2024
São Ricardo Bachedine – 03 de Abril
São Ricardo Bachedine – bispo | 03 de Abril
Ricardo Bachedine nasceu na Inglaterra em 1197, já em meio a uma tragédia familiar: os pais, que eram nobres e ricos, de repente caíram na miséria. Logo depois, morreram e deixaram-lhe como herança muitas dívidas e um casal de irmãos. Por isso Ricardo teve de deixar os estudos com os beneditinos em Worcester e voltou para casa para ajudar a restaurar as finanças. A situação melhorou e ele voltou para os estudos, deixando as propriedades aos cuidados de um bom administrador, resguardando, assim, os irmãos de qualquer imprevisto.
Ricardo completou sua formação na Universidade de Oxford, onde foi eleito reitor. Desde então, começou sua atuação em prol da Igreja, pois eram anos de grande corrupção moral.
O povo, ignorante e supersticioso, aceitava passivamente a vida devassa dos nobres e do clero, que há muito estava afastado da disciplina monástica. Ricardo, ao contrário, vivia com austeridade e passou a lutar por uma reforma geral nos meios católicos, para com isso elevar o nível de vida do povo, tanto material quanto espiritual. Na universidade, favoreceu a aceitação dos frades franciscanos e dominicanos, que aos poucos instituíram a volta da disciplina e da humildade entre os religiosos e seus agregados.
Essa postura acabou gerando retaliações do rei Henrique III ao bispo da Cantuária, sob a orientação de quem Ricardo agia. Perseguido pelo rei, o bispo buscou exílio na França e Ricardo o acompanhou fielmente até que morresse. Foi neste período que, por insistência do bispo, ordenou-se sacerdote, apesar dos seus quarenta e cinco anos. Os seus talentos e sua dedicação foram recompensados um ano depois, quando o arcebispo da Cantuária consagrou-o bispo de Chichester. Henrique III ficou furioso, apossando-se dos bens da diocese e proibindo Ricardo de assumir seu cargo.
Mas Ricardo não se intimidou, voltou disfarçado de mendigo e, na clandestinidade, atuou durante dois anos, organizando o trabalho pastoral da diocese junto ao povo explorado. Entretanto o papa Inocêncio IV perdeu a calma e ameaçou excomungar o rei, que teve de aceitar Ricardo como bispo de Chichester. Assim, ele pôde atuar com liberdade até morrer, em Dover, no dia 3 de abril de 1253, a caminho de uma cruzada.
Ricardo foi sepultado no cemitério da catedral de Chichester e sua santidade era tanta que, nove anos depois, o papa Ubaldo IV o canonizou. Em 1276, com a presença do casal real dos ingleses e outras cabeças coroadas da Europa, o corpo de são Ricardo foi transferido para um relicário dentro do altar maior da catedral, o qual depois foi destruído pelo cismático rei Henrique VIII, em 1528. Mas suas relíquias foram secretamente levadas para várias igrejas da diocese. Somente em 1990 elas foram reunidas e voltaram para a catedral de Chichester, onde foram depositadas na urna sob o mesmo altar.
São Ricardo é festejado no dia 3 de abril, sendo venerado como padroeiro dos cavaleiros e dos cocheiros.
São Ricardo Bachedine, rogai por nós
2024
São Francisco de Paula – 02 de Abril
São Francisco de Paula – eremita | 02 de Abril
Nasceu em Paola, hoje província de Cosenza, em 27 de março de 1416. Acometido por um abcesso maligno no olho esquerdo, seus pais o confiaram à intercessão de Francisco de Assis: em caso de cura, a criança usaria, por um ano inteiro, o hábito franciscano. Foi o que aconteceu.
Perfeitamente curado, cumpriu o voto entrando para o convento de São Marcos Argentano, em Cosenza, com a idade de 15 anos; ali ele manifestou, imediatamente, fortes dons de piedade e inclinação à oração. Ao término da sua permanência no convento, fez uma verdadeira peregrinação, com seus pais, em busca de uma vida religiosa mais apropriada para si: esteve em Assis, Montecassino, Roma, Loreto e Monte Luco. Em Roma, perturbado pelas pompas da corte papal, comentou: “Nosso Senhor não era assim!”. Esse foi o primeiro indício do seu espírito reformador. Retornando à Paola, iniciou um período de vida eremítica em um lugar inacessível das propriedades da família. Aos poucos, outros, cada vez mais numerosos, se uniram à sua experiência, reconhecendo-o como guia espiritual.
Com seus pais, construiu uma capela e três dormitórios. Em 1452, conseguiu a aprovação diocesana e a permissão para instituir um oratório, um mosteiro e uma igreja. Os próprios nobres da cidade de Paola, entusiasmados pela experiência de Francisco, contribuíram, como simples operários, para a conclusão das obras.
A fama da santidade de Francisco espalhou-se rapidamente. Em 1467, o Papa Paulo II enviou à Paola um emissário para saber notícias do eremita. Depois de apresentar uma relação positiva sobre o mosteiro, o próprio Legado pontifício decidiu aderir à comunidade.
Em 17 de maio de 1474, o Papa Sisto IV reconheceu, oficialmente, a nova Ordem, que recebeu o nome de Congregação Paulina dos Eremitas de São Francisco de Assis. O reconhecimento da Regra, com o nome atual da Ordem dos Mínimos, ocorreu com o Papa Alexandre VI. Nessa nova Ordem, acrescentou aos três votos oficiais da Igreja, o quarto voto que seria o do jejum quaresmal. Da Quarta-feira de Cinzas até o Sábado Santo deveriam comer somente peixes, pães, verduras e água. Voto perpétuo de abstinência de carne vermelha.
Amado e procurado como guia espiritual, Francisco também era considerado a única autoridade, capaz de se opor aos abusos da corte aragonesa no reino de Nápoles, colocando-se do lado dos pobres. Sobre eles, narra-se alguns fatos prodigiosos a ele atribuídos. Em 1464, ano de grave escassez, alguns operários se dirigiam à planície de Terranova para encontrar trabalho. No território de Galatro (Régio Calábria), depararam-se com São Francisco, que ia para a Sicília, a quem pediram um pouco de pão porque estavam famintos e nada tinham para comer. Então, Francisco lhes disse: “Mostrem-me seus alforjes porque dentro há pão”. E assim foi! Em seus pobres bornais os operários encontraram pão branquíssimo, fresquinho e quentinho. Quanto mais eles comiam, mais aumentavam os pães. Segundo outra narração, um barqueiro recusou-se transportar Francisco e seus companheiros para a Sicília. Então, o santo estendeu sua túnica sobre o mar e assim puderam atravessar o estreito. Outro “carisma”, atribuído ao santo eremita, foi uma profecia: ele previu que a cidade de Otranto cairia nas mãos dos turcos, em 1480, mas, depois, seria novamente conquistada pelo rei de Nápoles.
Por meio dos mercadores napolitanos, a fama de Francisco chegou até à corte de Luís XI, na França. Enfermo, o rei pediu ao Papa Sisto IV para mandar o eremita a ir ter com ele em seu leito. Tanto o Papa como o rei de Nápoles notaram neste convite a possibilidade de vantagens políticas. Francisco, no entanto, obedeceu, com um pouco de desprazer, ao pedido do Papa, pois ele estava acostumado a seu eremitério e não se adaptaria facilmente à vida de corte. À sua chegada, o rei Luís XI ajoelhou-se aos seus pés, mas nunca recobrou sua saúde; porém, a presença do eremita na corte contribuiu para melhorar as relações entre o papado e a monarquia francesa. Ali, Francisco manteve encontros com pessoas simples, mas também com acadêmicos em busca de um guia espiritual.
Francisco permaneceu 25 anos além dos Alpes, trabalhando a terra como camponês, mas a sua fama aumentava sempre mais como reformador e penitente. Com a agregação de alguns beneditinos e franciscanos, a Congregação mudou sua vida de eremita para a de cenobita. Tal reviravolta levou a fundação a contar com a Ordem Terceira Secular e, depois, com as Monjas. As respectivas regras foram aprovadas, definitivamente, por Júlio II, em 28 de julho de 1506.
Francisco de Paula morreu em Tours, em 2 de abril de 1507. Sua fama difundiu-se logo pela Europa, por meio dos três ramos da família dos Mínimos: frades, monjas e terciários. Foi canonizado em 1° de maio de 1519, apenas doze anos após a sua morte, durante o pontificado do Papa Leão X, do qual ele havia previsto sua eleição para o trono papal quando ainda era criança.
São Francisco de Paula, rogai por nós
2024
Santo Hugo de Grenoble – 01 de Abril
Santo Hugo de Grenoble – bispo | 01 de Abril
O santo de hoje nasceu em Castelo Novo, na França, no ano de 1053. Fez toda uma caminhada de formação, tornou-se sacerdote e, depois, foi levado ao Papa Gregório VII para ser ordenado bispo.
Ele disse o seu “sim”. Assumiu o bispado em Grenoble e se deparou com uma realidade do Clero, leigos e famílias, que precisavam de uma renovação no Espírito Santo.
Na oração, na penitência, no sacrifício, nas vigílias, junto com outros irmãos, ele foi sendo esse sinal de formação; e muitas pessoas foram abraçando e retomando o Evangelho.
Passado algum tempo, Hugo retirou-se para um mosteiro beneditino, mas, por obediência a um pedido do Papa, retornou à diocese.
Homem zeloso pela comunhão da Igreja, participou do Concílio em Viena e combateu toda mentalidade que buscava um “cisma” na Igreja, e com outros bispos semeou a paz, fruto da Verdade.
De tantos sacrifícios que fez, oferecendo pela Igreja e pela salvação das almas, ficou muitas vezes doente, mas não desistia. Diante de sua debilidade física, o Papa Inocêncio II o dispensou. Passado um tempo, com quase 80 anos, veio a falecer.
Santo Hugo de Grenoble, rogai por nós!
2024
São Benjamim – 31 de Março
São Benjamim – diácono e mártir | 31 de Março
Nasceu no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da Igreja a ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.
Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.
Chegou a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus, seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se ainda mais ao Cristo crucificado.
Foi solto com a ordem de não falar mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu serviço evangelizavam.
Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem curados, e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus.
Foi novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé. Perguntou então ao rei se gostaria que algum de seus súditos fosse desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono disse que assim também ele não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei, Jesus Cristo.
E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.
São Benjamim, rogai por nós!
2024
São João Clímaco – 30 de Março
São João Clímaco – abade | 30 de Março
Nasceu na Palestina, em 579, dentro de uma família cristã que passou para ele muitos valores, possibilitando a ele uma ótima formação literária.
Clímaco, desde cedo, foi discernindo a sua vocação à vida religiosa. Diante do testemunho de muitos cristãos que optavam por ir ao Monte Sinai, e ali no mosteiro viviam uma radicalidade, ele deixou os bens materiais e levou os bens espirituais para o Sinai. Ali, com outros irmãos, deixou-se orientar por pessoas com mais experiência, fazendo um caminho pessoal e comunitário de santidade.
Foi atacado diversas vezes por satanás, vivendo um verdadeiro combate espiritual.
São João Clímaco buscou corresponder ao chamado de Deus, por meio de duras penitências, pouca alimentação, sacrifícios, intercessões e participação nas Santas Missas.
Perseverou até o fim da vida, partindo para a glória aos 70 anos de idade.
São João Clímaco, rogai por nós!
2024
São Segundo – 29 de Março
São Segundo de Asti – mártir | 29 de Março
Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse. Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.
Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este encontro foi decisivo para a sua conversão.
Entretanto, esta só aconteceu mesmo durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.
Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia, que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano, antes do martírio. O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e quinhentos metros cúbicos de volume d’água por segundo, nos seiscentos e cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.
Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 30 de março do ano 119.
No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29 de março.
São Segundo de Asti, rogai por nós!
2024
São Guntrano – 28 de Março
São Guntrano – rei | 28 de Março
Deus é rico em misericórdia!
Assim Deus agiu com São Guntrano, rei dos francos, no século VI. O reino dos francos tinha conseguido uma relativa união política por obra do grande rei Clodoveu, que foi o primeiro rei a se converter ao Cristianismo, levado sobretudo pelos exemplos e preces de sua santa esposa, Clotilde. O reino ficou unido também com o filho Clotário, mas os quatro filhos deste repartiram o reino em quatro partes. Uma, a de Borgonha e Orléans, coube a Guntrano, o santo comemorado hoje no Martirológio Romano com este elogio: “Em Cha-lon-sur-Saône, na França, o trânsito de São Guntrano, rei dos francos, o qual se deu tanto às coisas espirituais, que deixou de lado as pompas do século e distribuiu com liberalidade os seus tesouros às igrejas e aos pobres”.
Contudo, Guntrano teve uma vida agitada sob o aspecto moral e político. Sob o aspecto moral seus inícios do reino não foram exemplares. Com uma sociedade decaída teve também comportamento impróprio partilhando da moral dos tempos semibárbaros, um tanto pragmática. Devido ao problema de descendência, não conseguindo filhos, passou sucessivamente a três uniões, mas sem êxito algum. Se nasciam filhos, estes morriam pouco depois, até que se resolveu, não sem graves contrastes, adotar um sobrinho para que fosse herdeiro do trono. “Por causa dos meus pecados, dizia ele, fiquei sem filhos. Peço me seja concedido que este sobrinho seja reconhecido com todos os direitos como meu filho”.
O sobrinho chamava-se Quildeberto e foi de fato seu braço direito no governo e depois seu sucessor no trono.
Desde este tempo Guntrano mudou radicalmente de conduta.
Faleceram os outros três irmãos, cada qual governando uma parte do antigo reino do pai Clotário. Guntrano conseguiu com muito tino diplomático incorporar ao próprio trono os dos irmãos de maneira tal que se deu mais uma vez a unificação do reino dos francos.
O governo de Guntrano durou trinta e um anos e é lembrado na história da França como um período próspero e relativamente tranqüilo.
Os méritos do governo deste rei dizem respeito à devoção sincera à Igreja, sempre pronto à obediência e humildade. Protegeu a liberdade da Igreja, favorecendo-lhe também a difusão. Nos problemas mais delicados do governo sabia recorrer com muita humildade ao conselho dos bispos.
Com seus súditos foi pai bondoso, solícito e grande benfeitor do seu povo nas contingências mais adversas. Foi homem reto nos assuntos administrativos. Legou seu nome a numerosas obras assistenciais; à construção de igrejas, mosteiros e à educação do seu povo.
Com suas orações e jejuns quis expiar os desmandos da juventude.
São Gregório de Tours, contemporâneo e amigo do rei, elogia bastante Guntrano pelas iniciativas da caridade, pelos bons exemplos de piedade, retidão e por ter favorecido a disciplina eclesiástica.
Faleceu com 68 anos de idade em 28 de março de 593. Seu corpo foi sepultado na igreja de São Marcelo em Chalon-sur-Saône por ele construída.
A Igreja ratificou o culto que o povo lhe tributou desde sua morte.
São Ruperto, rogai por nós!
2024
São Ruperto – 27 de Março
São Ruperto – bispo | 27 de Março
Salisburgo é uma bela cidade austríaca, cuja fama está ligada com a do seu filho mais ilustre, Wolfgang Amadeus Mozart. Salisburgo significa cidade do sal. O seu primeiro bispo e padroeiro principal é representado com um saleiro na mão. É o único santo local festejado, nas regiões de língua alemã e na Irlanda, pois foi o modelo para os monges irlandeses.
São Ruperto descendia dos rupertinos, importante família que dominava com o título de conde a região do médio e do alto Reno. Desta família nasceu também outro são Roberto (ou Ruperto) de Bingen, cuja vida foi escrita por santa Hildegarda. Os rupertinos eram parentes dos carolíngios e o centro de suas atividades era em Worms. Aí são Ruperto recebeu sua formação de cunho monástico irlandês. Em 700, como seus mestres, se sentiu impulsionado à pregação e ao testemunho monástico e foi à Baviera. Apoiado pelo conde Teodo de Baviera, fundou perto do lago Waller, a 10 km de Salisburgo, uma igreja dedicada a são Pedro. O lugar, porém, não pareceu próprio para os fins de Ruperto que pediu ao conde outro terreno perto do rio Salzach, próximo à antiga cidade romana de Juvavum.
O mosteiro que ali construiu, dedicado a são Pedro, é o mais antigo da Áustria e está ligado com o núcleo de Nova Salisburgo. Seu desenvolvimento deveu-se também à colaboração de doze conterrâneos seus. Desses, Cunialdo e Gislero foram honrados como santos. Perto do mosteiro de são Pedro surgiu um mosteiro feminino que foi confiado à direção da abadessa Erentrude, sobrinha do santo.
Foi este punhado de corajosos que fez surgir a Nova Salisburgo. São Ruperto é justamente reconhecido como seu fundador. Ele morreu no dia da Páscoa, 27 de março de 718. Suas relíquias são conservadas na magnífica catedral de Salisburgo, edificada no século XVII.
São Ruperto, rogai por nós!
2024
São Ludgero – 26 de Março
São Ludgero – bispo | 26 de Março
São Ludgero foi o primeiro bispo de Munster. Nasceu em 745, em Suescnom, na Frísia. Pertencia a família nobre. Naquela época o cristianismo saíra das fronteiras do império romano e chegara à Alemanha. Nesta obra missionária que atingiu o máximo desenvolvimento com são Bonifácio, encontramos empenhado são Ludgero, discípulo de são Gregório e de Alcuíno de York. Depois da ordenação sacerdotal, recebida em Colônia em 777, Ludgero se dedicou à evangelização da região pagã da Frísia, onde são Bonifácio sofrera o martírio.
Os métodos usados por Carlos Magno para evangelizar e sujeitar este povo estavam muito pouco em sintonia com o espírito do Evangelho. Em 776, durante a primeira expedição, o monarca impôs o batismo a todos os guerreiros vencidos; mas a revolta de Widukindo foi acompanhada de apostasia geral. Ludgero teve de fugir e depois de parar em Roma, chegou ao Montecassino, onde vestiu o hábito monacal sem todavia emitir os votos religiosos.
A revolta de Widukindo foi reprimida em 784 e a repressão foi dura. Rejeitar o batismo ou quebrar o jejum quaresmal eram passíveis de morte. Mas este regime de terror tornava odioso o cristianismo, que não obstante isso produziu bons frutos graças a alguns autênticos arautos do Evangelho como era o caso de são Ludgero. Carlos Magno foi procurá-lo em Montecassino, encarregando-o de retomar a missão na Frísia. Ofereceu-lhe o bispado vacante de Tréveros. O santo recusou.
Em 795 fundou no território da Saxônia o mosteiro em volta do qual cresceu a atual cidade de Munster (mosteiro). Construiu igrejas e escolas, fundou novas paróquias e as confiou aos sacerdotes que ele mesmo formara… Morreu no dia 26 de março de 809 e logo depois foi venerado como santo.
São Ludgero, rogai por nós!
2024
Anunciação do Senhor – 25 de Março
Solenidade da Anunciação do Senhor | 25 de Março
Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”
Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti’. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’” (cf. Lc 1,26-38).
Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de todos, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o ‘sim’ do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário ‘sim’ humano da Virgem Santíssima.
Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
“Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.