2024
São Guntrano – 28 de Março
São Guntrano – rei | 28 de Março
Deus é rico em misericórdia!
Assim Deus agiu com São Guntrano, rei dos francos, no século VI. O reino dos francos tinha conseguido uma relativa união política por obra do grande rei Clodoveu, que foi o primeiro rei a se converter ao Cristianismo, levado sobretudo pelos exemplos e preces de sua santa esposa, Clotilde. O reino ficou unido também com o filho Clotário, mas os quatro filhos deste repartiram o reino em quatro partes. Uma, a de Borgonha e Orléans, coube a Guntrano, o santo comemorado hoje no Martirológio Romano com este elogio: “Em Cha-lon-sur-Saône, na França, o trânsito de São Guntrano, rei dos francos, o qual se deu tanto às coisas espirituais, que deixou de lado as pompas do século e distribuiu com liberalidade os seus tesouros às igrejas e aos pobres”.
Contudo, Guntrano teve uma vida agitada sob o aspecto moral e político. Sob o aspecto moral seus inícios do reino não foram exemplares. Com uma sociedade decaída teve também comportamento impróprio partilhando da moral dos tempos semibárbaros, um tanto pragmática. Devido ao problema de descendência, não conseguindo filhos, passou sucessivamente a três uniões, mas sem êxito algum. Se nasciam filhos, estes morriam pouco depois, até que se resolveu, não sem graves contrastes, adotar um sobrinho para que fosse herdeiro do trono. “Por causa dos meus pecados, dizia ele, fiquei sem filhos. Peço me seja concedido que este sobrinho seja reconhecido com todos os direitos como meu filho”.
O sobrinho chamava-se Quildeberto e foi de fato seu braço direito no governo e depois seu sucessor no trono.
Desde este tempo Guntrano mudou radicalmente de conduta.
Faleceram os outros três irmãos, cada qual governando uma parte do antigo reino do pai Clotário. Guntrano conseguiu com muito tino diplomático incorporar ao próprio trono os dos irmãos de maneira tal que se deu mais uma vez a unificação do reino dos francos.
O governo de Guntrano durou trinta e um anos e é lembrado na história da França como um período próspero e relativamente tranqüilo.
Os méritos do governo deste rei dizem respeito à devoção sincera à Igreja, sempre pronto à obediência e humildade. Protegeu a liberdade da Igreja, favorecendo-lhe também a difusão. Nos problemas mais delicados do governo sabia recorrer com muita humildade ao conselho dos bispos.
Com seus súditos foi pai bondoso, solícito e grande benfeitor do seu povo nas contingências mais adversas. Foi homem reto nos assuntos administrativos. Legou seu nome a numerosas obras assistenciais; à construção de igrejas, mosteiros e à educação do seu povo.
Com suas orações e jejuns quis expiar os desmandos da juventude.
São Gregório de Tours, contemporâneo e amigo do rei, elogia bastante Guntrano pelas iniciativas da caridade, pelos bons exemplos de piedade, retidão e por ter favorecido a disciplina eclesiástica.
Faleceu com 68 anos de idade em 28 de março de 593. Seu corpo foi sepultado na igreja de São Marcelo em Chalon-sur-Saône por ele construída.
A Igreja ratificou o culto que o povo lhe tributou desde sua morte.
São Ruperto, rogai por nós!
2024
São Ruperto – 27 de Março
São Ruperto – bispo | 27 de Março
Salisburgo é uma bela cidade austríaca, cuja fama está ligada com a do seu filho mais ilustre, Wolfgang Amadeus Mozart. Salisburgo significa cidade do sal. O seu primeiro bispo e padroeiro principal é representado com um saleiro na mão. É o único santo local festejado, nas regiões de língua alemã e na Irlanda, pois foi o modelo para os monges irlandeses.
São Ruperto descendia dos rupertinos, importante família que dominava com o título de conde a região do médio e do alto Reno. Desta família nasceu também outro são Roberto (ou Ruperto) de Bingen, cuja vida foi escrita por santa Hildegarda. Os rupertinos eram parentes dos carolíngios e o centro de suas atividades era em Worms. Aí são Ruperto recebeu sua formação de cunho monástico irlandês. Em 700, como seus mestres, se sentiu impulsionado à pregação e ao testemunho monástico e foi à Baviera. Apoiado pelo conde Teodo de Baviera, fundou perto do lago Waller, a 10 km de Salisburgo, uma igreja dedicada a são Pedro. O lugar, porém, não pareceu próprio para os fins de Ruperto que pediu ao conde outro terreno perto do rio Salzach, próximo à antiga cidade romana de Juvavum.
O mosteiro que ali construiu, dedicado a são Pedro, é o mais antigo da Áustria e está ligado com o núcleo de Nova Salisburgo. Seu desenvolvimento deveu-se também à colaboração de doze conterrâneos seus. Desses, Cunialdo e Gislero foram honrados como santos. Perto do mosteiro de são Pedro surgiu um mosteiro feminino que foi confiado à direção da abadessa Erentrude, sobrinha do santo.
Foi este punhado de corajosos que fez surgir a Nova Salisburgo. São Ruperto é justamente reconhecido como seu fundador. Ele morreu no dia da Páscoa, 27 de março de 718. Suas relíquias são conservadas na magnífica catedral de Salisburgo, edificada no século XVII.
São Ruperto, rogai por nós!
2024
Sua cruz é pesada?
Sua cruz é pesada?
No dia 14 de setembro, a Igreja comemora a festa da Exaltação da Santa Cruz! Neste dia recordamos que a finalidade de nossa vida é o encontro de Jesus. Sem dúvida, em cada dia, em cada ação, devemos encontrar Jesus, como devemos encontrá-lo no fim de nossa peregrinação terrestre.
Logo depois celebramos o dia de Nossa Senhora das Dores, e um pergunta surge: por que Deus permitiu os sofrimentos de sua Mãe? De uma Mãe que tão ternamente amava, que era sem pecados, e que nada tinha que expiar por si mesma?
Jesus amava sua Mãe
Jesus deixou a glória do céu para sofrer na terra. Então, é necessário que, aqueles que o amam, amem também seus sofrimentos. Amar é dar! Jesus deu-se inteiramente a Maria e este Jesus inteiro, é Jesus sofredor, Jesus na Cruz. O sofrimento de Maria Santíssima corresponde ao amor que Deus lhe dedicou.
Nossa Senhora deu o exemplo
O exemplo que Nossa Senhora deu ao mundo é outra razão de suas dores.
Muitas vezes o sofrimento traz ao homem certa desconfiança de Deus, uma surda revolta, um quase desespero. Mas quando sofremos por amor, o efeito é o contrário: ele produz a confiança em Deus, porque é Pai, a obediência, porque é Mestre e amor, porque é Redentor.
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A dor perde os maus, porém, santifica os bons. Isso, porque nos custa aceitar o sofrimento. Para nos facilitar esta aceitação amorosa, Deus nos deu Maria como modelo. Nossa Senhora, com seu coração trespassado por uma espada de dor nos ensina que, qualquer que seja a intensidade e a extensão de nossa dor, podemos olhar para Nossa Senhora e dizer: Ela sofreu isso, com muito mais intensidade do que eu!
Origem das dores de Nossa Senhora
Nossa Senhora tem um conhecimento claro do que é o pecado. Ela havia sido escolhida por Deus para ser a corredentora do gênero humano. O Redentor veio expiar e reparar o pecado, o qual conhecia a fundo, em toda a sua maldade e perversidade.
Foi a vista do pecado que arrancou do Sagrado Coração de Jesus o suor de sangue que manchou a terra do Jardim das Oliveiras. Foram os espinhos do pecado que lhe perfuraram a cabeça e os açoites da perversidade que lhe rasgaram o corpo.
De fato, foi o peso do pecado que o derrubou por terra e foi a crueldade do pecado que o pregou na cruz e abriu o peito.
Pois bem, Maria via o que os olhos dos pecadores não podiam ver: a visão hedionda do pecado do mundo inteiro pesando sobre os ombros de Jesus e fazendo-o vergar sob o peso de sua maldade. Maria via a grandeza de Deus ofendido, como via a maldade do homem revoltado.
Não nos contentemos com uma visão sumária das dores de Nossa Senhora. Nosso olhar enxerga apenas os sofrimentos humanos; é preciso ir ao fundo destas dores para medirmos a razão que as motivaram e de quais fontes emanaram. Tanto as razões, quanto as fontes, foram divinas.
Assim, são três razões, que são três abismos: O amor de Jesus por Maria, o aumento dos méritos da Virgem Maria e seu exemplo para a humanidade.
Essas três razões são alimentadas por três fontes: Maria quereria poder morrer com Jesus, e esta felicidade lhe era tirada. Queria aliviar as dores de seu Filho, e esta consolação lhe era recusada. Vê o horrível pecado matar seu Filho, e não pode afastá-lo.
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Ó vós que passais pelo caminho
Que abismo insondável!
Como a Igreja tem razão de colocar nos lábios da Virgem Dolorosa este texto do profeta Jeremias: “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede, de a há dor semelhante a minha dor”
Leitor, nós, da Associação Cultural e Artística Nossa Senhora das Graças lhe perguntamos: você já sabe qual será sua cruz de hoje?
Mas pouco importa! Seja ela qual for, desde que seja Jesus que nos apresente esta cruz é santa e santificadora. Em qualquer passo da vida, em que você se sinta abandonado, e acreditando que a cruz está pode demais pesada, lembre-se de Nossa Senhora das Dores e assim você terá forças para seguir adiante, pois ela é Mãe, Mãe que se preocupa com seus filhos e carrega com eles a cruz de cada dia! E vem a reflexão: a sua cruz é pesada?
Em suma, Maria é o nosso modelo. Ela, enquanto Nossa Senhora das Dores é um exemplo que nos diz que, para encontrar Jesus glorioso, é preciso antes encontra-Lo sofredor. Para partilhar das consolações e do triunfo, é preciso antes partilhar o peso e o sofrimento da Cruz.
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2024
São Ludgero – 26 de Março
São Ludgero – bispo | 26 de Março
São Ludgero foi o primeiro bispo de Munster. Nasceu em 745, em Suescnom, na Frísia. Pertencia a família nobre. Naquela época o cristianismo saíra das fronteiras do império romano e chegara à Alemanha. Nesta obra missionária que atingiu o máximo desenvolvimento com são Bonifácio, encontramos empenhado são Ludgero, discípulo de são Gregório e de Alcuíno de York. Depois da ordenação sacerdotal, recebida em Colônia em 777, Ludgero se dedicou à evangelização da região pagã da Frísia, onde são Bonifácio sofrera o martírio.
Os métodos usados por Carlos Magno para evangelizar e sujeitar este povo estavam muito pouco em sintonia com o espírito do Evangelho. Em 776, durante a primeira expedição, o monarca impôs o batismo a todos os guerreiros vencidos; mas a revolta de Widukindo foi acompanhada de apostasia geral. Ludgero teve de fugir e depois de parar em Roma, chegou ao Montecassino, onde vestiu o hábito monacal sem todavia emitir os votos religiosos.
A revolta de Widukindo foi reprimida em 784 e a repressão foi dura. Rejeitar o batismo ou quebrar o jejum quaresmal eram passíveis de morte. Mas este regime de terror tornava odioso o cristianismo, que não obstante isso produziu bons frutos graças a alguns autênticos arautos do Evangelho como era o caso de são Ludgero. Carlos Magno foi procurá-lo em Montecassino, encarregando-o de retomar a missão na Frísia. Ofereceu-lhe o bispado vacante de Tréveros. O santo recusou.
Em 795 fundou no território da Saxônia o mosteiro em volta do qual cresceu a atual cidade de Munster (mosteiro). Construiu igrejas e escolas, fundou novas paróquias e as confiou aos sacerdotes que ele mesmo formara… Morreu no dia 26 de março de 809 e logo depois foi venerado como santo.
São Ludgero, rogai por nós!
2024
Anunciação do Senhor – 25 de Março
Solenidade da Anunciação do Senhor | 25 de Março
Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”
Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti’. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’” (cf. Lc 1,26-38).
Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de todos, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o ‘sim’ do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário ‘sim’ humano da Virgem Santíssima.
Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
“Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
2024
Domingo de Ramos
Domingo de Ramos, início das dores
Com a Encarnação do Verbo a obra das trevas conheceu sua ruína. E o confronto entre o bem e o mal encontrará sua arquetipia, até o fim dos tempos, na luta implacável de Nosso Senhor contra os escribas e os fariseus, narrada longamente por todos os evangelistas. O maldito filão do mal encontrou diante de si um Varão que fundou uma Instituição para combatê-lo, o Homem-Deus diante do qual foi obrigado a ouvir as verdades mais contundentes e penetrantes, a ponto de ser-lhe arrancada a máscara da hipocrisia, aos olhos de todo o povo.
Na Liturgia do Domingo de Ramos vamos assistir ao desfecho dessa luta. Nesse dia a Igreja comemora, ao mesmo tempo, as alegrias da entrada triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém e o início de sua Via Sacra, com a proclamação da Paixão no Evangelho da Missa. Abre-se, assim, a Semana Santa, talvez o período do Ano Litúrgico mais cogente, durante o qual as principais celebrações se sucedem, convidando-nos a considerar com especial fervor os acontecimentos que constituem o cerne de nossa Redenção.
Entrada triunfal em Jerusalém
Entre os numerosos milagres realizados pelo Divino Mestre, nenhum produzira tanta comoção em Israel quanto a ressurreição de Lázaro (cf. Jo 11, 1-44). A uma simples ordem, o morto de quatro dias saíra do túmulo andando, em perfeita saúde. Por evidenciar de forma tão grandiosa o poder divino de Jesus, o prodígio ocasionou um forte surto de fervor popular e muitos judeus passaram a crer n’Ele. Em contrapartida, tal fato acirrou ao extremo o ódio dos pontífices e fariseus. Reunido o Sinédrio, deliberou este acerca dos meios para fazer cessar a crescente fama de Nosso Senhor e, “desde aquele momento, resolveram tirar-Lhe a vida” (Jo 11, 53).
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O Redentor, que tudo sabia, já tinha conhecimento desta decisão oficial do Sinédrio quando começou a viagem de volta à Cidade Santa, nas vésperas das comemorações da Páscoa. No caminho Ele advertira os discípulos a esse respeito, ao anunciar-lhes pela terceira vez a Paixão: “Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas; condená-Lo-ão à morte e entregá-Lo-ão aos gentios” (Mc 10, 33).
Contudo, nada fez para impedir a afluência das pessoas que acorriam ao seu encontro e passavam a segui-Lo durante o percurso. Eram israelitas em sua maior parte, os quais também se dirigiam ao Templo para celebrar a Páscoa, de modo que, quanto mais se aproximava da cidade, maior se tornava o número dos que O acompanhavam. Saindo de Jericó, por exemplo, registra São Mateus que uma grande multidão O seguiu” (20, 29), e São João menciona outra “grande multidão de judeus” (12, 9) que se concentrou em Betânia ao saber que Jesus ali havia chegado. Toda essa gente foi com Ele a Jerusalém, pelo que “bem se pode supor que formavam o cortejo várias centenas, e até mesmo milhares de pessoas.
É precisamente a essa altura do percurso, nas proximidades de Betânia e Betfagé, que se inicia o trecho de São Lucas recolhido para o Evangelho da Procissão do Domingo de Ramos do Ano C.
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Os louvores começaram logo que Nosso Senhor montou o jumentinho, ainda na estrada. À sua passagem o povo ia estendendo os mantos no chão e completava esse improvisado tapete com ramos colhidos das árvores (cf. Mt 21, 8; Mc 11, 8). Quando já se podia divisar o Templo — o que, segundo indicação precisa de São Lucas, corresponde a “perto da descida do Monte das Oliveiras” —, a multitudinária procissão irrompeu em exclamações e brados de alegria: “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor! Paz no Céu e glória nas alturas!”.
Tal movimentação pôs em alvoroço a cidade, que regurgitava de peregrinos vindos de todas as regiões da Palestina, os quais, saindo ao encontro de Jesus com ramos de palmas nas mãos, uniram-se à caravana, para também aclamá-Lo (cf. Jo 12, 12-13).
Esse cortejo triunfal — mas quão modesto para Aquele que é Rei e Criador do universo! — realizava literalmente a profecia messiânica de Zacarias: “Dança de alegria, cidade de Sião; grita de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho de uma jumenta” (9, 9).
Inteira conformidade com a vontade do Pai
Ora, até então Nosso Senhor sempre evitara qualquer homenagem ostensiva à sua realeza, impondo silêncio àqueles que reconheciam n’Ele o Salvador. No momento em que o povo quis proclamá-Lo rei, logo após a primeira multiplicação dos pães, Ele Se havia esquivado, retirando-Se sozinho para um monte (cf. Jo 6, 15). Na entrada em Jerusalém neste dia, pelo contrário, aceitou com inteira naturalidade as honras e aplausos. Tal atitude, além de permitir que as pessoas por Ele beneficiadas manifestassem sua gratidão de maneira formal, tinha em vista também a Paixão, pois era preciso ficar notório e testemunhado pelo próprio povo que o Crucificado era o descendente de Davi por excelência, o Messias esperado.
Vemos aqui ressaltada a plena conformidade de Nosso Senhor com a vontade do Pai.
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Quando Lhe foi pedido o apagamento, o Divino Redentor o abraçou por completo: nasceu numa Gruta da pequena Belém e recebeu tão somente a adoração dos pastores e dos Magos vindos de terras longínquas. A única reação de Jerusalém à notícia de seu nascimento fora a perturbação (cf. Mt 2, 3), e nenhum de seus habitantes saíra à procura do rei dos judeus recém-nascido para Lhe prestar homenagens.
Entretanto, chegado o momento propício de sua glorificação pelos homens, Ele acolheu com benevolência os brados que O proclamavam Rei de Israel, assim como, durante anos, aceitara ser chamado de “filho do carpinteiro” (Mt 13, 55).
Na resposta à insolente interpelação dos fariseus pedindo-Lhe que censurasse seus aclamadores, Jesus deixou bem claro ser esse triunfo a realização de um desígnio divino, o qual se cumpriria mesmo se os homens se negassem a louvá-Lo: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”.
Triunfo prenunciador da Paixão
Um detalhe da cerimônia litúrgica indica outro aspecto do Domingo de Ramos, sem o qual não nos seria possível entender seu significado mais profundo: o sacerdote celebra revestido dos paramentos vermelhos, cor própria à comemoração dos mártires.
Devido à sua personalidade divina, para Nosso Senhor tudo é presente, tanto o passado quanto o futuro. Por conseguinte, Ele via que dentro de alguns dias, uma vez mais, estrugiriam nas ruas de Jerusalém brados bem diferentes dos que então O reconheciam como Filho de Davi. Diante de Pilatos, o populacho vociferaria pedindo sua crucifixão e a libertação do vulgar bandido, Barrabás.
Os pintores católicos que reproduziram a cena apresentam Nosso Senhor recebendo com certo bom grado aquela homenagem, mas com um fundo de tristeza e ao mesmo tempo de severidade, porque Ele compreendia o que aquilo tinha de vazio, e que o povo que O aclamava, sem pensar nisso, reconhecia a sua própria culpa. […] Ele desfila bondoso e triste; Ele sabe o que O espera.
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O triunfo de Jesus em Jerusalém não era senão o prenúncio de seu martírio na Cruz. Os evangelistas, sempre muito sintéticos, tiveram especial diligência ao consignar a Paixão de Cristo, acontecimento de importância ímpar na História. É por isso que o Evangelho da Missa deste domingo excede em extensão o habitual dos demais, o que impossibilita comentar cada um de seus versículos no exíguo espaço de um artigo. Façamos, então, uma reflexão que nos coloque na adequada perspectiva para contemplar as maravilhas oferecidas pela Liturgia do Domingo de Ramos, de modo a obtermos os melhores frutos para nossa vida espiritual.
Ajude-nos a continuar nosso trabalho de evangelização e catequese de crianças em todo Brasil.
2024
Santa Catarina da Suécia – 24 de Março
Santa Catarina da Suécia – religiosa | 24 de Março
Nasceu na Suécia, de família ligada aos reis. Sua mãe era Santa Brígida, que após o falecimento do esposo, se tornou uma peregrina até instalar-se em Roma.
Catarina foi formada na Abadia de Bisberg, permanecendo ali até casar-se. Não demorou muito tempo e seu esposo veio a falecer. Tinha um coração rendido a uma intimidade profunda com Deus, abriu-se a uma consagração total e foi viver junto de sua mãe em Roma, onde permaneceram por 23 anos.
Tornou-se Abadessa em Valdstena, onde permaneceu até sua morte em 1381.
Santa Catarina da Suécia, rogai por nós!
2024
Santa Léia – 22 de Março
Santa Léia – viúva e religiosa | 22 de Março
Pouco se conhece sobre a vida de Léia, uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna.
Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência.
A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade.
Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela .
Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade.
Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.
Santa Léia, rogai por nós!
2024
São Nicolau de Flüe – 21 de Março
São Nicolau de Flüe – eremita | 21 de Março
Comemoramos a vida santa de um eremita, São Nicolau de Flüe, que nasceu na Suíça, em 1417, e passou sua juventude ajudando o pai em trabalhos práticos, sempre inclinado à vida religiosa.
A pedido do pai, casou-se com Doroteia, que muito o levou para Deus, tanto que juntos educaram os dez filhos para a busca da santidade. Aconteceu que, em comum acordo, e com os filhos já educados, Nicolau retirou-se na solidão, perto de sua casa, porém, com o propósito de se dedicar exclusivamente a Deus, pois era um homem popular devido aos diversos cargos públicos e administrativos que ocupara na sociedade.
São Nicolau entregou-se totalmente à vida de oração, penitência e jejuns, sem deixar de participar nas Santas Missas de domingo e dias santos, além de ter assumido uma tábua como cama; por travesseiro, uma pedra, e de primeiro frutas e ervas como alimento, isto até chegar a se alimentar somente da Eucaristia. Todo este processo estendeu-se progressivamente por 33 anos.
Nicolau, que morreu com setenta anos, ao ir para o eremitério com 37 anos, em nada se alienou ao mundo. Pôde ele servir com conselhos e interferir pacificamente nas dificuldades entre católicos e protestantes, a ponto de ser amado e tomado como modelo de pacificador e pai da pátria.
São Nicolau de Flüe, rogai por nós!
2024
Santo Ambrósio de Sena – 20 de Março
Santo Ambrósio de Sena – presbítero | 20 de Março
O santo de hoje nasceu no ano de 1220, em Sena, Itália, dentro de um contexto familiar diferente. Ao ter nascido com uma deformação física, sua família – nobre – o renegou e o entregou a uma ama de leite, que recebeu a ordem de viver com a criança afastada deles. Isso tudo foi providência na vida de Ambrósio, porque essa ama, mulher de fé, foi uma verdadeira mãe, o alimentado e, assim, foi acontecendo a recuperação do menino.
Com uma certa idade, a família o acolheu. Ambrósio estava no processo de cura interior de reconciliação, mas já os havia perdoado. Aceitou, para um bem maior, os bens terrenos que ele teve como direito, usando-os para o bem dos pobres. O castelo foi se tornando aos poucos um hospital, lugar de acolhimento aos mais necessitados. Com 18 anos, renunciou a tudo e foi para os Dominicanos, tornando-se um pregador cheio do Espírito Santo. Um homem do perdão e da reconciliação. Faleceu em Sena, durante uma pregação. Morreu no serviço, no ministério.
Santo Ambrósio, rogai por nós!