2024
Santo Afonso Maria de Ligório – 01 de Agosto
Santo Afonso Maria de Ligório – fundador, bispo e doutor da Igreja | 01 de Agosto
Celebramos, neste dia, a memória de um santo Bispo e Doutor da Igreja que se tornou, pelo seu testemunho, patrono dos confessores e teólogos de doutrina moral. Afonso Maria de Ligório nasceu em Nápoles, na Itália, em 1696, numa nobre família que, ao saber das qualidades do menino prodígio, proporcionaram-lhe o caminho dos estudos a fim de levá-lo à fama.
Com 16 anos, doutorou-se em Direito Civil e Eclesiástico, e já se destacava em sua posição social quando se deparou, involuntariamente, sustentando uma falsidade. Isso levou Afonso a profundas reflexões, a ponto de passar três dias seguidos em frente ao crucifixo. Escolhendo a renúncia profissional, a herança e títulos de nobreza, Santo Afonso acolheu sua via vocacional, já que o Senhor o queria advogando as causas do Cristo.
Santo Afonso Maria de Ligório colocou todos os seus dons a serviço do Reino dos Céus, por isso, como sacerdote, desenvolveu várias missões entre os mendigos da periferia de Nápoles e camponeses; isso até contagiar vários e fundar a Congregação do Santíssimo Redentor, ou Redentoristas. Depois de percorrer várias cidades e vilas do sul da Itália convertendo pecadores, reformando costumes e santificando as famílias, Santo Afonso de Ligório, com 60 anos, foi eleito bispo, e assim pastoreou, com prudência e santidade, o povo de Deus, mesmo com a realidade de ter perdido a amizade do Papa e sido expulso de sua fundação.
Entrou no Céu com 91 anos, depois de deixar vários escritos sobre a Doutrina Moral, sobre a devoção ao Santíssimo Sacramento e a respeito da Mãe de Deus, sendo o mais conhecido: “As Glórias de Maria”.
Santo Afonso Maria de Liguori foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou “Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas”.
Santo Afonso Maria de Ligório, rogai por nós!
2024
Santo Inácio de Loyola – 31 de Julho
Santo Inácio de Loyola – presbítero e fundador | 31 de Julho
Neste dia, celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo “uma alma maior que o mundo”.
Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e, assim como jovem valente, entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que, depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos, concluiu: “São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos fez isso, pois eu tenho também de o fazer”.
Realmente ele fez como os santos o fizeram e levou muitos a fazerem “tudo para a maior glória de Deus”, pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus “famosos” exercícios espirituais e, logo depois de estudar Filosofia e Teologia, lançou os fundamentos da Companhia de Jesus.
A instituição de Inácio, iniciada em 1534, era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contrarreforma. Ele mesmo esclarece: “O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.
Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura de salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos; e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora “com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade”, repetia.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!
2024
São Pedro Crisólogo – 30 de Julho
São Pedro Crisólogo – bispo e doutor da Igreja | 30 de Julho
O santo deste dia nasceu em Ímola, na Itália, no ano de 380. Ele aproveitou sua vida gastando-se totalmente pelo Evangelho, a ponto de ser reconhecido pela Igreja como Doutor da Igreja (isso se deu em 1729 pelo Papa Bento XIII).
São Pedro Crisólogo tinha este nome por ter se destacado, principalmente, pelo dom da pregação – Crisólogo significa ‘O homem da palavra de ouro’ (este cognome lhe foi dado a partir do séc IX).
Diante da morte do bispo de Ravena, o escolhido para substituí-lo foi Pedro, que, neste tempo, vivia num convento, onde queria se oferecer como vítima no silêncio, mas os planos do Senhor fizeram dele bispo.
Pastor prudente e zeloso da Igreja, usou do dom da pregação como instrumento do Espírito para a conversão de pagãos, hereges e cristãos indiferentes na vivência da própria fé.
São Pedro Crisólogo, com o seu testemunho de santidade, conhecimento das ciências teológicas e dom de comunicação, venceu a heresia do Monofisismo, a qual afirmava Jesus ter apenas uma só natureza, e não a misteriosa união da natureza divina e humana como o próprio nos revelou.
Um homem que tinha o pecado no coração, porém, Pedro lutou com as armas da oração, jejum e mortificações para assim desfrutar e transmitir pela Palavra o tesouro da graça, isso até entrar na Glória Celeste em 450.
São Pedro Crisólogo, rogai por nós!
2024
Santa Marta – 29 de Julho
Santa Marta – irmã de São Lázaro e Santa Maria Madalena | 29 de Julho
Marta é a irmã de Maria e de Lázaro de Betânia, povoado a cerca de três quilômetros de Jerusalém. Em sua casa hospitaleira, Jesus gostava de descansar durante a pregação na Judeia. Por ocasião de uma destas visitas aparece pela primeira vez Marta. O Evangelho no-la apresenta como a dona de casa, solícita e atarefada em acolher dignamente o agradável hóspede, enquanto a irmã Maria prefere ficar quieta escutando as palavras do Mestre. Não nos admira, portanto, a reclamação que Marta faz contra Maria: “Senhor, a ti não importa que minha irmã me deixe sozinha a fazer o serviço? Diz-lhe, pois que me ajude”.
A amável resposta de Jesus pode parecer repreensão à atitude da agitada dona de casa: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto uma só coisa é necessária. Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada”. Mas isso não é repreensão, comenta santo Agostinho: “Marta, tu não escolheste mal; Maria, porém, escolheu melhor que tu”. Não obstante isso, Maria, considerada modelo evangélico das almas contemplativas já por são Basílio e são Gregório Magno, parece não figurar no calendário litúrgico (22 de julho): a santidade desta doce figura de mulher está fora de discussão, pois isso foi confirmado pelas palavras de Cristo. Mas somente Marta, nem Maria e nem Lázaro, aparece no calendário litúrgico universal, como para recompensar suas solicitudes e atenções para com a pessoa do Salvador e como a propô-la para as mulheres cristãs como modelo de operosidade.
A humildade e incompreendida profissão de doméstica é nobilitada por esta santa trabalhadeira de nome Marta, que significa simplesmente senhora. Marta reaparece no Evangelho no dramático episódio da ressurreição de Lázaro, onde implicitamente pede o milagre com simples e estupenda profissão de fé na onipotência do Salvador, na ressurreição dos mortos e na divindade de Cristo, e durante banquete do qual participa o próprio Lázaro, há pouco ressuscitado, e também desta vez se nos apresenta em funções de dona de casa atarefada. A lição do Mestre não se referia à sua louvável operosidade, mas ao exagero de preocupações com as coisas materiais em detrimento da vida espiritual. A respeito do tempo posterior da vida da santa nada sabemos de historicamente aceitável, mas existem muitos contos lendários. Os primeiros que dedicaram à santa Marta uma celebração litúrgica foram os franciscanos em 1262, a 29 de julho, isto é, oito dias após a da festa de santa Maria Madalena.
Santa Marta, rogai por nós!
2024
Santo Inocêncio I – 28 de Julho
Santo Inocêncio I – papa | 28 de Julho
Eleito pontífice em 401, santo Inocêncio I, de Albano Laziale, governou a Igreja por 16 anos, em período histórico muito difícil para os destinos do império romano do Ocidente e particularmente para Roma, que a 24 de agosto de 410 foi conquistada e saqueada pelos godos de Alarico. Desde 408 o bárbaro Alarico apertava o cerco de Roma. Muitos cidadãos, ainda não convertidos ao cristianismo, celebraram solenes sacrifícios às antigas divindades. O papa Inocêncio, graças ao prestígio que tinha entre os bárbaros, obteve uma trégua, aceitando a condição de ir a Ravena, onde estava o amedrontado imperador Honório para persuadi-lo a conceder especiais poderes a Alarico.
A missão do pontífice não conseguiu os resultados esperados pelos invasores, por isso Alarico deu início ao dramático saque de Roma; o saque e as devastações duraram três dias. Os bárbaros respeitaram as igrejas. Parece mesmo que os bárbaros godos tenham transportado para o túmulo do Príncipe dos apóstolos os vasos preciosos que os particulares haviam escondido em suas próprias casas. Todavia a queda de Roma, comentada com expressões pesarosas de dor por santo Agostinho e são Jerônimo, não assinalou o declínio da autoridade pontifícia.
A solicitude para com todas as Igrejas é demonstrada por grande número de cartas escritas por Inocêncio I, trinta e seis das quais constituem o primeiro núcleo das coleções canônicas, ou cartas encíclicas, que fazem parte do magistério ordinário dos pontífices. Inocêncio I estabeleceu um ponto muito importante na disciplina eclesiástica, isto é, a uniformidade que as várias Igrejas devem ter com a doutrina e as tradições da Igreja de Roma.
Suas intervenções doutrinais se referem à liturgia sacramental, à reconciliação, à unção dos enfermos, ao batismo, à indissolubilidade do matrimônio, claramente defendida também nos casos de adultério. Durante o seu pontificado difundiu-se a heresia de Pelágio, condenada em 416 pelos concílios regionais de Milevi e de Cartago por iniciativa de santo Agostinho e com a aprovação de Inocêncio I. A solicitude do papa não se dirigia somente à defesa da doutrina tradicional da Igreja: com humaníssima sensibilidade sabia confortar e aliviar sofrimentos.
A são Jerônimo, que do seu retiro de Belém lhe escrevera para confiar-lhe algumas aflições suas, o papa respondeu com carta paterna, mostrando que sabia não só reger o leme da barca de Pedro com mão firme, mas também possuir coração aberto à compreensão de tantos pequenos e grandes dramas individuais. Morreu em Roma no ano de 417, a 28 de julho, segundo o Liber pontificalis, e foi sepultado no cemitério de Ponciano na via Portuense.
Santo Inocêncio I, rogai por nós!
2024
São Celestino I – 27 de Julho
São Celestino I – papa | 27 de Julho
Os dez anos de pontificado de são Celestino I (10 de setembro de 422 — 27 de julho de 432), assinalaram período, embora breve, de grandes realizações. O sucessor de Bonifácio I era homem de grande energia e ao mesmo tempo de comovente liberalidade. Enquanto cuidava da reconstrução de Roma, ainda sentindo as consequências do terrível saque que sofreu em 410 pelo bárbaro Alarico, ele não perdia de vista os interesses espirituais de toda a cristandade. Defendia o direito de o papa receber apelos de qualquer cristão, leigo ou clérigo, e era solícito em responder a tudo e a todos. Ao papa era pedido sobretudo fixar normas às quais todo fiel devesse conformar o próprio comportamento.
Com essas respostas, conhecidas com o nome de Decretais, tomou forma o primeiro embrião do direito canônico. Escreveu cartas aos bispos da Ilíria, da Gália Narbonense e Vienense, da Púglia e da Calábria, para corrigir abusos, dissipar dúvidas doutrinais, combater heresias ou simplesmente para proibir aos bispos vestir cintos e mantos próprios dos monges. Teve cordial correspondência com o amigo bispo de Hipona, santo Agostinho, cuja doutrina defendeu calorosamente, na disputa antipelagiana, com palavras que consagraram definitivamente sua autoridade e santidade.
Nesta carta endereçada aos bispos da Gália, o papa afirmava que Agostinho sempre esteve em comunhão com a Igreja romana e o punha entre os mestres de maior autoridade na doutrina. Nela percebia-se não só a afetuosa solidariedade para com o amigo, mas também a clara visão que o santo pontífice tinha dos problemas de toda a comunidade eclesial. Nesta desenvolvia com evangélica evidência a tarefa de bom pastor, solícito pela sorte de cada um, ainda que fosse o herético Nestório, patriarca de Constantinopla, que o concílio de Éfeso, convocado pelo papa em 431, havia há pouco destituído e condenado. A 15 de março de 432 o papa Celestino dirigia aos padres conciliares, ao imperador, ao novo patriarca, ao clero e ao povo uma carta na qual exprimia a sua satisfação pelo triunfo da verdade e convidava todos à magnanimidade para com o derrotado.
É este o último documento do ativo pontífice. Morreu de fato a 27 de julho do mesmo ano e foi sepultado no cemitério de Priscila, numa capela ilustrada com os episódios do recente concílio de Éfeso, que proclamara solenemente a divina maternidade de Maria. No ano de 817, as relíquias do santo pontífice foram colocadas na basílica de santa Praxedes e parte delas parece terem sido transportadas para a catedral de Mântua.
São Celestino I, rogai por nós!
2024
Santa Ana e São Joaquim – 26 de Julho
Santa Ana e São Joaquim – pais de Nossa Senhora | 26 de Julho
Na Sagrada Escritura conta-se que a mãe de Samuel, Ana, na aflição da esterilidade que lhe tirava o privilégio da maternidade, dirigiu-se com fervorosa oração ao Senhor e fez promessa de consagrar ao serviço de Deus o futuro filho. Obtida a graça, após ter dado à luz o pequeno Samuel, levou-o a Silo, onde estava guardada a arca da aliança e o confiou ao sacerdote Eli, após tê-lo oferecido ao Senhor. Tomando isso como ponto de partida o Proto-evangelho de Tiago, apócrifo do século II, traça a história de Joaquim e Ana, pais da Bem-aventurada Virgem Maria. A piedosa esposa de Joaquim, após longa esterilidade, obteve do Senhor o nascimento de Maria, que aos três anos levou ao Templo, deixando-a ao serviço divino, cumprindo o voto feito.
O fundamento histórico provável, embora na discordante literatura apócrifa, é de algum modo revestido de elementos secundá-rios, copiados da história da mãe de Samuel. Faltando no Evangelho qualquer menção dos pais de Nossa Senhora, não há outra fonte senão os apócrifos, nos quais não é impossível encontrar, entre os predominantes elementos fantásticos, alguma informação autêntica, recolhida por antigas tradições orais. O culto para com os santos pais da Bem-aventurada Virgem é muito antigo, entre os gregos sobretudo. No Oriente venerava-se santa Ana no século VI, e tal devoção estendeu-se lentamente por todo o Ocidente a partir do século X até atingir o seu máximo desenvolvimento no século XV. Em 1584 foi instituída a festividade de santa Ana, enquanto são Joaquim era deixado discretamente de lado, talvez pela própria discordância sobre o seu nome que se revela em outros escritos apócrifos, posteriores ao Protoevangelho de Tiago.
Além do nome de Joaquim, ao pai da Virgem Santíssima é dado o nome de Cléofas, de Sadoc e de Eli. Os dois santos eram comemorados separadamente: santa Ana a 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. Em 1584 também são Joaquim achou espaço no calendário litúrgico, primeiro a 20 de março, para passar ao domingo da oitava da Assunção em 1738, em seguida a 16 de agosto em 1913 e depois reunir-se com a santa esposa no novo calendário litúrgico, no dia 26 de julho. “Pelos frutos conhecereis a árvore”, disse Jesus no Evangelho. Nós conhecemos a flor e o fruto suavíssimo vindo da velha planta: a Virgem Imaculada, isenta do pecado de origem desde o primeiro instante de sua concepção, por privilégio único, para ser depois o tabernáculo vivo do Deus feito homem. Pela santidade do fruto, Maria, deduzimos a santidade dos pais, Ana e Joaquim.
Santa Ana e São Joaquim, rogai por nós!
2024
São Tiago Maior – 25 de Julho
São Tiago Maior – apóstolo | 25 de Julho
Tiago (o Maior), filho de Zebedeu e de Salomé, irmão mais velho do evangelista João, aparece entre os seguidores de Jesus desde o começo da pregação do Messias. Os dois irmãos estavam na margem do lago de Genesaré, quando Jesus os chamou. A resposta foi pronta e total: “eles, abandonando o barco e seu pai, o seguiram”. Também neste particular se revela sua índole forte e ardente, pela qual tiveram de Jesus o apelido, entre elogio e reprovação, de “filhos do trovão”. Seu comportamento posterior confirma isso, pelo menos em duas ocasiões: a primeira vez diante do comportamento hostil dos samaritanos, que negaram hospitalidade a Jesus e aos seus discípulos: “Senhor — disseram Tiago e João — devemos invocar o fogo do céu para que os devore?”. Mais tarde, na última viagem a Jerusalém, ambos ousaram fazer aquele presunçoso pedido de sentar-se um à direita e outro à esquerda do Cristo triunfante.
Em ambos os casos demonstram não terem entendido as lições de amor e de humildade do Mestre. Todavia são generosos quando se trata de arrojar-se à luta. À pergunta de Jesus: “Podeis vós beber o cálice?”, Tiago foi o primeiro a responder: “Podemos”. Jesus colocou-o contra a parede e Tiago respeitou pontualmente a palavra dada. Após o dia de Pentecostes, no qual viera não o fogo destruidor do castigo, mas o fogo vivificante do amor, também Tiago como os outros apóstolos foi vítima da perseguição movida pelas autoridades judaicas: foi jogado no cárcere e flagelado, “alegrando-se muito, por ter sido digno de sofrer torturas pelo nome de Jesus” (como se lê nos Atos dos Apóstolos). Houve segunda perseguição, da qual foi vítima ilustre o diácono santo Estêvão, e houve uma terceira, mais cruel que as precedentes, desencadeada por Herodes Agripa para agradar aos judeus.
Este Herodes (mostrando-se digno do nome do tio, o assassino de João Batista, e do avô Herodes, dito o Grande, que tentou matar Jesus logo que nasceu), por simples cálculo político, durante as festas pascais de 42 “começou a perseguir alguns membros da Igreja, mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro”. Segundo tradição, não anterior ao século VI, o apóstolo Tiago teria sido o primeiro evangelizador da Espanha. Para revigorar esta tradição, no século IX o bispo Teodomiro de Iria afirmou ter reencontrado as relíquias do apóstolo e desde aquela época, Iria, que tomou o nome de Compostela, tornou-se a meta preferida de todos os peregrinos da Europa.
São Tiago, rogai por nós!
2024
Santa Cristina – 24 de Julho
Santa Cristina – mártir | 24 de Julho
Do culto da jovem mártir Cristina, padroeira de Bolsena, são numerosos os testemunhos históricos. Pelas descobertas arqueológicas do século passado conclui-se que em Bolsena desde o século IV era venerada uma santa Cristina, e junto ao seu sepulcro surgiu um cemitério subterrâneo. Os testemunhos iconográficos são abundantes: a santa aparece entre as virgens mártires dos mosaicos da igreja de santo Apolinário de Ravena do século VI. De João Della Robbia a Lucas Signorelli, de Paulo Veronese a Lucas Cranach, são numerosos os artistas que se inspiraram em episódios narrados na sua Paixão, com riquezas de detalhes, que confirmam em grande parte as Atas dos mais célebres mártires.
Desta Paixão existem redações em latim e em grego, que discordam quanto à cidade de proveniência da mártir. As redações gregas dizem ser Tiro da Fenícia e as latinas indicam Bolsena. O fabuloso conto da sua Paixão, que pela idade tardia (não anterior ao século IX), entra no número das lendas hagiográficas de pouco valor histórico, narra que uma jovem de onze anos, de nome Cristina, de extraordinária beleza foi segregada pelo pai, Urbano, oficial do imperador, numa torre, em companhia de doze servas.
Com esta atitude o pai queria obrigar a filha, cristã, a abjurar a fé e subtraí-la às leis da perseguição. Mas a menina despedaçou as preciosas estatuetas dos deuses, que o pai pusera no seu quarto, e deu os metais aos pobres. O pai passou então da delicadeza às percussões: fê-la flagelar e fechá-la num cárcere. Como Cristina persistisse na sua profissão de fé, Urbano a entregou aos juízes que lhe infligiram vários e terríveis suplícios. No cárcere, onde foi jogada desmaiada e coberta de feridas, foi consolada e curada por três anjos. Como também este castigo falhasse, passou-se à solução final: amarraram-lhe uma pesada pedra ao pescoço, jogaram-na ao lago, mas a pedra, sustentada pelos anjos, ficou boiando e levou a menina à margem.
O desnaturado pai foi punido por Deus com a morte; mas as torturas de Cristina não acabaram. Os juízes se enfureceram contra ela condenando-a, com bárbara perseverança, às mais terríveis e ineficazes torturas, como a grade de ferro quente, a fornalha superaquecida, a mordida de cobras venenosas, o corte dos seios, enfim não tendo mais o que inventar truncaram aquela jovem existência com duas lançadas, transplantando aquela flor incontaminada para os jardins do paraíso.
Santa Cristina, rogai por nós!
2024
Santa Brígida da Suécia – 23 de Julho
Santa Brígida da Suécia – viúva e religiosa | 23 de Julho
Brígida, ou Brigite, nasceu em Finstad perto de Úpsala, na Suécia, em 1303 e morreu em Roma em 23 de julho de 1373, e é por isso contemporânea de santa Catarina de Sena. Elas têm em comum não só singulares dons carismáticos, como êxtases e visões, mas também vivo interesse pela paz entre os Estados e pela unidade dos cristãos. As revelações que Brígida teve durante os frequentes êxtases, foram por ela escritas em sueco e depois traduzidas em latim, formando oito grandes volumes. Esta extraordinária figura de mulher casara-se com menos de 18 anos com o nobre Ulf Gudmarsson, do qual teve oito filhos.
Passou algum tempo na corte como dama da rainha Bianca de Namur, mantendo-se fiel à rígida educação cristã que lhe fora dada por tia austera. Com sua operosa caridade para com os necessitados levou à corte uma onda de fervor. Depois o marido, Ulf, após tê-la acompanhado em peregrinação ao célebre santuário de Compostela, na Espanha, foi fechar-se no mosteiro cisterciense de Alvastra, onde já vivia um filho deles, concluíndo aí sua santa vida em 1344. Brígida seguiu então o exemplo do marido e do filho, abraçando o ideal monástico.
A nova orientação dada à sua vida serviu para traduzir em ato a grande ideia desde há muito alimentada: a fundação em Vadstena de ordem religiosa que trouxesse o nome do Santíssimo Salvador e fosse estruturada sobre plano de todo original: o mosteiro duplo, de homens e de mulheres, que teriam um único ponto de encontro na igreja para a oração em comum. Sobre o exemplo da comunidade apostólica (72 discípulos e doze apóstolos mais são Paulo), as várias comunidades da Ordem, postas sob a regra de santo Agostinho se-riam compostas de 85 membros: 60 monjas, 13 monges, 4 diáconos e 8 irmãos leigos.
O projeto da fundadora teve o apoio do rei da Suécia e se concretizou em 78 mosteiros em toda a Europa. A Ordem, aprovada pelo papa Urbano V e dirigida de Roma pela santa fundadora, que em 1349 mudara-se para a praça Farnese, no lugar onde surgiria depois a igreja a ela dedicada, teve sua maior expansão depois da morte de santa Brígida, sob a direção de sua própria filha, santa Catarina. Brígida da Suécia foi canonizada em 1391, 18 anos após a morte.
Santa Brígida da Suécia, rogai por nós!