2024
Santo Arnolfo – 18 de Julho
Santo Arnolfo – bispo | 18 de Julho
Arnolfo nasceu em Metz, na antiga Gália, agora França, no ano 582. A sua família era muito importante, cristã, e fazia parte da nobreza. Ele estudou e se casou com uma aristocrata, com a qual teve dois filhos. A região da Gália era dominada pelos francos e era dividida em diversos reinos que guerreavam entre si. Isso provocava grandes massacres familiares e corrupção.
Um desses reinos era o da Austrásia, do rei Teodeberto II, para o qual Arnolfo passou a trabalhar. Mas quando o rei morreu, todos os seus descendentes e familiares foram assassinados a mando do rei dos francos, Clotário II, que incorporou a região aos seus domínios.
Era nesse clima que vivia Arnolfo, um homem de fé inabalável, correto e justo. O rei Clotário II, agora soberano de um extenso território, conhecendo a fama da conduta cristã de Arnolfo, tornou-o seu conselheiro. Confiou-lhe, também, a educação de seu filho Dagoberto, que se formou dentro dos costumes da piedade e do amor cristão. Tal preparo fez de Dagoberto um dos reis católicos mais justos da história, não tendo cometido nenhuma atrocidade durante o seu governo.
Além disso, o rei Clotário II nomeou Arnolfo bispo de Metz, que acumulou todas as atribuições da Corte. Uma bela passagem ilustra bem o caráter desse homem, que mesmo leigo se tornou um dos grandes bispos do seu tempo. Temendo não ser digno do cargo, por causa dos seus pecados, atirou seu anel no rio Mosela, dizendo: “Senhor, se me perdoas, faze-o retornar”. O anel retornou dentro do ventre de um peixe. Essa tradição cristã ilustra bem a realidade de sua época, onde era difícil não pecar, especialmente para quem estava no poder.
Naquele tempo, as questões dos leigos e do celibato não tinham uma disciplina rigorosa e uniforme dentro da Igreja, que ainda seguia evangelizando a Europa. Arnolfo não foi o primeiro pai de família a ocupar tal posto nessa condição. Como chefe daquela diocese, Arnolfo participou dos concílios nacionais de Clichy e de Reims. Mais tarde, seu filho Clodolfo tornou-se bispo e assumiu a diocese de Metz, enquanto o outro, chamado Ansegiso, tornou-se um dos primeiros “mestres de palácio” da chamada era carolíngia.
Depois de algum tempo, Arnolfo abandonou o bispado e o cargo na Corte para ingressar no mosteiro fundado por seu amigo Romarico, outro que havia abandonado a Corte e o rei. Assim, de maneira serena, Arnolfo viveu o resto de seus dias, dedicando-se às orações, à penitência e à caridade.
Arnolfo morreu no dia 18 de julho de 641, naquele mosteiro. Assim que a notícia chegou em Metz, os habitantes reclamaram-lhe o corpo, depositando-o na basílica que adotou, para sempre, o seu nome.
Santo Arnolfo, rogai por nós!
2024
Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros – 17 de Julho
Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros – mártires | 17 de Julho
Quarenta mártires, portugueses e espanhóis, entre eles, 2 padres, 24 estudantes e 14 irmãos auxiliares. Todos pertenciam à Companhia de Jesus.
Inácio de Azevedo nasceu no Porto em 1526. Aos 23 anos já tinha entrado na Companhia de Jesus ocupando vários serviços. Era ardoroso pelas missões além fronteiras.
Foi quando o Superior Geral o enviou para o Brasil e, ao retornar, testemunhou a necessidade de mais missionários. Saíram, por isso, 3 naus missionárias. Em uma delas estavam Inácio de Azevedo e os 39 companheiros. A nau foi interceptada por 5 navios de inimigos da fé católica que queriam a morte de todos.
Por amor pela Igreja, ele aceitou o martírio, exortou e consolou seus filhos espirituais. Foi morto e lançado ao mar, e todos os outros foram martirizados, alcançando a coroa da glória na eternidade. Era o ano de 1570.
Inácio e seus companheiros foram assassinados por serem católicos e missionários. Estamos no tempo das novas missões, a começar na nossa casa. Ali, é o primeiro lugar onde devemos testemunhar o amor a Cristo e, se preciso, sofrer por Ele.
O culto desses mártires foi confirmado por Pio IX em 1854.
Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros mártires, rogai por nós!
2024
Beata Ermengarda de Chiemsee – 16 de Julho
Beata Ermengarda de Chiemsee – abadessa | 16 de Julho
No mosteiro de Frauenwörth, junto ao lago Chiemsee, na Bavária, Beata Ermengarda, abadessa, que desde sua tenra infância, desprezando o esplendor da corte imperial, escolheu servir a Deus, conseguindo que muitas outras virgens seguissem o Cordeiro (866).
Hoje, dia de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja também recorda a Beata Ermengarda (Irmengarda), fundadora do mosteiro de Frauenwörth, junto ao lago Chiemsee, nasceu em Ratisbona (Regensburg) no ano 833 e morreu aos 33 anos de idade, em 866. Foi filha de Luís II “o Germânico” († 876) e de Ema von Altdorf. São seus bisavôs: Carlos Magno, Hildegarda de Vintzgau, o Duque Ingerman de Hesbaye, o Duque Isembart II von Altdorf, Ermengarda de França (irmã de Carlos Magno), o Duque Widukind “o Grande” da Saxônia e Svetana da Saxônia.
Ermengarda teve três irmãs e dois irmãos. Junto com suas irmãs, foi educada no mosteiro de Buchau (Suábia). Mais tarde se tornou beneditina e foi-lhe confiada a abadia beneditina de Frauenwörth, localizada em uma ilha do Lago Chiemsee na Bavária, da qual ela se tornou a primeira abadessa e foi notável por sua de piedade.
Gisela, uma de suas irmãs, se casou com o Duque Bertoldo da Suábia e teve duas filhas: Bertilda da Suábia e Cunegunda da Suábia.
É de notar que ao contrário do que muitas vezes aconteceu nas famílias nobres da época, quando soberanas, princesas e damas da nobreza, depois de uma experiência como governantes, esposas, mães, ao enviuvarem deixavam o reino e a família para se retirarem em mosteiros, muitas vezes fundados por elas mesmas, onde começavam uma nova vida espiritual tornando-se frequentemente abadessas, a Beata Ermengarda era uma jovem virgem que desde a mais tenra infância desejou uma vida de clausura, evitando os prazeres da corte imperial.
Ela morreu com apenas 33 anos, em 16 de julho em 866, em Frauenwörth, e repousa na capela do mosteiro. Na primeira elevação de suas relíquias lhe foi reconhecido o título e o culto de Beata. O decreto de confirmação de seu culto ocorreu em 19 de dezembro de 1928, pelo Papa Pio XI.
Beata Ermengarda de Chiemsee, rogai por nós!
2024
São Boaventura – 15 de Julho
São Boaventura – bispo e doutor da Igreja | 15 de Julho
O santo de hoje foi bispo e reconhecido Doutor da Igreja de Cristo. Ele chamou os pescadores e camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também os homens cultos e os de ciência. São Boaventura era um desses homens de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus, por isso, registrou o que vivia.
Escreve ele: “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”.
Boaventura nasceu no centro da Itália em 1218 e, ao ficar muito doente, recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: “Ó, boa ventura!”. Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: “Parece que o pecado original nele não achou lugar”.
São Boaventura, antes de se destacar como santo bispo, já chamava – sem querer – a atenção pela sua cultura e ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas.
Certa vez, um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: “Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso basta… Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia”. O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que, depois de tanto trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu. Era o dia 15 de julho de 1274
São Boaventura foi canonizado no ano 1482, quando recebeu o título de Doutor da Igreja por causa de suas obras.
São Boaventura, rogai por nós!
2024
São Camilo de Léllis – 14 de Julho
São Camilo de Léllis – presbítero | 14 de Julho
Camilo nasceu no ano de 1550 na Itália, numa família nobre e tradicional. O pai era um militar e não passava muito tempo em casa. Camilo cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã que soube educar o filho nos moldes da cristandade católica e dos bons costumes. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas treze anos de idade, e por esta razão ele foi viver com o pai, que tinha uma vida não muito estável por causa da carreira e do vício com os jogos.
O jovem Camilo também seguiu a carreia de militar, era um bom soldado e tinha uma boa estatura física e atlética. Tinha dezenove anos quando seu pai morreu e deixou-lhe como herança apenas o punhal e a espada.
Em 1570, sentiu-se atraído pela simplicidade do carisma de São Francisco de Assis e pediu para ingressar na ordem dos Franciscanos, porém teve seu pedido recusado devido a um grave ferimento no pé. Assim, ele foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, e foi diagnosticado com um tumor incurável.
Sem condições financeiras para custear seu tratamento, ficou sabendo que o mosteiro dos frades capuchinhos estava em construção, Camilo então se ofereceu como servente e foi aceito, assim conseguiu ser internado e pagar por seu tratamento. Neste hospital, teve contato com muitos enfermos abandonados. Foi ali que sentiu que Deus lhe chamava para uma vocação especial por meio dos enfermos.
Com 25 anos, começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos ‘Camilianos’. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri.
Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente e do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra.
Vestiu o hábito negro com a cruz vermelha, simbolizando sua ordem que foi aprovada pela Santa Sé Apostólica em 1591, elevado à categoria de ordem religiosa para cuidar dos enfermos. Eleito superior, dirigiu por 20 anos sua ordem dos “padres enfermeiros” como eram chamados. Dedicou os últimos anos de sua vida instruindo como os doentes deviam ser tratados e foi conviver com eles. Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, São Camilo nunca deixou de visitar os enfermos.
Muito doente, Camilo renunciou ao cargo de Superior Geral de sua ordem religiosa em 1607. Faleceu em Roma, no dia 14 de julho de 1614.
No dia 29 de junho de 1746, durante a festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Bento XIV declarou santo o nome de Camilo de Léllis. Em 1886, Leão XIII declarou São Camilo, juntamente com São João de Deus, celestes protetores de todos os enfermos e hospitais do mundo católico.
São Camilo de Léllis, rogai por nós!
2024
São Henrique II – 13 de Julho
São Henrique II – rei | 13 de Julho
O ambiente em que amadureceu a santidade deste soberano alemão à primeira vista poderia parecer o menos adequado ao exercício da perfeição cristã. Cresceu, porém, em companhia de santas pessoas. Henrique, filho do duque da Baviera, nasceu num castelo às margens do Danúbio em 973. Seu pai, antes denominado o briguento, fez tanto progresso no abrandamento de seu caráter, aprendendo com sua mansa esposa, que acabou sendo chamado de o pacífico.
Henrique teve um irmão, Bruno, que renunciou ao conforto da vida da corte para se tornar pastor de almas, como bispo de Augusta. Das duas irmãs, Brígida se fez monja e Gisela foi esposa de um santo, o rei Estevão da Hungria. O príncipe Henrique foi confiado pela mãe aos cônegos de Hildesheim, e mais tarde ao bispo de Ratisbona, são Wolfgang, em cuja escola se formou cultural e espiritualmente.
Um episódio singular, que tem o sabor de lenda, contribuiu para mantê-lo no reto caminho nos anos da juventude. Tinha 23 anos, quando em sonhos lhe apareceu o seu preceptor, são Wolfgang, morto havia pouco, que traçou na parede de um quarto duas breves palavras: “Entre seis”. Henrique pensou que dentro de seis dias ele morreria e passou aguardando em piedosos exercícios. Passados os seis dias sem que nada acontecesse, interpretou o sinal como seis meses e continuou a preparação para a morte. Após seis meses Henrique estava vivo e agradeceu a Deus porque teria ainda seis anos de vida para acumular merecimentos. Passados seis anos, Henrique estava no trono da Alemanha, bem equipado espiritualmente para não ceder às fáceis tentações do poder e do mundanismo.
Não lhe faltaram oportunidades de demonstrar tudo o que aprendera na escola de são Wolfgang. Levou em frente grandes iniciativas com firmeza e ao mesmo tempo com moderação. O primeiro a se beneficiar foi o duque da Suábia, Hermann. Dois anos após sua eleição para rei da Alemanha, o papa Bento VIII pôs na sua cabeça e na da piedosa consorte Cunegundes a coroa do Sacro Império Romano. Pouco antes os feudatários italianos, cansados do despotismo de Arduíno, marquês de Ivrea, o haviam coroado em Pavia rei da Itália. Henrique, aconselhado por Odilon, abade de Cluny e reformador do espírito monástico, promoveu a reforma do clero e dos mosteiros. Raro exemplo de retidão civil e de honestidade moral no governo das coisas terrenas, mereceu também a outra coroa, mais cheia de prestígio, a da santidade. Morreu a 13 de julho de 1024 e foi sepultado em Bamberga. O papa Eugênio III incluiu-o no elenco dos santos em 1146.
São Henrique II, rogai por nós!
2024
São João Gualberto – 12 de Julho
São João Gualberto – abade | 12 de Julho
Com muita alegria, deparamo-nos com a santidade de vida de São João Gualberto, que pertenceu a uma nobre família de Florença, a qual muito bem o educou na cultura, porém, deixou falhas no essencial, ou seja, na vida religiosa. Por isso, facilmente ele foi se entregando às liberdades perigosas e às vaidades do mundo.
Aconteceu que, com o assassinato do seu irmão, João Gualberto – como o pai – revoltou-se a ponto de jurar o causador de morte, mas, um certo dia, numa estreita estrada, Gualberto encontrou-se com o assassino desarmado, por isso arrancou sua espada para vingar o irmão, quando de repente a súplica: “Por amor de Jesus, que neste dia morreu por nós, tem piedade de mim, não me mates!”.
Era uma Sexta-feira Santa, e assim, tocado pela misericórdia de Deus, João Gualberto não só acolheu o malvado com seu perdão, mas também, ao entrar numa igreja, recebeu aos pés do Crucificado a graça do perdão e a vida nova.
No processo de conversão de São João Gualberto, Deus o encaminhou à vida religiosa, à vida eremítica e, depois, à fundação de uma nova Ordem, chamada de Vallombrosa, na qual São João Gualberto tornou-se pai do monges e modelo, já que, antes de entrar na vida eterna, em 1073, com 73 anos partilhou para os irmãos: “Quando quiserem eleger um abade, escolham entre os irmãos o mais humilde, o mais doce, o mais mortificado”.
São João Gualberto, rogai por nós!
2024
São Bento – 11 de Julho
São Bento – abade | 11 de Julho
As informações sobre a vida de Bento nos foram transmitidas pelo seu biógrafo e contemporâneo, papa são Gregório Magno. No livro que enaltece o seu exemplo de santidade de vida, ele não registrou as datas de nascimento e morte. Assim, apenas recebemos da tradição cristã o relato de que Bento viveu entre os anos de 480 e 547.
Bento nasceu na cidade de Nórcia, província de Perugia, na Itália. Pertencia à influente e nobre família Anícia e tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica, também fundadora e santa da Igreja. Era ainda muito jovem quando foi enviado a Roma para aprender retórica e filosofia. No entanto, decepcionado com a vida mundana e superficial da cidade eterna, retirou-se para Enfide, hoje chamada de Affile. Levando uma vida ascética e reclusa, passou a se dedicar ao estudo da Bíblia e do cristianismo.
Ainda não satisfeito, aos vinte anos isolou-se numa gruta do monte Subiaco, sob orientação espiritual de um velho monge da região chamado Romano. Assim viveu por três anos, na oração e na penitência, estudando muito. Depois, agregou-se aos monges de Vicovaro, que logo o elegeram seu prior. Mas a disciplina exigida por Bento era tão rígida, que esses monges indolentes tentaram envenená-lo. Segundo seu biógrafo, ele teria escapado porque, ao benzer o cálice que lhe fora oferecido, o mesmo se partiu em pedaços.
Bento abandonou, então, o convento e, na companhia de mais alguns jovens, entre eles Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles. Lá, no sopé do monte Cassino, onde antes fora um templo pagão, construiu o seu primeiro mosteiro.
Era fechado dos quatro lados como uma fortaleza e aberto no alto como uma grande vasilha que recebia a luz do céu. O símbolo e emblema que escolheu foram a cruz e o arado, que passaram a ser o exemplo da vida católica dali em diante.
As regras rígidas não poderiam ser mais simples: “Ora e trabalha”. Acrescentando-se a esse lema “leia”, pois, para Bento, a leitura devia ter um espaço especial na vida do monge, principalmente a das Sagradas Escrituras. Desse modo, estabelecia-se o ritmo da vida monástica: o justo equilíbrio, do corpo, da alma e do espírito, para manter o ser humano em comunhão com Deus. Ainda, registrou que o monge deve ser “não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não detrator, não murmurador”.
A oração e o trabalho seriam o caminho para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade sobre as ruínas do Império Romano que acabara definitivamente. Nesse período, tão crítico para o continente europeu, este monge tão simples, e por isto tão inspirado, propôs um novo modelo de homem: aquele que vive em completa união com Deus, através do seu próprio trabalho, fabricando os próprios instrumentos para lavrar a terra. A partir de Bento, criou-se uma rede monástica, que possibilitou o renascimento da Europa.
Celebrado pela Igreja no dia 11 de julho, ele teria profetizado a morte de sua irmã e a própria. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, que já existia havia três séculos no Oriente. Mas merece o título de “Pai do Monaquismo Ocidental”, que ali só se estabeleceu graças às regras que ele elaborou para os seus monges, hoje chamados “beneditinos”. Além disto, são Bento foi declarado patrono principal de toda a Europa pelo papa Paulo VI, em 1964, também com justa razão.
São Bento, rogai por nós!
2024
Santo Antônio Percierskij – 10 de Julho
Santo Antônio Percierskij – monge | 10 de Julho
Seu nome era Antipas. Percierskij, na verdade é um apelido que significa “da gruta”. Ele recebeu este apelido pelo fato de ter escavado uma gruta que se tornou sua cela na região de Kiev, na Ucrânia. “Antônio da Gruta” nasceu no ano 983, na Ucrânia. Desde a adolescência demonstrou interesse pela solidão. Por isso, procurava as cavernas, comuns em sua região, em busca de lugares que favorecessem sua sede de oração e contemplação.
Depois dessa busca pela solidão, Antônio Percierskij peregrinou solitário por vários mosteiros. Chegou até à Grécia e frequentou vários mosteiros no Monte Athos. Quando encontrou o Mosteiro de Esphigmenon, permaneceu alguns anos lá, sempre demonstrando um grande espírito de oração, contemplação e caridade fraterna. Depois disso, decidiu voltar para seu país para continuar lá sua vida de oração e penitência.
Chegando a Kiev, Antônio Percierskij escavou a primeira gruta e fez dela sua cela. Ali ele dormia, rezava e estudava. Logo apareceram curiosos que se encantaram com seu modo de vida e se tornaram seus seguidores. Todos bebiam da sabedoria daquele homem santo e admiravam seu comportamento sóbrio, sábio, justo, manso, sereno, pacífico, alegre e misericordioso para com todos. Um de seus discípulos chamado Nestor retratou sua fascinante personalidade num livro intitulado “Histórias dos tempos passados”.
O número de seguidores de Antônio Percierskij só aumentava por causa, principalmente, da vida santa que ele levava. A santidade atraia discípulos de todos os cantos da Rússia. Por isso, junto com um de seus discípulos chamado Teodósio, Antônio Percierskij fundou o Mosteiro das Grutas, que consistia em várias celas escavadas por cada um dos discípulos e interligadas entre si formando um verdadeiro Mosteiro de Grutas. Esse local passou a ser um dos mais importantes centros religiosos do país. Aquela comunidade monástica passou a ser conhecida por todos por causa da fé, da caridade, do alto grau de instrução que se desenvolvia ali e pela beleza da liturgia ortodoxa que praticavam. Santo Antônio Percierskij não tinha perdido sua vocação para a solidão, mas permanecia na comunidade para ser exemplo de santidade para todos. As regras da comunidade monástica ele confiou a Teodósio, seu fiel discípulo e co-fundador.
Em 1055 uma forte perseguição política obrigou Santo Antônio Percierskij a deixar Kiev. Ele se refugiou na região de Cernigov. Lá, o mesmo fenômeno aconteceu: inúmeros jovens sentiram-se atraídos pela sua santidade e modo de vida e se reuniram em torno dele. Por ele, mais uma vez, ele fundou um mosteiro com as mesmas regras de vida daquele de Kiev, deixando ali seu exemplo de caridade, penitência e oração. Em Kiev, porém, alguns discípulos permaneceram liderados por Teodósio. Por isso, depois de alguns anos Santo Antônio Percierskij voltou para lá escondido e lá permaneceu até morrer. Sua morte aconteceu no dia 10 de julho de 1073.
Santo Antônio Percierskij, rogai por nós!
2024
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus – 09 de Julho
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus – virgem e fundadora | 09 de Julho
Comemoramos a santidade de vida da naturalizada brasileira Amábile Lúcia Visintainer, hoje, Santa Madre Paulina, que nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, em Vigolo Vattaro (Itália). Os pais de origem simples, eram cristãos.
Em setembro de 1875, com apenas 10 anos de idade, emigrou com seus pais para o Brasil, dirigindo-se para o Estado de Santa Catarina, no atual município de Nova Trento, onde deram início à localidade de Vígolo.
Após receber a sua primeira comunhão, com cerca de 12 anos, começou a participar do apostolado paroquial, catequizando os pequenos e visitando os doentes.
Santa Paulina, antes de entrar para a vida consagrada, dedicou-se religiosamente em cuidar de uma senhora com câncer; a partir dessa experiência caridosa, deu-se a descoberta do carisma que fora reconhecido, em 1895, pelo bispo de Curitiba, Paraná, com o nome de Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
Em 1903, foi eleita superiora geral por toda a vida pelas irmãs da nascente congregação. Deixou Nova Trento e estabeleceu-se em São Paulo, no Bairro Ipiranga, onde se ocupou de crianças órfãs, filhos de ex- escravos e dos escravos idosos e abandonados.
Foram anos marcados pela oração, pelo trabalho e sofrimento, tudo feito e aceito para que a Congregação das Irmãzinhas fosse adiante.
A partir de 1938, Madre Paulina começou a acusar graves distúrbios, porque estava com diabetes. Após duas cirurgias, nas quais sofreu amputação do dedo médio e depois do braço direito, passou os últimos meses vítima de cegueira. Morreu no dia 9 de julho de 1942, e suas últimas palavras foram: “Seja feita a vontade de Deus”.
Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, no dia 18 de outubro de 1991, em Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil.
Na oração litúrgica da Igreja, é pedido a Deus para que nós sejamos fiéis à virtude do serviço, motivados pelo amor, virtude essa que mais brilhou no coração da virgem Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
Santa Paulina, rogai por nós!