dos reis, que levou os reis do oriente a tão arriscada empreitada, mas, devido sua confiança, o olhar fixo na Estrela, tiveram como prêmio contemplar Deus, nascido como bebê.
“Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.’” (Mt 2,1-2)
Causou sensação em Jerusalém a chegada de três importantes personagens – Gaspar, Melchior e Baltazar – acompanhados de numeroso séquito e rica equipagem. Os moradores da cidade perguntavam: “São reis?”
Sim, respondiam uns.
Não, mas parecem ser sacerdotes caldeus, opinavam outros.
Nada disso, são magos, homens sábios que conhecem os segredos da astronomia, sentenciavam alguns eruditos da época.
Receba em sua casa a Medalha Milagrosa! Clique aqui para pedir a sua.
Como eram os Reis Magos?
Nos presépios e nas pinturas, eles são apresentados em geral como homens de idade madura, e até mesmo já idosos, às vezes com uma barba branca descendo até o peito, andado enfileirados, trazendo nas mãos seus presentes.
Na Catena Áurea, São Tomás afirma: “Esses magos eram reis”. E acrescenta que devia ser grande sua comitiva, pois puseram em alvoroço Herodes e Jerusalém inteira. São João Crisóstomo é de opinião de que “esses Reis Magos que vieram do Oriente adorar o Menino Jesus, o Rei dos reis, são os filósofos dos caldeus, homens muito considerados em seu país. Seus reis e príncipes aconselham-se com eles, por causa da sua ciência. Assim é que foram os primeiros a tomar conhecimento do nascimento do Senhor”.
Era mesmo uma estrela?
Santos, doutores e teólogos interessaram-se por esta pergunta, pois tudo quanto diz respeito a nosso Salvador é, de si, muito interessante.
A ser uma estrela, era diferente de todas as outras, pois, ao contrário dos demais astros – os quais, seguem uma órbita fixada – esta percorria um roteiro. Além do mais, parava e punha-se de novo em movimento, fazendo-se visível não só à noite, mas também durante o dia.
Isso, comenta São João Crisóstomo, é próprio de um ser inteligente, não de uma estrela comum. De onde deduz ele que “não era simplesmente uma estrela, mas uma virtude invisível tomou a forma de uma estrela”.
Segundo São Remígio, alguns creem que essa estrela era o Espírito Santo, outros que era um Anjo, talvez o mesmo que apareceu aos pastores perto da Gruta de Belém.
Santo Agostinho opina de modo mais afirmativo: “Era um astro novo, criado para anunciar o parto da Virgem e para oferecer seu ministério, marchando diante dos Magos que procuravam a Cristo e conduzi-los ao lugar onde estava o Verbo, Menino-Deus”.
A Adoração
Soror Maria de Agreda, em suas visões nos conta: Eles (os Reis Magos) se prosternaram diante do Menino Jesus e O adoraram como o Salvador do mundo. Eles foram de novo iluminados pela graça e viram até mesmo os Anjos que estavam ordenados, com profundo respeito, em torno do Rei dos reis. Após ter rendido culto ao Divino Infante, eles felicitaram a Mãe e Lhe testemunharam sua veneração, dobrando os joelhos diante d’Ela e pedindo para beijar suas mãos. Após terem se prosternado de novo em uma fervorosa adoração ante o menino Jesus, os Magos felicitaram São José por ser o esposo da Virgem Mãe de Deus, e como sua visita já tinha transcorrido três horas, eles pediram à celeste Rainha a permissão de ir procurar um alojamento na cidade.
Ouro, Incenso e Mirra
Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho. (Mt 2,11-12)
São Gregório Magno nos dá uma interpretação dos presentes que os Reis Magos ofertaram ao Menino Jesus:
Eles oferecem ouro, incenso e mirra. O ouro convinha bem ao Rei; o incenso costuma ser apresentado em sacrifício a Deus; e usa-se a mirra para embalsamar os corpos dos falecidos. Assim, os Magos proclamam, por seus simbólicos presentes, quem é Aquele que eles adoram. Eis o ouro: é um rei; o incenso: é um Deus; eis a mirra: é um mortal.
Há hereges que creem na divindade de Cristo, não, porém, na sua realeza universal; oferecem-Lhe incenso, mas não querem oferecer-Lhe ouro. Outros reconhecem sua realeza, mas negam sua divindade; estes Lhe oferecem ouro, mas se recusam a Lhe oferecer incenso. Outros, por fim, O proclamam Deus e Rei, mas negam que Ele tenha assumido uma carne mortal; estes Lhe oferecem ouro e incenso, mas não querem presenteá-lo com a mirra, símbolo da condição mortal por Ele assumida.
Receba em sua casa a Medalha Milagrosa! Clique aqui para pedir a sua.
De nossa parte, ofereçamos ouro ao Senhor, confessando que Ele reina em toda parte. Ofereçamos-Lhe incenso, proclamando que, tendo nascido no tempo, é Deus desde antes de todos os tempos. Ofereçamos-Lhe mirra, reconhecendo que Aquele que cremos ser impassível em sua divindade, tornou-Se mortal ao assumir nossa carne.
São Tomás comenta: “Quando se diz que ofereceram ao Menino-Deus três dons – ouro, incenso e mirra – não significa que eram apenas três, mas que neles estavam representadas todas as nações descendentes dos três filhos de Noé, que haviam de ser chamadas à Fé”.
E o Papa São Leão Magno dá esta outra interpretação do significado dos presentes dos reis: “Os Magos realizam, pois, o seu desejo, e guiados pela mesma estrela, chegam até o menino, o Senhor Jesus Cristo, o Rei dos reis. Adoram o Verbo na carne, a Sabedoria na infância, a Força na fraqueza, e o Senhor de majestade na realidade de um homem. E para apresentarem uma homenagem de sua fé e de sua compreensão, testemunham, por meio de dons, aquilo que crêem em seus corações. Oferecem incenso ao Deus, mirra ao homem e ouro ao rei, venerando conscientemente na unidade a natureza divina e a natureza humana.”
Oração do dia de Reis
Pai Santo, que neste dia revelastes ao mundo o Vosso Filho Unigénito, Jesus Cristo Nosso Senhor, fazei que Ele seja presença constante do Vosso amor no coração dos homens, para que, acreditando que somos filhos de Deus, amemo-nos uns aos outros e, como irmãos, caminhemos para a paz e a salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
Ajude-nos a continuar nosso trabalho de evangelização e catequese infantil em todas as paróquias do Brasil!
Ajude-nos a ajudar.
2020
Santos Inocentes
Os Santos Inocentes
“Depois de os Magos partirem, o anjo do Senhor apareceu, em sonhos, a José e disse-lhe: ‘levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar.’ E ele levantou-se, de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito, permanecendo ali até à morte de Herodes.
Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egito chamei o meu filho. Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo, conforme o tempo que, diligentemente, tinha inquirido dos magos.
Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera: Ouviu-se uma voz em Ramá, uma lamentação e um grande pranto: É Raquel que chora os seus filhos e não quer ser consolada, porque já não existem.” (Mt 2, 13-18)
— ℘ —
Há poucos dias atrás, ouvimos em Belém o cântico dos anjos: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”. E vimos a alegria dos pastores, adorando a Jesus Menino na manjedoura.
Nos causa uma certa estranheza celebrarmos logo após as alegrias do Natal, o martírio de crianças inocente. Da alegria, eis a tristeza. Do riso, que pranto! É o ruído das armas, das espadas que afoitamente se desembainham e se tingem de sangue, do sangue de inocentes crianças. É o grito inconsolável das mães que atroa os ares, ao verem os filhos mortos.
Entretanto, a festa do Santos Inocentes nos ajuda na compreensão mais profunda do Santo Natal de Cristo. Aquele Menino que dorme na manjedoura não é um menino qualquer, nós sabemos. Ele é a Luz do mundo, a qual as trevas não aceitaram e lutaram contra ela. A festa dos Inocentes nos apresenta exatamente essa luta do Deus Menino que começou desde cedo.
Receba em sua casa a Medalha Exorcística de São Bento! Clique aqui e peça a sua.
Herodes
Herodes, o Grande, descendente de Esaú, idumeu, ficou famoso pela crueldade. Aterrorizou a Palestina por trinta e seis anos, e desposou dez mulheres. Ele assustou-se quando viu três reis do oriente chegarem à Jerusalém perguntando sobre “o Rei dos Judeus que acabava de nascer”.
Que era aquilo que diziam dos magos que vinham do Oriente: Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? E que significava viemos adorá-lo? Nascera mesmo um rei? E a estrela que lhes aparecera? Que era aquilo?
Herodes procura os escribas para saber exatamente onde deveria nascer este tal rei e eles lhe dizem “em Belém”. O rei cruel então arma um plano para matar aquele rei que que havia nascido, uma ameaça para seu poder. Herodes chama os magos e diz: “Ide e informai-vos bem acerca do menino, e, quando o encontrardes, comunicai-me a fim de que também eu o vá adorar.” Na verdade, Herodes desejava matar o menino.
A Fuga para o Egito
No segundo capítulo do Evangelho de São Mateus encontramos a narração das circunstâncias da fuga da Sagrada Família, saindo de Belém para o Egito.
Nesta ocasião, São José, fugiu levando consigo Maria e seu Filho. Ele foi inspirado em sonhos por um Anjo e marchou para o Egito, onde, segundo a tradição, refugiaram-se durante seis meses no monte Qusqam, sendo acolhidos pelos habitantes da região.
A matança dos santos inocentes
Com o passar do tempo, o rei Herodes deu-se conta que os reis magos não retornavam. E Herodes desconfiava, fora enganado? O tempo passava. Sim, fora enganado. Havia sido iludido.
Na narração da fuga da Sagrada Família para o Egito, três versículos (Mt 2,16-18) descrevem a ferocidade do rei Herodes, que, para matar Jesus, decidiu exterminar todos os meninos de dois anos para baixo que viviam em Belém.
Este acontecimento pode ser interpretado como sendo um preludio das grandes perseguições dos mártires durante os primeiros séculos. Com a matança de inocentes, Herodes quis sufocar toda possibilidade de perigo que o levasse a perder seu domínio absoluto. E, para ele o Messias representava uma grande ameaça.
Receba em sua casa a Medalha Exorcística de São Bento! Clique aqui e peça a sua.
São Mateus interpreta a historia da matança dos inocentes sob o ponto de vista do plano salvífico de Deus e a intende em um sentido profético como sendo o cumprimento das Escrituras. É por isso o evangelista faz referencia ao profeta Jeremias, que se narra o lamento da matriarca Raquel pelo povo de Israel, levado ao exílio na Babilônia: «um grito se ouve em Ramá, pranto e lamentos grandes; é Raquel que chora por seus filhos e recusa o consolo, porque já não vivem» (Mt 2,18; cf. Jr 31,15). Para Mateus, os meninos assassinados em Belém representam o povo de Israel e a dor vivida pelas mães é a dor do povo que não reconheceu o Rei-Messias. (JS)
Corroído pelos vermes, morreu em 750 da fundação de Roma, logo depois do nascimento de Jesus, que se deu em 749 da mesma era.
O pranto de mães
Estais a chorar, ó mães infortunadas, porque vossos filhos já não mais existem?
Não choreis, ó mãe felizes, porque vossos filhos existem! Estão, não no mundo enganador e perverso como o rei Herodes, mas num mundo melhor e que jamais se acaba. Morreram, sim, mas para o século. Morreram, mas, olhai, vede que sublime: deram a vida por aquele que é a Vida. São as primícias dos mártires do Senhor Jesus Cristo.
O Coração de Jesus ama tanto as crianças que disse: “Deixai vir a mim as criancinhas”. Nosso Senhor, menino recém-nascido, quis chamar para si, desde cedo as crianças, por esta razão, distribuiu as primeiras palmas do martírio para elas.
Fontes: Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, p. 122 à 124
Espero que este artigo sobre os Santos Inocentes tenha lhe feito muito bem espiritualmente! Nos faz pensar também nos santos inocentes de nossos dias…
Ajude-nos para que consigamos continuar nosso trabalho de catequização das crianças nas Paróquias de todo o Brasil, bem como ajudas materiais também.
2020
São João Paulo II
São João Paulo II
Todos de fato conhecem a fisionomia de São João Paulo II, sua devoção mariana, sua jovialidade e espontaneidade. Tudo ficou marcado na memoria de gerações que tiveram como papa por 27 anos e marcou sua biografia.
No inicio de seu pontificado disse: “Abrir as portas a Cristo, não tenham medo d’Ele”. Esta frase parece resumir todo o período no qual esteva como timoneiro da Barca de Pedro, isto é, a Igreja. É como se ele quisesse que todos os lugares da terra, todas as pessoas abrissem suas portas e seus corações para Cristo e seu verdadeiro amor.
Receba em sua casa a medalha exorcística de São Bento. Clique aqui e peça a sua.
Infância
Seu nome de batismo era Karol Józef Wojtyla. Nasceu no dia 18 de maio de 1920 na cidade de Wadowice, Polônia. Ainda muito pequeno, viu sua irmã mais velha Olga falecer e antes que completasse doze anos, sua mãe morreu de insuficiência renal. Logo depois viu seu irmão mais velho Edmundo partir desta vida.
Ele mesmo nos conta que: “Depois que minha mãe morreu e, mais tarde, com a morte de meu irmão mais velho, fiquei sozinho com meu pai, um homem profundamente religioso. Dia após dia, tenho observado o seu estilo de vida austero … o seu exemplo foi de certa forma o meu primeiro seminário, uma espécie de seminário em casa.”
Juventude
Karol estudou na Universidade Jagiellonian, em Cracóvia. Cursou literatura, teatro e poesia. Foi neste período que conheceu Jan Tyranowski e através dele a obra de São João da Cruz. De tal sorte que aqui ele começou a discernir sua vocação sacerdotal.
Em 1939 seus estudos foram interrompidos quando a Polônia foi invadida pelo exército nazista. A fim de não ser deportado, Karol passou a trabalhar durante o dia em uma pedreira e a noite em uma fábrica de produtos químicos.
Em 1941 seu pai faleceu, vítima de um ataque cardíaco. Em 1944 sobreviveu milagrosamente após se atropelado por um caminhão nazista. Durante este período amadureceu sua vocação, ingressando no seminário clandestino do Cardeal Sapieha.
Receba em sua casa a medalha exorcística de São Bento. Clique aqui e peça a sua.
Sacerdote, Bispo e Cardeal
Na solenidade de todos os santos, no ano de 1946 foi ordenado sacerdote e enviado para Roma a fim de continuar seus estudos. Quando voltou a Polônia tornou-se pároco assistente em Niegowic onde começou seu trabalho com a juventude.
Além disso lecionou por cinco anos na Universidade de Jagiellonian e Ética na Universidade Católica de Lublin. Até que, em 1958 foi sagrado Bispo e nomeado Auxiliar de Cracóvia.
Esteve no Concílio Vaticano II e suas opiniões contribuíram especialmente na redação final da Humanae Vitae, documento promulgado por Paulo VI em 1968. Após isso, foi nomeado Cardeal.
Papa
O Cardeal Wojtyla foi eleito papa no dia 16 de Outubro de 1978, tomou para si o nome de seu predecessor, João Paulo, sendo o 263º sucessor de São Pedro e por 27 anos governou a Igreja.
Quando o mundo conheceu seu brasão e lema de pontificado, souberam que algo havia mudado. Ele manteve o lema de quando ainda era bispo “Totus tuus” “Sou todo teu”, formula abreviada da Consagração como escravo de amor a Maria Santíssima, ensinada por São Luis Maria Grignion de Montfor, santo de grande devoção do papa, escravo de Nossa Senhora.
Ide por todo mundo
João Paulo II possuía um grande espírito missionário. Fez 104 viagens apostólicas visitando 129 países diferentes. O Brasil o recebeu oficialmente três vezes. Em 1980 passou 12 dias percorrendo mais de 14mil quilômetros, visitando Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Aparecida, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Recife, Salvador, Belém, Teresina e Fortaleza.
Retornou em 1991 quando visitou na Bahia Santa Dulce dos Pobres, e em 1997 no Encontro Mundial das Famílias no Rio de Janeiro quando abençoou os brasileiros aos pés do Cristo Redentor.
Receba em sua casa a medalha exorcística de São Bento. Clique aqui e peça a sua.
Os jovens e a Família
São João Paulo II criou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a celebrou 19 vezes durante o pontificado. Instituiu o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia, para relembrar a todos o amor misericordioso de Jesus pela humanidade.
Preocupado com a família, dedicou suas catequeses de quarta-feira para refletir com todos o papel da família, do matrimonio e da vida. Assim, fundou o Pontifício Instituto João Paulo II de Estudos sobre o Matrimônio e a Família.
Tentativa de Assassinato
Foi no dia 13 de maio de 1981 que o mundo assistiu consternado o Papa João Paulo II ser atingido por um tiro na Praça de São Pedro. Surpreendentemente, após recuperar-se, marcou a história com dois fatos importantes: visitou na cadeia e perdoou seu agressor Ali Agca. Depois então, depositou na coroa de Nossa Senhora de Fátima a bala que o havia atingido. Segundo ele, Maria Santíssima o havia livrado da morte.
Ele vai dizer: “Em tudo o que me aconteceu naquele dia, senti a grande proteção da Mãe de Deus, que se revelou mais forte do que a bala mortal”
Contribuição para nossa fé
João Paulo II contribuiu de maneira significativa com a fé e a tradição da Igreja. Seus escritos somam 14 encíclicas, 11 Constituições Apostólicas, 45 cartas apostólicas, 15 exortações além de audiências, homilias e catequeses.
Para trazer ao mundo modelos de vida para todos os cristãos, beatificou 1.338 servos de Deus e canonizou 482 santos. Havia sido assim, até o atual pontificado, o papa que mais canonizou mais que todos os outros papas juntos nos últimos 500 anos.
Morte
O sofrimento é o que mais nos assemelha a Cristo crucificado. Com efeito, João Paulo II viveu de perto esta semelhança. A doença de Parkinson, a perda da fala, os ferimentos do atentado, as diversas cirurgias acompanham o papa em seus últimos dias.
No dia 2 de Abril de 2005, Vésperas do Domingo da Misericórdia, milhares de jovens com velas acesas rezavam debaixo da janela do Papa. Às 21:37 entrou na eternidade após dizer suas últimas palavras: “Deixe-me voltar para a casa de meu Pai”.
Santo súbito
Para a abertura do processo de canonização há um período de espera de cinco anos após a morte do fiel. No entanto, em 2005, Bento XVI anunciou que dispensava João Paulo II deste período, e em 2011 beatificou seu predecessor. Coube a Francisco a canonização em 2014.
Durante a missa de corpo presente, Bento XVI disse: “Podemos ter certeza de que nosso amado Papa João Paulo II está hoje junto à janela da casa do Pai, e de lá nos vê e nos abençoa.
“Abrir as portas a Cristo! Cristo sabe o que está no homem”. A vida deste santo nos mostra que devemos sim, abrir as portas de nossos corações para o amor de Cristo, pois este amor que vai até o fim e não se cansa jamais de nós!
São João Paulo II, rogai por nós.
A Associação Nossa Senhora das Graças trabalha, entre outras motivações, pela catequese e desenvolvimento religioso das crianças em todas as paróquias de todo o Brasil.
Ajude-nos para que, desse modo, possamos continuar este trabalho necessário para elas.
2019
Os Arcanjos
Os Arcanjos
A Natureza dos Anjos
A Bíblia está cheia da existência dos Anjos, de tal forma que aparecem desde o princípio (ver cap. 3 do Gn). Desse modo, no Antigo Testamento, eles aparecem impedindo que Abraão sacrifique Isaac, consolando Agar no deserto (ver caps. 16 e.22 do Gn), bem como alimentando Elias (1 Rs 19), e protegendo os 3 meninos na fornalha (Dn 3). Igualmente em muitas outras passagens.
Assim, o Novo Testamento se abre com a presença do Anjo Gabriel anunciando a Zacarias o nascimento de João Batista, e a nossa Senhora a Encarnação do Verbo (ver Lc 1). E enchem os Evangelhos até à Ascensão de Cristo. Nos Atos dos Apóstolos há várias aparições de Anjos (ver nos Evangelhos e nos Atos as aparições dos Anjos).
Receba a Medalha Milagrosa em sua casa. Clique e peça a sua.
Os Anjos são puros espíritos. Dessa maneira, são substâncias puramente espirituais. Foram criados por Deus para existirem sem corpo. São as criaturas mais perfeitas, porque têm uma natureza mais semelhante à de Deus (puro espírito).
É grande o número dos Anjos. De fato, a Sagrada Escritura fala sempre do exército dos Anjos. Na sua prisão, nosso Senhor disse que podia pedir ao Pai e ele mandaria mais de 12 legiões de anjos em sua defesa (Mt 26, 53). Além disso, o profeta Daniel, descrevendo o trono de Deus, diz que um milhão de anjos o serviam, e mil milhões o assistiam (Dn 7, 10).
A saber, os Anjos estão divididos em 3 hierarquias, e cada uma delas em 3 coros. A primeira hierarquia é a dos que contemplam a Deus: Serafins, Querubins e Tronos. A segunda hierarquia se ocupa do governo do mundo: Dominações, Virtudes e Potestades. A terceira é encarregada de executar as ordens divinas: Principados, Arcanjos e Anjos.
Então, conhecemos, através da Bíblia, apenas o nome de três Arcanjos, os quais, a Igreja comemora no dia 29 de Setembro.
São Miguel
Os anjos foram dotados por Deus de inteligência perfeitíssima e, no entanto, pecaram, revoltando-se contra seu Criador. Mistério do mal… São Miguel, por sua fidelidade, recebeu em prêmio a missão de proteger a Santa Igreja.
São Miguel é o grande capitão do exército celeste. Seu nome Mi-cha-el significa, quem é igual a Deus? Pois, Quando Lúcifer, cego pelo orgulho, quis igualar-se ao Altíssimo, Miguel exclamou com voz trovejante: “Quem é igual a Deus?” E acompanhado pelos anjos fiéis, precipitou do alto dos céus a tropa rebelde dos apóstatas. Assim se tornou o generalíssimo do incontável exército dos santos anjos. Vê-se, nos profetas, que era o protetor do povo de Israel; sobretudo, agora o é da Igreja.
Receba a Medalha Milagrosa em sua casa. Clique e peça a sua.
São Gabriel
São Gabriel, cujo nome significa Força de Deus, anuncia ao profeta Daniel a época da grande obra de Deus, a época do Filho de Deus feito homem, Cristo condenado à morte, a remissão dos pecados, o Evangelho pregado a todas as nações, a ruína de Jerusalém e de seu templo, a condenação final do povo judeu. É o mesmo anjo Gabriel que prediz ao sacerdote Zacarias, no templo, no santuário, junto ao altar dos perfumes, o nascimento de um homem que será chamado João, ou cheio de graça, e que não mais anunciará a vinda do Salvador, mas que o apontará: “Eis o Cordeiro de Deus! Eis quem tira os pecados do mundo!”
É o mesmo arcanjo, sempre enviado para anunciar grandes coisas, que irá à humilde casa de Nazaré anunciar à Virgem Maria a maior de todas as coisas; comunicar que, sem deixar de ser virgem, ela daria à luz ao Filho do Altíssimo, que seria chamado Jesus ou Salvador, porque seria o Salvador do mundo. Pois, é esse glorioso arcanjo que nos ensina a dizer tal como ele: “Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres!”
São Rafael
São Rafael, cujo nome significa Médico ou cura de Deus, dá-se a conhecer a Tobias: “Quando oráveis, vós e Sara vossa nora, ou apresentava o memorial de vossas orações diante do santo; e quando sepultáveis os mortos, estava presente junto de vós. Quando não vos recusáveis a levantar-vos da mesa e deixar vosso jantar para amortalhardes um morto, o bem que praticáveis não permanecia oculto; pois eu estava convosco. E por que éreis agradáveis a Deus, foi necessário que fosseis provados. Agora, porém, Deus enviou-me para curar-vos, a vós e a Sara, esposa de vosso Filho. Sou Rafael, um dos sete anjos que apresentam as orações dos santos, e que podem defrontar a majestade do Santíssimo!
Oração aos Santos Arcanjos
Socorrei-nos, ó Santos Arcanjos, grandes santos irmãos nossos, que sois servos, como nós, diante de Deus. Defendei-nos de nós mesmos, da nossa covardia e tibieza, de nosso egoísmo e de nossa ambição, de nossa inveja e desconfiança, de nossa avidez em procurar a saciedade, a boa vida e a estima.
Desatai as algemas do pecado e do apego a tudo o que passa. Desvenda os nossos olhos que nós mesmos fechamos, para não precisarmos ver as necessidades de nosso próximo, e poder assim ocupar-nos de nós mesmos numa tranquila auto complacência.
Colocai em nosso coração o espinho da santa ansiedade de Deus, para que não deixemos de procurá-lo com ardor, contrição e amor. Contemplai em nós o Sangue do Senhor, que Ele derramou por nossa causa. Observai em nós as lágrimas de Vossa Rainha, que ela derramou sobre nós.
Contemplai em nós, a pobre, desbotada, arruinada imagem de Deus, comparando-a com a imagem íntegra que deveríamos ser por Sua vontade e Seu amor.
Ajudai-nos a conhecer a Deus, a adorá-Lo, a amá-Lo e a servi-Lo. Auxiliai-nos no combate contra os poderes das trevas que traiçoeiramente nos envolvem e nos afligem.
Ajudai-nos para que nenhum de nós se perca e para que um dia estejamos todos jubilosamente reunidos na eterna bem-aventurança.
Amém.
(Via: Canção Nova)
Este artigo sobre os Arcanjos lhe foi útil? Ajude-nos a continuar com esta evangelização. Clique e faça sua doação.
2019
Sua cruz é pesada?
Sua cruz é pesada?
No dia 14 de setembro, a Igreja comemora a festa da Exaltação da Santa Cruz! Neste dia recordamos que a finalidade de nossa vida é o encontro de Jesus. Sem dúvida, em cada dia, em cada ação, devemos encontrar Jesus, como devemos encontrá-lo no fim de nossa peregrinação terrestre.
Logo depois celebramos o dia de Nossa Senhora das Dores, e um pergunta surge: por que Deus permitiu os sofrimentos de sua Mãe? De uma Mãe que tão ternamente amava, que era sem pecados, e que nada tinha que expiar por si mesma?
Jesus amava sua Mãe
Jesus deixou a glória do céu para sofrer na terra. Então, é necessário que, aqueles que o amam, amem também seus sofrimentos. Amar é dar! Jesus deu-se inteiramente a Maria e este Jesus inteiro, é Jesus sofredor, Jesus na Cruz. O sofrimento de Maria Santíssima corresponde ao amor que Deus lhe dedicou.
Nossa Senhora deu o exemplo
O exemplo que Nossa Senhora deu ao mundo é outra razão de suas dores.
Muitas vezes o sofrimento traz ao homem certa desconfiança de Deus, uma surda revolta, um quase desespero. Mas quando sofremos por amor, o efeito é o contrário: ele produz a confiança em Deus, porque é Pai, a obediência, porque é Mestre e amor, porque é Redentor.
Receba a Medalha Milagrosa em sua casa. Clique aqui e peça.
A dor perde os maus, porém, santifica os bons. Isso, porque nos custa aceitar o sofrimento. Para nos facilitar esta aceitação amorosa, Deus nos deu Maria como modelo. Nossa Senhora, com seu coração trespassado por uma espada de dor nos ensina que, qualquer que seja a intensidade e a extensão de nossa dor, podemos olhar para Nossa Senhora e dizer: Ela sofreu isso, com muito mais intensidade do que eu!
Origem das dores de Nossa Senhora
Nossa Senhora tem um conhecimento claro do que é o pecado. Ela havia sido escolhida por Deus para ser a corredentora do gênero humano. O Redentor veio expiar e reparar o pecado, o qual conhecia a fundo, em toda a sua maldade e perversidade.
Foi a vista do pecado que arrancou do Sagrado Coração de Jesus o suor de sangue que manchou a terra do Jardim das Oliveiras. Foram os espinhos do pecado que lhe perfuraram a cabeça e os açoites da perversidade que lhe rasgaram o corpo.
De fato, foi o peso do pecado que o derrubou por terra e foi a crueldade do pecado que o pregou na cruz e abriu o peito.
Pois bem, Maria via o que os olhos dos pecadores não podiam ver: a visão hedionda do pecado do mundo inteiro pesando sobre os ombros de Jesus e fazendo-o vergar sob o peso de sua maldade. Maria via a grandeza de Deus ofendido, como via a maldade do homem revoltado.
Não nos contentemos com uma visão sumária das dores de Nossa Senhora. Nosso olhar enxerga apenas os sofrimentos humanos; é preciso ir ao fundo destas dores para medirmos a razão que as motivaram e de quais fontes emanaram. Tanto as razões, quanto as fontes, foram divinas.
Assim, são três razões, que são três abismos: O amor de Jesus por Maria, o aumento dos méritos da Virgem Maria e seu exemplo para a humanidade.
Essas três razões são alimentadas por três fontes: Maria quereria poder morrer com Jesus, e esta felicidade lhe era tirada. Queria aliviar as dores de seu Filho, e esta consolação lhe era recusada. Vê o horrível pecado matar seu Filho, e não pode afastá-lo.
Receba a Medalha Milagrosa em sua casa. Clique aqui e peça.
Ó vós que passais pelo caminho
Que abismo insondável!
Como a Igreja tem razão de colocar nos lábios da Virgem Dolorosa este texto do profeta Jeremias: “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede, de a há dor semelhante a minha dor”
Leitor, nós, da Associação Cultural e Artística Nossa Senhora das Graças lhe perguntamos: você já sabe qual será sua cruz de hoje?
Mas pouco importa! Seja ela qual for, desde que seja Jesus que nos apresente esta cruz é santa e santificadora. Em qualquer passo da vida, em que você se sinta abandonado, e acreditando que a cruz está pode demais pesada, lembre-se de Nossa Senhora das Dores e assim você terá forças para seguir adiante, pois ela é Mãe, Mãe que se preocupa com seus filhos e carrega com eles a cruz de cada dia! E vem a reflexão: a sua cruz é pesada?
Em suma, Maria é o nosso modelo. Ela, enquanto Nossa Senhora das Dores é um exemplo que nos diz que, para encontrar Jesus glorioso, é preciso antes encontra-Lo sofredor. Para partilhar das consolações e do triunfo, é preciso antes partilhar o peso e o sofrimento da Cruz.
Ajude-nos a continuar com esta evangelização. Clique e faça sua doação.