A viúva insistente

A parábola da viúva insistente

Disse-lhes também uma parábola, para mostrar que importa orar sempre e não cessar de o fazer: “Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia também na mesma cidade uma viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. Ele, durante muito tempo não a quis atender. Mas, depois disse consigo: Ainda que eu não tema a Deus nem respeite os homens, todavia, visto que esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, para que não venha continuamente importunar-me.” Então o Senhor acrescentou: “Ouvi o que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite, e tardará em socorrê-los? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do Homem, porventura encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18, 1-8)

Esta parábola, da viúva insistente, contada pelo Divino Mestre nos mostra a importância da oração insistente. Não julguemos pois tratar-se aqui de um simples conselho de Jesus. Não! É um preceito, uma obrigação, ninguém pode se dispensar da oração.

“Vigiai e orai”, diz-nos o Divino Mestre, e São Paulo insistirá: “Permanecei vigilantes na oração” (Col 4, 2) e “Orai sem interrupção” (I Tes 5, 17). Nossa própria natureza manchada pelo pecado exige de nós essa postura face à oração; e, mais ainda, assim nos manda proceder a Santa Igreja, conforme determina o Concílio de Trento: “Deus não manda impossíveis; e ao mandar-nos uma coisa, determina-nos fazer o que podemos e pedir-Lhe o que não podemos, bem como ajuda para poder”. Devemos então agir como a viúva insistente da parábola.

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Deus quer que peçamos ajuda a Ele

Por outro lado, o atendimento da parte de Deus será completo. Ele não olha para o tipo de necessidade, nem para a origem ou o tamanho da mesma, pois nada Lhe é impossível. Acontecimentos, ameaças, riscos, homens, demônios, etc., tudo está nas mãos d’Ele e bastará um mínimo ato de sua vontade para resolver qualquer problema. Porém, não nos esqueçamos de que se quisermos nos lançar contra uma dificuldade, usando exclusivamente de nossos dons naturais e forças, não estará aí engajada a palavra de Deus! É preciso importuná-Lo! Ele assim o exige. Ainda mais, é preciso ser incessante e fazer-Lhe uma espécie de “pressão moral”, sem nos cansarmos.

A contínua oração dos eleitos, em meio às dificuldades clamando a seu Pai, é infalível! Além disso, consideremos a absoluta necessidade da oração, no que diz respeito à salvação eterna, conforme as calorosas palavras de um grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório:

“Tudo quanto dissemos, que quem ora certamente se salva e quem não ora por certo será condenado. Todos os bem-aventurados, exceto as crianças, salvaram-se pela oração. Todos os condenados perderam-se por não orarem; se tivessem rezado não se teriam perdido. E este é e será no inferno o maior desespero, poderem ter alcançado a salvação com tanta facilidade quando bastava pedir a Deus as graças necessárias, e agora esses miseráveis não têm tempo de pedir.”

Muito mais que um ensinamento

Lembremo-nos do maternal conselho de Nossa Senhora: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). Com essas palavras, Ela nos confirma ainda mais, ao encerrarmos os comentários ao Evangelho de hoje, o quanto é indispensável rezar sempre. E se quisermos ser atendidos em maior profusão e prontamente, façamo-lo por intermédio de sua poderosa intercessão. Assim, estaremos agradando a Jesus que se tornará ainda mais propício às nossas súplicas.

Santa Teresa de Calcutá, fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade nos ensinou:

Toma gosto pela oração. Sente frequentemente a necessidade rezar ao longo do dia. Por certo, a oração dilata o coração, até que este possa receber o dom de Deus que é Ele próprio. Pede, procura, e o teu coração crescerá ao ponto de O receber e de O guardar como teu bem.

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Queremos tanto rezar bem e no entanto fracassamos. Então desanimamos e desistimos. Se queres rezar melhor, deves rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer desânimos. Ele quer que sejamos cada vez mais como crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos da nossa pertença ao corpo místico de Cristo, que está em oração perpétua.

De fato, devemos ajudar-nos uns aos outros nas nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos de forma muito prolongada; que as nossas orações não se alonguem indefinidamente, mas sejam breves, repletas de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemo-nos de que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.

Fontes: CALCUTÁ, Teresa S., Não Há Maior Amor (a partir da trad. de Il n’y a pas de plus grand amour, Lattès 1997, p. 20)

Decreto sobre a justificação, cap. XI.

LIGÓRIO, S. Afonso, A oração, o grande meio da salvação, Cap. I


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