2024
São Bartolomeu – 24 de Agosto
São Bartolomeu – apóstolo | 24 de Agosto
Sobre São Bartolomeu tudo o que sabemos sobre a sua vida vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João. Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas ele lhe respondeu simplesmente: “venha e veja”. Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero.
No Evangelho, ele também é chamado de Natanael. Em hebraico, a palavra “bar” que dizer “filho” e “tholmai” significa “agricultor”. Por isso, os historiadores são unânimes em afirmar que Bartolomeu-Natanael trata-se de uma só pessoa.
No primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e, às vezes, irônico com relação às coisas de Deus.
Ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava diariamente a Bíblia, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: “Vós sois o Rei de Israel!”, exclamou!
Depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. A melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: “Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento”.
Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.
Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu.
O que este apóstolo fez depois não se sabe historicamente, mas parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia. Realizou milagres e curas milagrosas, até chegar à Armênia.
Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polímio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais.
Astiage, irmão do rei Polímio, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68.
Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias chegaram a Roma. Graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina.
A Igreja comemora São Bartolomeu Apóstolo no dia de sua morte. Ele se tornou o modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor Jesus Cristo.
São Bartolomeu, rogai por nós!
2024
Santa Rosa de Lima – 23 de Agosto
Santa Rosa de Lima – virgem | 23 de Agosto
Para todos nós, hoje, é dia de grande alegria, pois podemos celebrar a memória da primeira santa da América do Sul, Padroeira do Peru, das Ilhas Filipinas e de toda a América Latina. Santa Rosa nasceu em Lima (Peru) em 1586; filha de pais espanhóis, chamava-se Isabel Flores, até ser apelidada de Rosa por uma empregada índia que a admirava, dizendo-lhe: “Você é bonita como uma rosa!”.
Rosa bem sabia dos elogios que a envaideciam, por isso buscava ser cada vez mais penitente e obedecer em tudo aos pais, desta forma, crescia na humildade e na intimidade com o amado Jesus. Quando o pai perdeu toda a fortuna, Rosa não se perturbou ao ter que trabalhar de doméstica, pois tinha esta certeza: “Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência”.
A mudança oficial do nome de Isabel para Rosa ocorreu quando ela tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, da mesma família de sua santa e modelo de devoção: Santa Catarina de Sena. A partir dessa consagração, passou a chamar-se Rosa de Santa Maria. Devido à ausência de convento no local em que vivia, Santa Rosa de Lima renunciou às inúmeras propostas de casamento e de vida fácil: “O prazer e a felicidade de que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto”.
Começou a viver a vida religiosa no fundo do quintal dos pais e, assim, na oração, penitência, caridade para com todos, principalmente índios e negros, Santa Rosa de Lima cresceu na união com Cristo, tanto quanto no sofrimento, por isso, tempos antes de morrer, aos 31 anos (1617), exclamou: “Senhor, fazei-me sofrer, contanto que aumenteis meu amor para convosco”.
Foi canonizada a 12 de abril de 1671 pelo Papa Clemente X.
Santa Rosa de Lima, rogai por nós!
2024
São Filipe Benício – 22 de Agosto
São Filipe Benício – presbítero | 22 de Agosto
Filipe Benício nasceu no dia 15 de agosto de 1233, no seio de uma rica família da nobreza, em Florença, Itália. Aos treze anos foi enviado com seu preceptor à Paris estudar medicina. Voltou e foi para a universidade de Pádua, onde aos dezenove anos formou-se em filosofia e medicina.
O jovem era muito devoto de Maria e muito religioso, possuía também sólida formação religiosa. Nesse período de estabelecimento profissional, passou a frequentar a igreja do mosteiro e com os religiosos aprofundou o estudo das Sagradas Escrituras. Logo suas orações frutificaram e recebeu o chamado para a vida religiosa.
Assim, em 1254 fez-se membro da Ordem dos Servitas. Foi superior geral de sua ordem, adquirindo fama de um ótimo pregador. Sob sua direção os frades servitas se expandiram rapidamente e com sucesso. Era um conciliador, sua pregação talentosa e eficiente trouxe frutos benéficos para a Ordem e para a Igreja. Na sua simplicidade, fugia de todas as honras eclesiásticas.
Quando o Papa Clemente IV morreu, Filipe foi proposto como candidato à cátedra de Pedro, mas se retirou para as montanhas, onde se ficou por algum tempo. Diz a tradição que São Filipe Benício recusou-se a ocupar a cátedra de Pedro. Por isso é comum representá-lo com a tiara pontifícia aos pés.
Segundo os registros da Ordem e a tradição Filipe gozava da fama de santidade em vida. Morreu em 22 de agosto de 1285 na cidade de Todi.
São Filipe Benício, rogai por nós!
2024
São Pio X – 21 de Agosto
São Pio X – papa | 21 de Agosto
Celebramos, hoje, um Papa que mereceu ser reconhecido por santo, embora, na humildade típica das almas abençoadas, José Sarto respondia àqueles que o chamavam de santo: “Não santo, mas Sarto”.
Nascido, em 1835, ao norte da Itália e de família muito simples e religiosa, o pequeno José, com muito esforço e sacrifício, conseguiu – com o apoio dos pais – estudar e entrar para o Seminário. Com sua permanente autodefinição: “um pobre vigário da roça”, José Sarto percorreu com simplicidade o caminho que o Espírito Santo traçou da responsabilidade de vigário de uma pequena aldeia até o Papado.
Tomando o nome de Pio X, chamava a atenção pela modéstia e pobreza que o possibilitava à vivência da sua ideia-força: “Restaurar todas as coisas em Cristo”. São Pio X foi Papa de 1903 a 1914. Ocupado com a pastoral, São Pio X realizou reformas na liturgia, favoreceu a comunhão diária e a comunhão das crianças, sendo que, no campo doutrinal, rebateu por amor à Verdade o relativismo moderno.
Sorridente, pai e pastor, São Pio X entrou no Céu com 79 anos, deixando para a Igreja o seu testemunho de pobreza, pois, conta-se o fato, tomou dinheiro emprestado para comprar as passagens de ida e volta rumo ao Conclave que o teria escolhido Papa, pois não acreditava num erro do Espírito Santo.
São Pio X, rogai por nós!
2024
São Bernardo de Claraval – 20 de Agosto
São Bernardo de Claraval – abade e doutor da Igreja | 20 de Agosto
Com muita alegria, celebramos a santidade do abade e doutor da Igreja: São Bernardo Claraval. Nascido no Castelo de Fontaine, em 1090, perto de Dijon (França), pertencia a uma família nobre, a qual se assustou com sua decisão radical de seguir Jesus como monge cisterciense.
São Bernardo Claraval é considerado pela Família Cisterciense um segundo fundador, pois atraía muitos para a Ordem, que as mães e esposas afastavam os filhos e maridos do santo; tamanho era real o poder de atração de Bernardo, que todos os irmãos, primos e amigos o seguiram. Homem de oração, destacou-se como pregador, prior, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de Papas, Reis, Bispos e também polemista, político e pacificador.
Aconteceu que São Bernardo Claraval, mesmo sendo contemplativo, entrou no concreto da realidade da sua época, a ponto de participar de várias polêmicas internas e externas da Igreja da época.
No ano de 1115, o seu abade Estevão mandou-o com doze companheiros fundar, no Vale do Absíntio, aquilo a que São Bernardo chamou Vale Claro (Claraval). Do Mosteiro de Claraval, o santo irradiava a luz do Cristianismo, isto também pelos escritos, como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos; a invocação é fruto de sua profunda e sólida devoção a Nossa Senhora: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”. Pela Mãe do Céu, foi acolhido na eternidade em 1153.
Escreveu numerosas obras, milhares de cartas, mais de 300 sermões; interveio em todas as disputas doutrinais, em todas as grandes questões religiosas e seculares da época. Por ordem de tempo, considera-se o último dos Padres da Igreja. Um editor, falecido em 1707, Mabillon, escreveu sobre ele: “É o último dos padres mas iguala os maiores”.
Foi canonizado em junho de 1174, pelo Papa Alexandre III e foi declarado Doutor da Igreja em 1830 pelo Papa Pio VIII, por causa de suas pregações e obras escritas.
São Bernardo Claraval, rogai por nós!
2024
São João Eudes – 19 de Agosto
São João Eudes – presbítero | 19 de Agosto
O santo deste dia foi definido por São Pio X como “autor, pai, doutor, apóstolo, promotor e propagandista da devoção litúrgica aos sagrados Corações de Jesus e Maria”. São João Eudes nasceu na Normandia, em 1601, num tempo em que o século XVII estava sendo marcado pelo jansenismo, quietismo e filosofismo.
Ao viver numa família religiosa, João estranhou quando, externando seu desejo de consagrar-se a Deus, encontrou barreiras com o seu pai, que não foram maiores do que o chamado do Senhor. Por isso, com 24 anos, estava sendo ordenado sacerdote. Homem de Deus, soube colher e promover os frutos do Espírito para a época, tanto assim que foi importantíssimo para a renovação e formação do clero, evangelização das massas rurais e difusão da espiritualidade centrada nos Corações de Jesus e de Maria, a qual venceu com o amor afetivo de Deus as friezas e tentações da época.
São João Eudes, com suas inúmeras missões e escritos, influenciou fortemente todo o seu país e o mundo cristão. Fundou a Congregação de Jesus e Maria (Eudistas), ao lado do ramo feminino chamada Refúgio de Nossa Senhora da Caridade.
Entrou no Céu em 1680, deixando como legado as duas Congregações que fundou e muitos religiosos. Foi canonizado em 1925 pelo papa Pio II.
São João Eudes, rogai por nós!
2024
Santa Helena – 18 de Agosto
Santa Helena – imperatriz | 18 de Agosto
Nascida na Bitínia, de família plebeia, Helena, que recebeu do filho Constantino o título de Augusta, foi repudiada pelo marido, o tribuno militar Constâncio Cloro, por ordem do imperador Diocleciano. A lei romana de fato não reconhecia o matrimônio celebrado entre um patrício e uma plebeia; por isso Helena era considerada simplesmente concubina, e quando Constâncio Cloro teve o título de Augusto, com o colega Galério, teve de abandonar Helena, embora conservando consigo o filho Constantino nascido da união deles em 285. Quando, por ocasião da morte do pai, Constantino foi aclamado Augusto em 306 em York, pelas legiões da Bretanha, Helena pôde voltar ao lado do filho, com o merecido título de Mulher Nobilíssima. Logo depois obteve a mais alta honra que a mulher podia desejar, o título de Augusta, quando o filho, derrotando Maxêncio às portas de Roma, tornou-se Imperador.
Era o início de pacífica obra de reconstrução, que incluía a paz com o cristianismo. Através das suas relações com o cristianismo ele deu de fato à sua monarquia conteúdo espiritual, tendo atribuído a sua vitória à proteção de Cristo. Que parte tivesse a mãe Helena nesta conversão de consequências tão grandes não nos é dado saber. Embora o historiador Eusébio, autor de uma vida de Constantino, diga que foi o imperador que conduziu a mãe à fé, muitos acham que tenha sido Helena que converteu o filho; conversão, porém, um tanto tépida, uma vez que aguardou até a hora da morte para receber o batismo, em 337. Ao contrário, Helena mostrou fervor religioso que se traduziu em grandes obras de beneficência e na construção de célebres basílicas nos lugares santos, dos quais foi intrépida exploradora.
Não obstante a idade avançada, foi à Palestina para seguir as escavações iniciadas em Jerusalém pelo bispo são Macário, que reencontrou o túmulo de Cristo escavado na rocha e pouco distante a cruz do Senhor e as duas cruzes dos ladrões. A invenção, isto é, o reencontro da cruz, que se deu em 326, sob os olhos da piedosíssima mãe do imperador, produziu uma grande emoção em toda a cristandade. Entusiasmada com este primeiro sucesso, procurou e encontrou a gruta do nascimento de Jesus em Belém e o lugar no monte das Oliveiras, onde Jesus esteve com os discípulos antes de subir ao céu. A estas descobertas seguiu-se a construção de outras tantas basílicas. Uma delas, no monte das Oliveiras, teve o nome de Helena.
Santa Helena, rogai por nós!
2024
São Jacinto – 17 de Agosto
São Jacinto – presbítero | 17 de Agosto
O santo de hoje nasceu no ano de 1183 em Cracóvia (Polônia) e chamava-se Jacó. Com o apoio da família, ingressou para a vida religiosa tendo conhecido São Domingos de Gusmão em Roma no ano de 1221. Dessa forma, passou a fazer parte da Família Dominicana. Os Dominicanos, por sua vez, deram-lhe o nome de Frei Jacinto.
Documentos seguros indicam-nos que era pregador em Cracóvia, em 1228, no convento da Santíssima Trindade, e que pregava a cruzada contra os Prussianos em 1238. Morreu a 15 de agosto de 1257.
Era parente do Bispo de Cracóvia e, durante a sua vida, foram fundados os conventos de Breslau, Sandomir e Dantziga. Em 1228, a partir do capítulo geral dominicano de Paris, Jacinto, juntamente com outros dominicanos, foram transferidos para Rússia, onde sua evangelização atingiu também os Balcãs, a Prússia e a Lituânia. Substituíram os Cistercienses, menos bem preparados. Mas os Tártaros, em 1241 e 1242, destruíram numerosos conventos e fizeram muitos mártires.
Depois da passagem deles, a obra apostólica foi retomada, e Jacinto retornou à Cracóvia. Jacinto é considerado o apóstolo da Polônia. Desde 1260, três anos após sua morte, o seu túmulo atraía peregrinos. O culto dele abrangeu toda a Polônia. Foi canonizado pelo Papa Clemente VIII, em 1594.
São Jacinto, rogai por nós!
2024
Santo Estêvão da Hungria – 16 de Agosto
Santo Estêvão da Hungria – rei | 16 de Agosto
A grande alegria de Deus é ver os Seus projetos realizados na vida de Seus filhos. Sendo assim, os santos não foram aqueles que não tinham defeitos, mas pessoas pecadoras que se abriram e cooperaram com a obra do Espírito Santo em suas vidas. O santo de hoje, nascido no ano de 979, foi filho do primeiro duque húngaro convertido ao Cristianismo por meio da pregação de Santo Adalberto, Bispo de Praga.
Voik era o seu nome, até ser batizado na adolescência, recebendo o nome de Estevão, o primeiro mártir cristão, tendo sempre como guia e mestre o Bispo de Praga. Santo Estevão casou-se com a piedosa e inteligente Gisela, a qual muito lhe ajudou no governo do povo húngaro, já que precisou unificar muitas tribos dispersas, e até mesmo bem usar a ação militar para conter oposições internas e externas.
Ele, até entrar no Céu em 1038, não precisou preocupar-se com a evangelização inicial do povo, mas se ocupou do aprofundamento do seu povo na graça chamada Cristianismo. De todo o coração, alma e espírito, estreitou cada vez mais a comunhão com o Papa e a Igreja de Roma, isso sem se esquecer de ajudar na formação de uma hierarquia eclesiástica húngara, assim como na construção de igrejas, mosteiros e na propagação da Sã Doutrina Católica e devoção a Nossa Senhora.
Santo Estevão, por ser “o primeiro Rei que consagrou a sua nação a Nossa Senhora”, tem uma estátua na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e um vitral na capela do Calvário húngaro.
Santo Estevão da Hungria, rogai por nós!
2024
Beato Vicente Soler – 15 de Agosto
Beato Vicente Soler – presbítero e mártir do comunismo | 15 de Agosto
A guerra civil da Espanha, em 1936, por divergências de ideais políticos e intolerância à fé, provocou perseguições com massacres de milhares de inocentes: civis e religiosos.
Nesse período, sete religiosos do Convento agostiniano-recoleto de Motril, Granada, também foram presos e condenados à morte. Todos foram fuzilados. Eles eram homens simples, provenientes de regiões e famílias de forte tradição cristã, que tinham professado a Regra de Santo Agostinho e se mantinham distantes das discussões políticas, dedicados somente ao ministério sacerdotal, ao confessionário, às penitências, aos pobres e doentes abandonados.
O último a morrer foi o padre Vicente Soler. Era um religioso exemplar. Iniciou o ministério sacerdotal nas Filipinas, onde experimentou o rigor da perseguição político-religiosa ficando preso durante dezenove anos. Depois, passou pelas Américas, de onde retornou para sua pátria.
Durante seis anos, dirigiu a comunidade da Ordem em Andaluzia. Em 1926, foi eleito para ser o superior. Ao aceitar o cargo, consagrou a Ordem a Nossa Senhora. Mas sentindo o avançar da idade, padre Soler decidiu retirar-se para o Convento da cidade de Motril. Lá também se manteve ativo, renovou a Associação de Santa Rita, fundou o Círculo dos Trabalhadores Católicos e abriu uma escola noturna. A sua vida e o seu apostolado foram de zelo apostólico e de amor à Virgem, a são José e ao Sagrado Coração de Jesus.
No dia 25 de julho, o convento foi invadido pelos soldados, que fuzilaram cinco religiosos. Eram eles: Deogracias Palácios, Leon Inchausti, José Rada, Julian Moreno e José Ricardo Díez. Dois padres conseguiram despistar os soldados. O hospital da cidade abrigou um deles. Era Vicente Pinilla, que foi descoberto no dia seguinte, 26 de julho, e fuzilado na mesma hora. O outro era o padre Soler, que se refugiou na casa de uma família cristã. Mas foi encontrado no dia 29 de julho e levado como prisioneiro.
Na prisão, ele rezava com os prisioneiros, administrava o sacramento da penitência, tendo até mesmo convertido alguns. Por ter sobrevivido à prisão nas Filipinas, mantinha-se alegre e distraia-os contando fatos engraçados de sua vida missionária.
No dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora, todos os prisioneiros foram chamados para a execução. Naquele dia seriam fuzilados apenas dezoito. Ao ver o desespero de um pobre pai de oito filhos, padre Soler pediu para substituí-lo. Porém seu pedido foi negado, porque o seu nome já se encontrava na lista. No décimo lugar. E a sua caridade não se limitou a esse gesto heróico. Ele dava a absolvição àqueles que seguiam para a morte. Também deu a absolvição ao décimo primeiro condenado, antes de ele próprio ser fuzilado. O prisioneiro era um jovem que pertencia à Ação Católica, e, apesar de ter sido atingido com três tiros, fez-se de morto, sobrevivendo à execução. Foi ele que contou todos os detalhes sobre o período na prisão e a morte do padre Vicente Soler.
Os sete religiosos recoletos mártires de Motril, vítimas do ódio à fé, foram beatificados pelo papa João Paulo II em 1999. O culto litúrgico foi decretado para o dia de suas respectivas mortes. A celebração do bem-aventurado Vicente Soler ocorre no dia 15 de agosto.
Beato Vicente Soler, rogai por nós!