2024
Todos os fiéis defuntos – 02 de Novembro
Todos os fiéis defuntos | 02 de Novembro
Em vez de propor-nos, hoje, a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos. A comemoração de todos os fiéis defuntos foi instituída neste dia a fim de socorrer, por boas obras gerais, os que não se beneficiam de preces especificamente dedicadas a eles. Deve-se a uma iniciativa tomada pelos monges beneditinos por volta do ano 1000. O abade São Odilo, superior mosteiro de Cluny na França, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Essa comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, de tal modo que, aos poucos, se tornou universal a dedicação de dois de novembro à memória dos irmãos já falecidos.
“Irmãos, nos diz São Paulo apóstolo, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem.” (ITs 4,13-14).
Essa exortação de Paulo é dirigida também a cada um de nós. O Dia dos Finados não é dia de tristeza nem lamúrias, como o é para aqueles que não tem fé, mas é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração de sufrágio. A doutrina relativa aos finados põe em admirável luz a harmonia entre a justiça e a bondade de Deus Pai, de tal modo que também os corações mais frios não resistem hoje a um saudoso pensamento de piedade religiosa em favor dos irmãos falecidos.
A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. Quanto a isso o Catecismo da Igreja Católica afirma:
“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)
Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas. Esta doutrina já era conhecida no Antigo Testamento. De fato, lemos, no Segundo livro do Macabeus, que, depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviados ao Templo de Jerusalém solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra, pois ele concluiu: É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” ( 2Mc 14,45). Também Jesus Cristo fez alusão aos pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.
Orações de sufrágio em favor das almas dos mortos sempre foram praticadas nas Igrejas desde os primeiros séculos. Nas catacumbas romanas onde se sepultavam os cristãos há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam dos irmãos na fé. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
Indulgência:
No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).
Oração pelos falecidos:
Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém (Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.
2024
Todos os santos – 01 de Novembro
Todos os Santos | 01 de Novembro
“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).
Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.
Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isso, hoje, vivemos essa Tradição, na qual nossa Mãe Igreja nos convida a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. Na verdade, é um convite a olharmos para o Alto, pois, neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
Todos esses combatentes de Deus merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida desses acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isso, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef 2,19).
Neste dia, a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).
Todos os santos de Deus, rogai por nós!
2024
Santo Afonso Rodrigues – 31 de Outubro
Santo Afonso Rodrigues – religioso | 31 de Outubro
Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532. Pertencente a uma família cristã, teve de interromper seus estudos no primário, pois, com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares que amou tanto quanto os dois filhos, mas infelizmente, todos, com o tempo, faleceram.
Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso e assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e depois do noviciado foi enviado para o colégio de formação. No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos prestava vários serviços, e dentre as virtudes heroicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, a obediência foi a sua prova de verdadeira humildade.
Santo Afonso sabia ser simples, pois aceitava com amor toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus. Tinha como regra: “Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina”. Este santo encantador, com sua espiritualidade ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver quanto ao futuro apostolado na Colômbia.
Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617.
Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!
2024
Beata Retistuta Kafka – 30 de Outubro
Beata Retistuta Kafka – virgem e mártir | 30 de Outubro
Seu nome de batismo era Helene. Seus pais se chamavam Anton e Maria Kafka. Ela nasceu em 1 de maio de 1894, na cidade de Brno, situada na atual República Checa. Dois anos depois, em 1896, a família Kafka mudou-se para a cidade de Viena que, na época, era a capital do Império Austro-Húngaro.
Em Viena, a jovem Helene estudou e formou-se como enfermeira. Ela alimentava em seu coração o desejo de tornar-se religiosa. Seus pais, porém, reprovavam esta ideia. A princípio, ela se conformou. Mas, depois, quando completou vinte anos, seus pais compreenderam que sua vocação era verdadeira e abençoaram sua vontade. Assim, ela entrou para a Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã. Ao fazer os votos, adotou o nome composto de irmã Maria Retistuta. Maria, em homenagem a sua mãe; e Restituta, em homenagem a uma santa mártir do século I.
Irmã Maria Retistuta recebeu um apelido carinhoso: “irmã Resoluta”. Isso por causa de sua maneira delicada e decidida, e por causa de sua segurança e competência no exercício da enfermagem, especialmente no auxílio às cirurgias e também como anestesista. Trabalhando no hospital de Modling, na cidade de Viena, Irmã Maria Retistuta passou a ser referência as enfermeiras, médicos e, muito especialmente, para os enfermos.
Irmã Maria Retistuta soube, como ninguém, comunicar o amor pela vida aos doentes, estivessem eles na alegria ou na dor. Durante vários anos ela serviu a Deus na pessoa dos doentes. Para eles, ela estava sempre disponível, atenciosa, carinhosa e competente.
Em 1938, Hitler ordenou que o exército ocupasse a Áustria. Por isso, Viena passou a ser uma das bases mais importantes do comando nazista. Imediatamente, Irmã Maria Restituta colocou-se contra aquela loucura. Não teve receios de deixar claro que, sendo a favor da vida, jamais apoiaria o nazismo de Hitler, assumindo as consequências disso.
Pouco tempo depois, a perseguição nazista começou no hospital onde Irmã Maria Retistuta trabalhava. Em determinado momento, os nazistas começaram a retirar o crucifixo até mesmo das salas de cirurgia. Irmã Maria Retistuta, porém, com serenidade, recolocava-o no lugar. E fazia isso de cabeça erguida, forte, cheia de fé, desafiando os nazistas. Por isso, os nazistas a prenderam em 1942.
Irmã Maria Retistuta, presa pelos nazistas, fez da prisão um lugar de graças, com o intuito de honrar o nome que adotara em seus votos perpétuos, ou seja, Restituta, que significa aquela que foi restituída para Deus. Ela esteve durante cinco meses na prisão antes de ser morta. Nesses meses, foi exemplo de fé, oração, perseverança e coragem diante de todas as humilhações e sofrimentos causados pelos nazistas.
No dia 30 de março de 1943, Irmã Maria Retistuta foi decapitada. Sabendo de seu destino, antes de morrer enviou uma mensagem para as franciscanas: “Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer”. E diante dos assassinos nazistas, permaneceu firme. Antes que o carrasco cortasse sua cabeça, ela pediu ao capelão: “Padre, faça-me na testa o sinal da cruz”. O padre fez o sinal da Cruz de Cristo em sua testa e ela foi decapitada, dando testemunho de Cristo.
Irmã Maria Retistuta foi declarada bem-aventurada pelo Papa João Paulo II, no ano 1998. Sua celebração litúrgica foi estabelecida para o dia 30 de outubro, porque esta é a data em que os nazistas decretaram sua sentença de morte.
Beata Retistuta Kafka, rogai por nós!
2024
São Narciso – 29 de Outubro
São Narciso – bispo | 29 de Outubro
O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.
Eusébio narra que, em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho e, com sua bênção, a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.
Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. “Que me queimem vivo – disse o primeiro – se eu minto”. “E a mim, que me devore a lepra”, disse o segundo. “E que eu fique cego”, acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde iria, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.
Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento; por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.
São Narciso, rogai por nós!
2024
São Simão e São Judas Tadeu – 28 de Outubro
São Simão e São Judas Tadeu – apóstolos | 28 de Outubro
São Simão: Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa “zeloso”. Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia. IsSo vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.
Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia, foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos. Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.
São Judas Tadeu: Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).
Temos uma epístola de Judas “irmão de Tiago”, que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente”. Orígenes achava esta epístola “cheia de força e de graça do céu”.
Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu. Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.
São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.
São Simão e São Judas Tadeu, rogai por nós!
2024
São Frumêncio – 27 de Outubro
São Frumêncio – bispo | 27 de Outubro
Frumêncio é o nome do primeiro bispo missionário da Etiópia, e na sua história há coisas incríveis. No tempo do imperador Constantino um velho preceptor, chamado filósofo pelo próprio Rufino, voltava a Tiro de uma viagem à Índia, costeando as margens da África. Acompanhavam-no dois jovens discípulos, Edésio e Frumêncio. Durante uma parada no porto de Adulis, junto a Massaua, um grupo de etíopes assaltou a embarcação, matando todos os passageiros, com exceção de Edésio e Frumêncio. Conta-se que no momento do massacre os dois meninos estavam à parte, debaixo de uma árvore, enlevados na leitura de um livro. Conduzidos ambos como escravos à corte de Axum, tornaram-se benquistos pelo rei, que os conservou no seu serviço, Frumêncio como secretário e Edésio como copeiro.
Com a morte do rei, aguardando que o herdeiro se tornasse maior, o poder foi exercido pela rainha, que tinha confiado a Frumêncio a educação do futuro rei. Foi nesse período que ambos, entrando em contato com comerciantes greco-romanos, obtiveram da rainha a licença para erguer uma igreja próxima ao porto. Essa foi a primeira semente do cristianismo, que teve rápido desenvolvimento. Edésio e Frumêncio pediram e obtiveram do novo rei a licença de voltar à pátria. O primeiro foi a Tiro, onde encontrou Rufino, o futuro historiador, a quem contou sua história. Frumêncio foi para Alexandria para aí encontrar o grande bispo Atanásio e propor-lhe enviar-lhe à Etiópia um bispo e um grupo de missionários. Atanásio ouviu com vivo interesse a sua história, depois decidiu consagrar bispo o próprio Frumêncio e mandá-lo de volta a Etiópia com alguns missionários.
Frumêncio foi acolhido cordialmente pelo amigo rei Ezana, que foi um dos primeiros a aderir ao Evangelho e com ele a maior parte dos seus súditos. Frumêncio, chamado pelos etíopes de ABBA SALAMA, portador de luz, foi enumerado entre os maiores missionários cristãos e um dos mais felizardos semeadores da Boa Nova, se considerarmos a extraordinária colheita que produziu no decorrer dos séculos aquela semente de amor aos estudos.
Se Frumêncio não tivesse se separado, em companhia de Edésio, para se ocupar na leitura o tempo em que aguardava no porto de Adulis, provavelmente teria sido morto à espada pelos negros que tinham assaltado o navio estacionado e não teria podido levar a mensagem evangélica a uma população, a etíope, que lhe teria sido fiel também na tempestade islâmica no século VII.
São Frumêncio, rogai por nós!
2024
Santo Evaristo – 26 de Outubro
Santo Evaristo – papa e mártir | 26 de Outubro
É preciso dizer logo que temos muito poucas informações certas a respeito de santo Evaristo, um dos primeiros sucessores de Pedro. Santo Ireneu e santo Eusébio indicam-no como sucessor imediato de são Clemente, e por isso foi por volta do ano 100 que ele se tornou papa, ou mais exatamente bispo de Roma. Esse esclarecimento faz-se oportuno, pois então o título de papa, ou seja pai, era conferido a qualquer autoridade religiosa: só a partir do século VI ficou reservado ao pontífice romano. É incerta a data precisa do início do pontificado de santo Evaristo. Júlio Africano apresenta-o como papa de 97 a 105, enquanto o Liber Pontificalis esclarece que foi papa durante nove anos e dez meses, exercendo o pontificado sob os imperadores Domiciano († 96), Nerva (96-98), Trajano († 117), e mais precisamente do consulado de Valente e Vetus (96) ao de Galo e Bradua (108).
O mesmo Liber informa que era grego originário de Antioquia, enquanto seu pai, de nome Judas, era judeu de Belém. É ainda o mesmo Liber que atesta o martírio de santo Evaristo, e este testemunho é acolhido pelo Martirológio Romano, que escreve precisamente: “Em Roma, santo Evaristo, papa e mártir, que, sob o Imperador Adriano empurpurou com o seu sangue a Igreja de Deus”. Mas a notícia está bastante falha nos fundamentos, a tal ponto que os redatores do novo calendário julgaram oportuno redigir a seguinte nota: “A memória de santo Evaristo, introduzida no calendário romano no século XI, seja eliminada: por título algum santo Evaristo pode ser contado entre os mártires, e o dia da sua morte não é conhecido”.
Ainda mais lendárias aparecem as notícias de duas disposições tomadas por santo Evaristo no exercício do seu pontificado: a distribuição dos sacerdotes de Roma nos vinte e cinco títulos ou igrejas paroquiais da cidade, que teriam sido instituídas já por são Cleto; e que os diáconos estivessem ao lado do bispo enquanto este pregava e proclamava o prefácio da missa, para testemunhar, em caso de necessidade, a ortodoxia e também para conferir maior solenidade à celebração.
Santo Evaristo, rogai por nós!
2024
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão – 25 de Outubro
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão – presbítero | 25 de Outubro
Conhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão, popularmente conhecido como Frei Galvão, nasceu no dia 10 de maio de 1739 na cidade de Guaratinguetá (SP).
Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.
O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.
Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.
Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.
Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”.
Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.
Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822”. Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.
Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”.
O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós!
2024
Santo Antônio Maria Claret – 24 de Outubro
Santo Antônio Maria Claret – bispo | 24 de Outubro
O santo lembrado hoje foi de muita importância para a Igreja, que guarda o testemunho de sua santidade. Ele mereceu a frase do Papa Pio XI que disse: “Antônio Maria Claret é uma figura verdadeiramente grande, como apóstolo infatigável”. Nasceu em 1807, em Sallent (Província de Barcelona – Espanha), ao ser batizado recebeu o nome de Antônio João, ao qual ele veio depois acrescentar o de Maria como sinal de sua especial devoção a Santíssima Virgem: “Nossa Senhora é minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, meu tudo, depois de Cristo”.
Antônio Maria ajudou o pai numa fábrica de tecidos até os 22 anos quando entrou para o seminário de vida, pois almejava um sacerdócio santo e, como padre, desejou consagrar-se nas difíceis missões da Espanha. Ao ver a pobreza dos missionários e as portas se abrindo, Antônio Maria, com amigos, tratou de fundar a “Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria”, conhecidos como Claretianos.
O Carisma era evangelizar todos os setores, por meio da caridade de Cristo que constrangia, por isso dizia: “Não posso resistir aos impulsos interiores que me chamam para salvar almas. Tenho sede de derramar o meu sangue por Cristo!”. Mal tinha fundado a Congregação, o Espírito o nomeou para Arcebispo de Santiago de Cuba, onde fez de tudo, até arriscar a própria vida, para defender os oprimidos da ilha e converter a todos, conta-se que ao chegar às terras cubanas foi logo visitar e consagrar o apostolado à Nossa Senhora do Cobre.
Com os amigos, o Arcebispo Santo Antônio Maria Claret evangelizou milhares de almas, isso por meio de missões populares e escritos, que chegaram a 144 obras. Fundador das Religiosas de Maria Imaculada, voltou à Espanha, também tornou-se confessor e conselheiro particular da rainha Isabel II; participou do Concílio Vaticano I e, ao desviar-se de calúnias, retirou-se na França onde continuou o apostolado até passar pela morte e chegar na glória em 24 de outubro de 1870.
Foi beatificado em 1934 pelo Papa Pio XI e canonizado por Pio XII em 1950. Pelo seu amor ao Imaculado Coração de Maria e pelo seu apostolado do Rosário, tem uma estátua de mármore no interior da Basílica de Fátima.
Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós!