A Divina Misericórdia
A Divina Misericórdia
São João Paulo II em sua visita ao Santuário da Divina Misericórdia em 1997 disse:
“A mensagem da divina Misericórdia me foi sempre próxima e querida. É como se a história a tivesse inscrito na trágica experiência da segunda guerra mundial. Naqueles anos difíceis, constituiu um particular sustento e uma inexaurível fonte de esperança (…). Dou graças à divina Providência por me ter concedido contribuir pessoalmente para o cumprimento da vontade de Cristo, mediante a instituição da festividade da divina Misericórdia. (…) Rezo incessantemente a Deus para que tenha «misericórdia de nós e do mundo inteiro»
O amor de Deus para com cada homem adapta-se de maneira particular a nossa natureza frágil e débil. A este amor chamamos de MISERICÓRDIA.
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Com efeito, a misericórdia é o amor que se inclina sobre a miséria para a aliviar, remir, elevar para si.
Parece que Deus nos ama atraído pela nossa fraqueza, não porque ela seja amável, mas
porque Ela, bondade infinita, tem compaixão dela e quer supri-la com sua misericórdia.
Com sua perfeição infinita quer curar a nossa imperfeição, com a Sua pureza a nossa impureza, com Sua sabedoria a nossa loucura, com Sua bondade o nosso egoísmo, com Sua fortaleza a nossa Fragilidade.
A misericórdia de Deus não tem limites: nunca nos rejeita por causa dos nossos pecados, nunca se cansa das nossas infidelidades, nunca nos recusa o perdão, mas sempre está pronta a esquecer qualquer ofensa e ingratidão. Por isso, mesmo quando os homens nos condenam Deus usa de sua misericórdia e nos justifica, nos perdoa, como Jesus à mulher adultera: Vai, e não peques mais” (Jo 8,11).
Com a mesma medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidoso
Pois bem, mas até onde chega a nossa misericórdia? Até que ponto sabemos nos compadecer dos defeitos alheios? A medida da nossa misericórdia para com os outros será a medida da misericórdia de Deus para conosco? Lembre-se o que disse Jesus: “Com a mesma medida com que tiverdes medido, também vós sereis medido” (Mt 7,2).
Para derramar sobre nós toda a sua misericórdia, Deus não exige que sejamos impecáveis, mas que sejamos misericordiosos para com nossos irmãos e também sejamos humildes. Não basta, portanto, ser miserável para atrair sobre si a divina misericórdia, é preciso reconhecer humildemente a própria miséria e voltar-se para Deus com plena confiança. Santa Teresinha nos ensina: “o que agrada a Jesus é me ver amar a minha pequenez e minha pobreza, é minha esperança cega na sua misericórdia, eis o meu tesouro”.
Logo, este é o tesouro que supre todas as nossas misérias, fraquezas, recaídas, infidelidades, porque, mediante esta humildade e esta confiança é que obtemos a misericórdia infinita. Então, se este presente de Deus está a nossa disposição, como poderemos desanimar por causa de nossa miséria?
Continua o Papa: O Coração de Cristo! O seu “Sagrado Coração” deu tudo aos homens: a redenção, a salvação, a santificação. Deste Coração superabundante de ternura Santa Faustina Kowalska viu sair dois raios de luz que iluminavam o mundo. ‘Os dois raios segundo quanto o próprio Jesus lhe disse representam o sangue e a água’ (Diário, pág. 132). O sangue recorda o sacrifício do Gólgota e o mistério da Eucaristia; a água, segundo o rico simbolismo do evangelista João, faz pensar no batismo e no dom do Espírito Santo”
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Reconhecer nossas misérias
A devoção a Jesus Misericordioso nos ensina a singela oração “Jesus, confio em Ti”.
De fato, não é verdade que muitas vezes desconfiamos de Deus? Ou pior, não reconhecemos nossas misérias. A falta de confiança é uma enorme ingratidão. Devemos reconhecer nossos defeitos, mas não devemos nos deixar sufocar ou desanimar por eles. Ao contrário, devemos tirar proveito da doença e miséria. Que santo, com exceção de Nossa Senhora, não teve defeitos?
Você conhece aquela conversa de Jesus com São Jerônimo?
Nosso Senhor disse: “Jerônimo, queres me dar um presente?
– Mas, senhor, respondeu o santo, já não vos deu tudo? Minha vida, meus bens, minhas energias, meu sofrimento, minha felicidade, minha alma, tudo é vosso.
– Jerônimo, dá-me mais uma coisa.
– O que, Senhor, o que? Haverá uma fibra do meu coração que não vos pertença?
– Jerônimo, Jerônimo, dá-me uma coisa que ainda não é minha. Guardas ainda, para ti, algo que devia ser meu…
– Falai, Senhor, pedi! De que se trata?
– Jerônimo, dá-me os teus pecados!
Conclusão
São Paulo tem uma palavra consoladora em relação à nossa miséria “Aos que amam a Deus, tudo coopera para o bem”. E Santo Agostinho acrescenta: “até os pecados”. Sim, porque os pecados nos humilham e nossas misérias nos obrigam a desconfiarmos de nós mesmos.
Portanto concluímos convidando você, leitor, a rezar conosco à Nossa Senhora como S. João Paulo II rezou: “Maria, Mãe da Misericórdia, faz com que conservemos sempre viva esta confiança no teu Filho, nosso Redentor. Ajuda-nos também tu, Santa Faustina, que hoje recordamos com particular afeto. Juntamente contigo queremos repetir, fixando o nosso olhar frágil no rosto do divino Salvador: “Jesus, confio em Ti”. Hoje e sempre. Amém”.
Fonte:
1. http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2001/documents/hf_jp-
ii_hom_20010422_divina-misericordia.html
2. CRAWLEY-BOEVEY, Mateo Pe., Jesus Rei de Amor, Ed. Vozes Ltda, 1956, Petropolis-RJ
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