O Lava Pés

O Lava Pés

Na vida de Jesus Cristo, tudo é divinamente ordenado. Ele ensina com os atos, como ensina pelas palavras. 

Cada gesto é um ensinamento, como cada palavra é uma semente, tudo na vida de Jesus é significativo.

Procuremos imaginar a Última Ceia… 

Os Apóstolos estão à mesa, acabam de realizar a Ceia legal, prescrita pela lei de Moisés, e Jesus inaugura a Ceia divina, a Ceia de seu próprio Corpo, a Ceia Sacramental, com que vai inaugurar o Novo Testamento.

A lei prescrevia que, ao terminar a Ceia legal, os convivas purificassem as mãos. 

Os Apóstolos haviam-se levantado para esse fim. Jesus ordena que lhe tragam água. Os Apóstolos olham o seu bom Mestre, sentem que qualquer coisa de grande vai seguir-se. Enquanto estão em pé, Jesus lhes fala de seu reino, de sua volta para o Pai, de seu amor para com eles. 

Ensina-lhes também a penitência, a confissão das faltas, o arrependimento e a justificação, referindo tudo à Cerimônia do lava-pés, que vai fazer em seguida.

Terminada esta solene instrução, Jesus ordena então a João e a Tiago, o menor, que busquem água, e manda aos Apóstolos disporem os assentos em semicírculo.  O divino Mestre retira a sua túnica, e eis o Salvador de joelhos, tendo uma bacia com água diante de si, e uma toalha na mão, indo de um para outro dos Apóstolos, lavando e enxugando os pés de cada um de seus amigos.

Nos lavemos na humildade e contrição

Jesus começa por Pedro. E’ o chefe, é o primeiro, deve ser o condutor de seus irmãos. Pedro, impressionado pelas lições, que havia dado sobre a humildade, vendo a seus ele proclamara: “Quem sou eu, Senhor, para que me laveis os pés? Um Deus todo poderoso lavar os pés de uma criatura? O Mestre abaixar-se diante de um pecador como eu?! Não Senhor, é impossível!”

Jesus lava, sucessivamente, os pés de cada um dos Apóstolos, até os do traidor Judas. Quais os sentimentos, que se agitavam no coração do divino Mestre? Lavar os pés dos outros, e sem dúvida, um ato de humildade, mas tocar os pés de um traidor… Mas Jesus é pai e mãe. Lava, enxuga e beija os pés do traidor, com um sentimento de amor e de compaixão tão grande que dominava qualquer impressão contrária.

Tudo está terminado; Pedro deu o seu brado de fé: Senhor, lave-me não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça. João chora de comoção ao ver o bom Mestre humilhar-se a este ponto.

Jesus levanta-se retoma a sua túnica, volta à mesa e explica o que acaba de realizar. A lição é clara e dupla: A primeira no sentido literal: é uma lição de humildade e de caridade para com o próximo. A segunda, no sentido espiritual, é a necessidade de lavarmos a nossa alma, antes de sentar-nos ao banquete da sagrada comunhão.

Aqueles a quem retiverdes os pecados… lhes serão retidos

Se o exemplo do Salvador nos comove, a sua recomendação deve estimular-nos. Ele se abaixa, até prostrar-se aos pés dos Apóstolos; mas nos recomenda que nos prostremos aos pés de seu ministro.

Somos pecadores certamente. Ora, sendo pecadores, tendo ofendido a Deus, só Deus pode perdoar-nos. Só Ele pode perdoar pecados, porém quem somos nós para exigirmos que Deus baixe do céu e venha, pessoalmente, perdoar as nossas faltas; lavar a nossa alma? Quem de nós merece tal favor extraordinário? Ninguém!

Eis porque ele comunicou a seus Apóstolos o poder de perdoar os pecados em seu nome. A palavra divina é conhecida : Aqueles a quem perdoardes os pecados, os pecados serão perdoados, e aqueles a quem retiverdes os pecados, eles lhes serão retidos (Jo 21,23)

Ele lava os pés dos seus Apóstolos: o Sacerdote lavará as nossas almas. Ele declara os Apóstolos puros, porque foram purificados neste banho salutar: a palavra do Sacerdote nos purificará e restituirá à nossa alma o que talvez perdera nas lutas da vida: a graça.

Jesus preparou os Apóstolos para se sentarem à Mesa Sagrada: e aí receberam o seu próprio corpo, sob as aparências do pão. O Sacerdote tem o mesmo ideal: preparar a vossa alma para a recepção da Comunhão da Páscoa.

Não haja, pois, exceções entre nós. Somos discípulos de Jesus Cristo. Queremos seguir integralmente a sua doutrina, como acreditamos, integralmente, em todas as verdades, que nos revelou.


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