Beata Retistuta Kafka – 30 de Outubro
Beata Retistuta Kafka – virgem e mártir | 30 de Outubro
Seu nome de batismo era Helene. Seus pais se chamavam Anton e Maria Kafka. Ela nasceu em 1 de maio de 1894, na cidade de Brno, situada na atual República Checa. Dois anos depois, em 1896, a família Kafka mudou-se para a cidade de Viena que, na época, era a capital do Império Austro-Húngaro.
Em Viena, a jovem Helene estudou e formou-se como enfermeira. Ela alimentava em seu coração o desejo de tornar-se religiosa. Seus pais, porém, reprovavam esta ideia. A princípio, ela se conformou. Mas, depois, quando completou vinte anos, seus pais compreenderam que sua vocação era verdadeira e abençoaram sua vontade. Assim, ela entrou para a Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã. Ao fazer os votos, adotou o nome composto de irmã Maria Retistuta. Maria, em homenagem a sua mãe; e Restituta, em homenagem a uma santa mártir do século I.
Irmã Maria Retistuta recebeu um apelido carinhoso: “irmã Resoluta”. Isso por causa de sua maneira delicada e decidida, e por causa de sua segurança e competência no exercício da enfermagem, especialmente no auxílio às cirurgias e também como anestesista. Trabalhando no hospital de Modling, na cidade de Viena, Irmã Maria Retistuta passou a ser referência as enfermeiras, médicos e, muito especialmente, para os enfermos.
Irmã Maria Retistuta soube, como ninguém, comunicar o amor pela vida aos doentes, estivessem eles na alegria ou na dor. Durante vários anos ela serviu a Deus na pessoa dos doentes. Para eles, ela estava sempre disponível, atenciosa, carinhosa e competente.
Em 1938, Hitler ordenou que o exército ocupasse a Áustria. Por isso, Viena passou a ser uma das bases mais importantes do comando nazista. Imediatamente, Irmã Maria Restituta colocou-se contra aquela loucura. Não teve receios de deixar claro que, sendo a favor da vida, jamais apoiaria o nazismo de Hitler, assumindo as consequências disso.
Pouco tempo depois, a perseguição nazista começou no hospital onde Irmã Maria Retistuta trabalhava. Em determinado momento, os nazistas começaram a retirar o crucifixo até mesmo das salas de cirurgia. Irmã Maria Retistuta, porém, com serenidade, recolocava-o no lugar. E fazia isso de cabeça erguida, forte, cheia de fé, desafiando os nazistas. Por isso, os nazistas a prenderam em 1942.
Irmã Maria Retistuta, presa pelos nazistas, fez da prisão um lugar de graças, com o intuito de honrar o nome que adotara em seus votos perpétuos, ou seja, Restituta, que significa aquela que foi restituída para Deus. Ela esteve durante cinco meses na prisão antes de ser morta. Nesses meses, foi exemplo de fé, oração, perseverança e coragem diante de todas as humilhações e sofrimentos causados pelos nazistas.
No dia 30 de março de 1943, Irmã Maria Retistuta foi decapitada. Sabendo de seu destino, antes de morrer enviou uma mensagem para as franciscanas: “Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer”. E diante dos assassinos nazistas, permaneceu firme. Antes que o carrasco cortasse sua cabeça, ela pediu ao capelão: “Padre, faça-me na testa o sinal da cruz”. O padre fez o sinal da Cruz de Cristo em sua testa e ela foi decapitada, dando testemunho de Cristo.
Irmã Maria Retistuta foi declarada bem-aventurada pelo Papa João Paulo II, no ano 1998. Sua celebração litúrgica foi estabelecida para o dia 30 de outubro, porque esta é a data em que os nazistas decretaram sua sentença de morte.
Beata Retistuta Kafka, rogai por nós!