2024
Santa Maria Madalena – 22 de Julho
Santa Maria Madalena – penitente | 22 de Julho
Natural de Mágdala, na Galileia, Maria Madalena foi contemporânea de Jesus Cristo, tendo vivido no Século I. O testemunho de Maria Madalena é encontrado nos quatro Evangelhos:
“Os doze estavam com ele, e também mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças. Maria, dita de Mágdala, da qual haviam saído sete demônios…” (Lc 8,1-2).
Após ter sido curada por Jesus, Maria Madalena coloca-se a serviço do Reino de Deus, fazendo um caminho de discipulado, de seguimento a Nosso Senhor no amor e no serviço. E este amor maduro de Maria Madalena levou-a até ao momento mais difícil da vida e da missão de Nosso Senhor, permanecendo ao lado d’Ele: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo 19,25).
Maria Madalena foi a primeira testemunha da Ressurreição de Jesus: “Então, Jesus falou: ‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: ‘Rabûni!’ (que quer dizer: Mestre)” (Jo 20,16).
A partir deste encontro com o Ressuscitado, Maria Madalena, discípula fiel, viveu uma vida de testemunho e de luta pela santidade.
Existe também uma tradição de que Maria Madalena, juntamente com a Virgem Maria e o Apóstolo João, foi evangelizar em Éfeso, onde depois veio a falecer nesta cidade.
O culto a Santa Maria Madalena no Ocidente propagou-se a partir do Século XII.
Santa Maria Madalena, rogai por nós!
2024
São Lourenço de Brindes – 21 de Julho
São Lourenço de Brindes – presbítero | 21 de Julho
Nascido em Brindes, na Itália, no ano de 1559, São Lourenço entrou na família franciscana, como Capuchinho e chegou a Superior Geral.
Foi ordenado sacerdote em 1582 e assumiu o nome religioso de Lourenço. Completou seus estudos na Universidade de Pádua. Retornou a Veneza em 1586, com a missão de ser mestre de noviços da Ordem.
Homem de Deus e conciliador da maneira franciscana de viver com as necessidades da época, como pregador espalhou a Palavra de Deus em muitos lugares, como Itália, Espanha, Portugal, França, Bélgica, Holanda. Conhecedor do hebraico, aramaico, caldeu, grego, latim, alemão, italiano e outras línguas, pôde – como teólogo e apologista – aprofundar nos estudos das Sagradas Escrituras e bradar pelos quatro cantos da Igreja e do mundo a Verdade, pois o protestantismo se alastrava, assim como diversas heresias.
São Lourenço fugia constantemente das honras e, além de dormir no chão, levantava-se à noite para rezar e se alimentava somente de pão, água e verduras, como penitência. Além de grande propagador da Palavra, foi quem muito lutou para vivê-la, por isso, ao ocupar a função de diplomata da Igreja, serviu de pacificador durante a ameaça de invasão por parte dos turcos. São Lourenço, que entrou no Céu com 60 anos, deixou muitos escritos, os quais externam o amor pela Palavra de Deus: “A Palavra de Deus é luz para a inteligência, fogo para a vontade, para que o homem possa conhecer e amar a Deus… É martelo contra a dura obstinação do coração, nos vícios contra a carne, o mundo e o demônio; é espada que mata todo o pecado”.
Faleceu no dia 21 de julho de 1619, quando voltava pela segunda vez em missão a Lisboa, Portugal. Foi canonizado em 1881.
Presbítero da Igreja, o santo de hoje foi reconhecido em 1959 pelo Papa João XXIII como Doutor da Igreja, pois amou, aprofundou, serviu e, com ardor, comunicou a Sã Doutrina Católica.
São Lourenço de Brindes, rogai por nós!
2024
Santo Aurélio – 20 de Julho
Santo Aurélio – bispo | 20 de Julho
A Igreja da África, durante os anos de 392 até 429, foi agraciada com o governo santo do primeiro Bispo de Cartago, que se santificou tornando seu povo também santo. Santo Aurélio nasceu no século IV, e desde diácono se destacava pela caridade, zelo, pureza de vida e pelo culto da Liturgia.
O grande Aurélio esteve como Bispo responsável por toda uma região e todos o chamavam – por respeito – de “Santo Papa Aurélio”. Não possuía grandes dotes intelectuais, porém, na Providência Divina, tinha grande amizade com o sábio e Bispo de Hipona: Santo Agostinho. Unido ao Doutor da Graça, pôde combater a autossuficiência do Pelagianismo e outras heresias que encontraram a condenação no seu tempo.
Muito do que sabemos hoje de Santo Aurélio foi o próprio Santo Agostinho quem informou, pois este admirava a prudência, a piedade e a humildade deste pastor e pai, que tudo fazia pela salvação das almas e pureza da doutrina cristã. Santo Aurélio passou da Igreja militante para a Igreja triunfante pouco tempo antes de Santo Agostinho, isso em 429.
Santo Aurélio, rogai por nós!
2024
Santo Arsênio – 19 de Julho
Santo Arsênio – eremita | 19 de Julho
Na Igreja primitiva as fraquezas humanas eram combatidas com disciplina muito rigorosa. Em tempos de perseguições o ideal era representado pela morte por Cristo, com o martírio. Depois, a começar do século IV, procurava-se outra morte: a renúncia ao mundo e a solidão do deserto. A vida eremítica, que tem em santo Antão abade o exemplo mais imitado e mais popular, graças também à biografia escrita por santo Atanásio, constitui por muitos anos o refúgio preferido destes simpáticos anárquicos do espírito. Inicialmente eram autônomos como os primeiros pioneiros do West americano, depois organizaram-se por uma Regra ascética, que fixava tempos de jejum e de oração na vida parcialmente comunitária, que mitigava a rígida separação até dos próprios semelhantes.
Muitos cristãos empreendiam longas e desconfortáveis peregrinações para ter colóquio com um destes anacoretas iluminados, entre os quais está precisamente santo Arsênio, eremita no Egito e um dos mais célebres pais do deserto. O santo anacoreta, porém, não gostava de interromper a rígida observância do silêncio nem com um peregrino que viesse de longe. E quando não podia subtrair-se a estas visitas de obrigação, as suas raras e monossilábicas respostas desencorajavam até o mais devoto dos interlocutores, a tal ponto que ele se retirava mais desconcertado que edificado. Arsênio nascera em Roma, no ano 354 mais ou menos, de nobre família de senadores. Uma antiga tradição diz que ele foi ordenado diácono pelo próprio papa Dâmaso.
Em 383 o imperador Teodósio o quis em Constantinopla para confiar-lhe a educação dos filhos Arcádio e Honório. Aí ficou 11 anos, até 394, quando depois de profunda crise espiritual obteve a exoneração daquele cargo para se retirar para o deserto egípcio. Pedindo a Deus um caminho seguro para a salvação, uma voz misteriosa ter-lhe-ia respondido: “Fuja dos homens”. Arsênio, então com quarenta anos, seguiu à risca o conselho: desembarcando em Alexandria, ajuntou-se à comunidade dos anacoretas de Scete, em pleno deserto. Concedendo a si pouquíssimo sono, passava noites inteiras em oração e meditação: oração feita mais com lágrimas que com palavras, pois recebeu de Deus o dom das lágrimas.
De 434 a 450, que se presume tenha sido o ano de sua morte, Arsênio teve de viver longe da tranquila Scete, invadida por tribo líbica. Morreu em Troe, perto de Mênfis. Dele, além de uma crônica histórica e sábias máximas, referidas por Daniel de Pharan, amigo de dois discípulos de Arsênio, chegou-nos até um retrato, em que aparece com boa aparência, majestosamente alto e esbelto.
Santo Arsênio, rogai por nós!
2024
Santo Arnolfo – 18 de Julho
Santo Arnolfo – bispo | 18 de Julho
Arnolfo nasceu em Metz, na antiga Gália, agora França, no ano 582. A sua família era muito importante, cristã, e fazia parte da nobreza. Ele estudou e se casou com uma aristocrata, com a qual teve dois filhos. A região da Gália era dominada pelos francos e era dividida em diversos reinos que guerreavam entre si. Isso provocava grandes massacres familiares e corrupção.
Um desses reinos era o da Austrásia, do rei Teodeberto II, para o qual Arnolfo passou a trabalhar. Mas quando o rei morreu, todos os seus descendentes e familiares foram assassinados a mando do rei dos francos, Clotário II, que incorporou a região aos seus domínios.
Era nesse clima que vivia Arnolfo, um homem de fé inabalável, correto e justo. O rei Clotário II, agora soberano de um extenso território, conhecendo a fama da conduta cristã de Arnolfo, tornou-o seu conselheiro. Confiou-lhe, também, a educação de seu filho Dagoberto, que se formou dentro dos costumes da piedade e do amor cristão. Tal preparo fez de Dagoberto um dos reis católicos mais justos da história, não tendo cometido nenhuma atrocidade durante o seu governo.
Além disso, o rei Clotário II nomeou Arnolfo bispo de Metz, que acumulou todas as atribuições da Corte. Uma bela passagem ilustra bem o caráter desse homem, que mesmo leigo se tornou um dos grandes bispos do seu tempo. Temendo não ser digno do cargo, por causa dos seus pecados, atirou seu anel no rio Mosela, dizendo: “Senhor, se me perdoas, faze-o retornar”. O anel retornou dentro do ventre de um peixe. Essa tradição cristã ilustra bem a realidade de sua época, onde era difícil não pecar, especialmente para quem estava no poder.
Naquele tempo, as questões dos leigos e do celibato não tinham uma disciplina rigorosa e uniforme dentro da Igreja, que ainda seguia evangelizando a Europa. Arnolfo não foi o primeiro pai de família a ocupar tal posto nessa condição. Como chefe daquela diocese, Arnolfo participou dos concílios nacionais de Clichy e de Reims. Mais tarde, seu filho Clodolfo tornou-se bispo e assumiu a diocese de Metz, enquanto o outro, chamado Ansegiso, tornou-se um dos primeiros “mestres de palácio” da chamada era carolíngia.
Depois de algum tempo, Arnolfo abandonou o bispado e o cargo na Corte para ingressar no mosteiro fundado por seu amigo Romarico, outro que havia abandonado a Corte e o rei. Assim, de maneira serena, Arnolfo viveu o resto de seus dias, dedicando-se às orações, à penitência e à caridade.
Arnolfo morreu no dia 18 de julho de 641, naquele mosteiro. Assim que a notícia chegou em Metz, os habitantes reclamaram-lhe o corpo, depositando-o na basílica que adotou, para sempre, o seu nome.
Santo Arnolfo, rogai por nós!
2024
Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros – 17 de Julho
Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros – mártires | 17 de Julho
Quarenta mártires, portugueses e espanhóis, entre eles, 2 padres, 24 estudantes e 14 irmãos auxiliares. Todos pertenciam à Companhia de Jesus.
Inácio de Azevedo nasceu no Porto em 1526. Aos 23 anos já tinha entrado na Companhia de Jesus ocupando vários serviços. Era ardoroso pelas missões além fronteiras.
Foi quando o Superior Geral o enviou para o Brasil e, ao retornar, testemunhou a necessidade de mais missionários. Saíram, por isso, 3 naus missionárias. Em uma delas estavam Inácio de Azevedo e os 39 companheiros. A nau foi interceptada por 5 navios de inimigos da fé católica que queriam a morte de todos.
Por amor pela Igreja, ele aceitou o martírio, exortou e consolou seus filhos espirituais. Foi morto e lançado ao mar, e todos os outros foram martirizados, alcançando a coroa da glória na eternidade. Era o ano de 1570.
Inácio e seus companheiros foram assassinados por serem católicos e missionários. Estamos no tempo das novas missões, a começar na nossa casa. Ali, é o primeiro lugar onde devemos testemunhar o amor a Cristo e, se preciso, sofrer por Ele.
O culto desses mártires foi confirmado por Pio IX em 1854.
Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros mártires, rogai por nós!
2024
Beata Ermengarda de Chiemsee – 16 de Julho
Beata Ermengarda de Chiemsee – abadessa | 16 de Julho
No mosteiro de Frauenwörth, junto ao lago Chiemsee, na Bavária, Beata Ermengarda, abadessa, que desde sua tenra infância, desprezando o esplendor da corte imperial, escolheu servir a Deus, conseguindo que muitas outras virgens seguissem o Cordeiro (866).
Hoje, dia de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja também recorda a Beata Ermengarda (Irmengarda), fundadora do mosteiro de Frauenwörth, junto ao lago Chiemsee, nasceu em Ratisbona (Regensburg) no ano 833 e morreu aos 33 anos de idade, em 866. Foi filha de Luís II “o Germânico” († 876) e de Ema von Altdorf. São seus bisavôs: Carlos Magno, Hildegarda de Vintzgau, o Duque Ingerman de Hesbaye, o Duque Isembart II von Altdorf, Ermengarda de França (irmã de Carlos Magno), o Duque Widukind “o Grande” da Saxônia e Svetana da Saxônia.
Ermengarda teve três irmãs e dois irmãos. Junto com suas irmãs, foi educada no mosteiro de Buchau (Suábia). Mais tarde se tornou beneditina e foi-lhe confiada a abadia beneditina de Frauenwörth, localizada em uma ilha do Lago Chiemsee na Bavária, da qual ela se tornou a primeira abadessa e foi notável por sua de piedade.
Gisela, uma de suas irmãs, se casou com o Duque Bertoldo da Suábia e teve duas filhas: Bertilda da Suábia e Cunegunda da Suábia.
É de notar que ao contrário do que muitas vezes aconteceu nas famílias nobres da época, quando soberanas, princesas e damas da nobreza, depois de uma experiência como governantes, esposas, mães, ao enviuvarem deixavam o reino e a família para se retirarem em mosteiros, muitas vezes fundados por elas mesmas, onde começavam uma nova vida espiritual tornando-se frequentemente abadessas, a Beata Ermengarda era uma jovem virgem que desde a mais tenra infância desejou uma vida de clausura, evitando os prazeres da corte imperial.
Ela morreu com apenas 33 anos, em 16 de julho em 866, em Frauenwörth, e repousa na capela do mosteiro. Na primeira elevação de suas relíquias lhe foi reconhecido o título e o culto de Beata. O decreto de confirmação de seu culto ocorreu em 19 de dezembro de 1928, pelo Papa Pio XI.
Beata Ermengarda de Chiemsee, rogai por nós!
2024
São Boaventura – 15 de Julho
São Boaventura – bispo e doutor da Igreja | 15 de Julho
O santo de hoje foi bispo e reconhecido Doutor da Igreja de Cristo. Ele chamou os pescadores e camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também os homens cultos e os de ciência. São Boaventura era um desses homens de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus, por isso, registrou o que vivia.
Escreve ele: “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”.
Boaventura nasceu no centro da Itália em 1218 e, ao ficar muito doente, recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: “Ó, boa ventura!”. Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: “Parece que o pecado original nele não achou lugar”.
São Boaventura, antes de se destacar como santo bispo, já chamava – sem querer – a atenção pela sua cultura e ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas.
Certa vez, um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: “Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso basta… Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia”. O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que, depois de tanto trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu. Era o dia 15 de julho de 1274
São Boaventura foi canonizado no ano 1482, quando recebeu o título de Doutor da Igreja por causa de suas obras.
São Boaventura, rogai por nós!
2024
São Camilo de Léllis – 14 de Julho
São Camilo de Léllis – presbítero | 14 de Julho
Camilo nasceu no ano de 1550 na Itália, numa família nobre e tradicional. O pai era um militar e não passava muito tempo em casa. Camilo cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã que soube educar o filho nos moldes da cristandade católica e dos bons costumes. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas treze anos de idade, e por esta razão ele foi viver com o pai, que tinha uma vida não muito estável por causa da carreira e do vício com os jogos.
O jovem Camilo também seguiu a carreia de militar, era um bom soldado e tinha uma boa estatura física e atlética. Tinha dezenove anos quando seu pai morreu e deixou-lhe como herança apenas o punhal e a espada.
Em 1570, sentiu-se atraído pela simplicidade do carisma de São Francisco de Assis e pediu para ingressar na ordem dos Franciscanos, porém teve seu pedido recusado devido a um grave ferimento no pé. Assim, ele foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, e foi diagnosticado com um tumor incurável.
Sem condições financeiras para custear seu tratamento, ficou sabendo que o mosteiro dos frades capuchinhos estava em construção, Camilo então se ofereceu como servente e foi aceito, assim conseguiu ser internado e pagar por seu tratamento. Neste hospital, teve contato com muitos enfermos abandonados. Foi ali que sentiu que Deus lhe chamava para uma vocação especial por meio dos enfermos.
Com 25 anos, começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos ‘Camilianos’. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri.
Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente e do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra.
Vestiu o hábito negro com a cruz vermelha, simbolizando sua ordem que foi aprovada pela Santa Sé Apostólica em 1591, elevado à categoria de ordem religiosa para cuidar dos enfermos. Eleito superior, dirigiu por 20 anos sua ordem dos “padres enfermeiros” como eram chamados. Dedicou os últimos anos de sua vida instruindo como os doentes deviam ser tratados e foi conviver com eles. Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, São Camilo nunca deixou de visitar os enfermos.
Muito doente, Camilo renunciou ao cargo de Superior Geral de sua ordem religiosa em 1607. Faleceu em Roma, no dia 14 de julho de 1614.
No dia 29 de junho de 1746, durante a festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Bento XIV declarou santo o nome de Camilo de Léllis. Em 1886, Leão XIII declarou São Camilo, juntamente com São João de Deus, celestes protetores de todos os enfermos e hospitais do mundo católico.
São Camilo de Léllis, rogai por nós!
2024
São Henrique II – 13 de Julho
São Henrique II – rei | 13 de Julho
O ambiente em que amadureceu a santidade deste soberano alemão à primeira vista poderia parecer o menos adequado ao exercício da perfeição cristã. Cresceu, porém, em companhia de santas pessoas. Henrique, filho do duque da Baviera, nasceu num castelo às margens do Danúbio em 973. Seu pai, antes denominado o briguento, fez tanto progresso no abrandamento de seu caráter, aprendendo com sua mansa esposa, que acabou sendo chamado de o pacífico.
Henrique teve um irmão, Bruno, que renunciou ao conforto da vida da corte para se tornar pastor de almas, como bispo de Augusta. Das duas irmãs, Brígida se fez monja e Gisela foi esposa de um santo, o rei Estevão da Hungria. O príncipe Henrique foi confiado pela mãe aos cônegos de Hildesheim, e mais tarde ao bispo de Ratisbona, são Wolfgang, em cuja escola se formou cultural e espiritualmente.
Um episódio singular, que tem o sabor de lenda, contribuiu para mantê-lo no reto caminho nos anos da juventude. Tinha 23 anos, quando em sonhos lhe apareceu o seu preceptor, são Wolfgang, morto havia pouco, que traçou na parede de um quarto duas breves palavras: “Entre seis”. Henrique pensou que dentro de seis dias ele morreria e passou aguardando em piedosos exercícios. Passados os seis dias sem que nada acontecesse, interpretou o sinal como seis meses e continuou a preparação para a morte. Após seis meses Henrique estava vivo e agradeceu a Deus porque teria ainda seis anos de vida para acumular merecimentos. Passados seis anos, Henrique estava no trono da Alemanha, bem equipado espiritualmente para não ceder às fáceis tentações do poder e do mundanismo.
Não lhe faltaram oportunidades de demonstrar tudo o que aprendera na escola de são Wolfgang. Levou em frente grandes iniciativas com firmeza e ao mesmo tempo com moderação. O primeiro a se beneficiar foi o duque da Suábia, Hermann. Dois anos após sua eleição para rei da Alemanha, o papa Bento VIII pôs na sua cabeça e na da piedosa consorte Cunegundes a coroa do Sacro Império Romano. Pouco antes os feudatários italianos, cansados do despotismo de Arduíno, marquês de Ivrea, o haviam coroado em Pavia rei da Itália. Henrique, aconselhado por Odilon, abade de Cluny e reformador do espírito monástico, promoveu a reforma do clero e dos mosteiros. Raro exemplo de retidão civil e de honestidade moral no governo das coisas terrenas, mereceu também a outra coroa, mais cheia de prestígio, a da santidade. Morreu a 13 de julho de 1024 e foi sepultado em Bamberga. O papa Eugênio III incluiu-o no elenco dos santos em 1146.
São Henrique II, rogai por nós!